sexta-feira, 7 de março de 2008

A POLÍTICA E A “POLÍTICA”. Artigo / Mar de 2011

PONTO DE VISTA.


Ciência e arte assim podemos definir livremente a política.

Como ciência que estuda o poder e suas formas, é de fundamental importância dentro da sociedade, uma vez que por seu intermédio a mesma se organiza para efetivamente participar das decisões que são fundamentais à sua existência e evolução.

Como arte é capaz de produzir ações improváveis como conciliar opostos radicais, visando o bem comum, o que nos faz concluir que a arte da política se faz construindo pontes e derrubando muros, conciliando a todos para que se alicerce um estado de bem estar social.

Estudando também as estruturas partidárias, que tem diante de si desafios de cunho ideológicos que precisam ser compatibilizados com o pragmatismo necessário à viabilidade de ações que conduzam a integração com as necessidades materiais da sociedade, portanto, os partidos políticos, que são as instituições máximas da organização política de um povo, ter que avaliar as suas diretrizes ideológicas, expressas no seu programa, a ações efetivas e objetivas que atendam às demandas do cotidiano da vida em sociedade.

Dessa forma homens determinados, dotados de força moral, coragem para enfrentar desafios e também munidos de objetivos claros, mas com sensibilidade e discernimento capazes de fazer o indispensável elo entre as relações sociais e desenvolvimento tecnológico são os talhados para ocuparem o poder político e homens capazes de não perderem de vista o fato de que entre o homem e a tecnologia a prioridade é o homem, demonstrando assim que a chamada “vontade política”, elemento essencial para concretização da aliança entre os paradigmas ideológicos e sua aplicação objetiva para o atendimento das múltiplas necessidades do dia a dia das pessoas, depende justo destes homens de caráter firme, inabalável e férreo, predestinados a conduzirem outros homens na construção de nações verdadeiramente livres, prósperas e soberanas.

Após esta breve introdução sobre a natureza da política e dos partidos políticos, passo a tecer considerações mais objetivas quanto à atual realidade política em nosso país que, mais uma vez, volta ao tema do debate da tão aguardada, pela sociedade, que é a reforma política.

O novo congresso, aliás, não tão novo assim, inicia a nova legislatura, sintonizado com este antigo anseio da sociedade, muito embora por pressão popular, devido à clamorosa insatisfação com a classe política e com a instituição partidária, acenando com a promessa de debater e realizar uma reforma política.

Diante das promessas e tentativas passadas, que acabaram não acontecendo, por força do corporativismo existente no congresso, nos deixa a dúvida de que o que acontece é jogo de cena, puramente retórico de alguns políticos, que querem dar uma resposta à sociedade que “repudia a insensibilidade de uma classe política que só aparece, nos jornais, pelas disputas por cargos, pelas vantagens e por legislar em causa própria, no caso do aumento dos seus salários”, ou se realmente ocorrerão mudanças significativas no atual sistema político.

A leniência com os malfeitos de seus pares, que são protegidos, como já afirmado, pelo forte corporativismo existente nas casas legislativas, vem fazendo com que cresça na consciência e alma do povo brasileiro uma “perigosa complacência com atos ilegais que acaba tendo resultados desastrosos no dia a dia do cidadão comum”, que passa a considerar a esperteza como o fator fundamental para vencer na vida.

Esse ambiente distorcido de representação, que leva em conta apenas os interesses pessoais e de grupos, ficando os interesses de seus representados, ou seja, o eleitor, do qual se origina o poder político, ignorados, fato que tem contribuindo para aprofundar o desinteresse da sociedade, que não confia no atual sistema político e em suas instituições partidárias, em razão da maioria dos partidos não possuírem identidade programática.

Com a instalação de comissões no senado e na câmara federal, para discutir e promover alterações no sistema político brasileiro, o que, no nosso entender, já começa prejudicada não só pela divisão que se estabelece com a criação de duas comissões, quando o ideal seria uma comissão mista, mas, principalmente, pela sua composição, mais acentuadamente na câmara federal, pelo grande número de parlamentares com problemas na justiça, o que irá prejudicar a definição de um texto e a lisura do processo.

Percebemos que existe uma tendência, no congresso nacional, contra o voto proporcional e a favor da implantação do financiamento público de campanha. Contudo, existe uma disputa entre o voto em lista fechada e o voto distrital. Com esse impasse, que poderá inviabilizar o avanço da tão aguardada reforma política, surge à sugestão, do senador Aécio Neves-PSDB/MG, que propõe uma junção das duas propostas, ou seja, o voto distrital misto.

Dentro das tendências já em discussão, o voto em lista fechada, em que o eleitor vota na legenda do partido que elabora a lista, definindo a ordem dos candidatos na mesma, e o voto distrital que valoriza o voto majoritário, elegendo os candidatos mais votados.

Se o primeiro fortalece o partido político, o segundo fortalece o candidato, consequentemente, enfraquecendo o partido. Resumindo, o voto em lista fechada dá poderes à direção partidária, e o voto distrital faz com que o voto seja mais personalizado, mais individualizado, o que aprofunda o fisiologismo.

Enfim, o impasse, em razão dos interesses em jogo, está estabelecido. Não quero parecer cético, mas desconfio que, infelizmente, está necessária reforma política, tem tudo para não avançar, quando muito, teremos pequenos retoques, como forma de dar uma resposta à insatisfação da sociedade com o processo político eleitoral brasileiro. Cabe-nos não permitir mais essa agressão e desrespeito da classe política, e só através de protestos intensos e organizados arrancaremos essa REFORMA POLÍTICA.

Amaury Cardoso.

e-mail: amaurycardosopmdb@yhaoo.com.br

Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com

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