sexta-feira, 7 de março de 2008

INCOMODO CONFORMISMO. AONDE CHEGAMOS? Artigo / Set de 2011

Quando chegaremos ao limite da nossa tolerância diante de tudo que assistimos, que atinge frontalmente a moralidade e a ética nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário?

A cultura da impunidade e do corporativismo esta ampliando uma fenda na estrutura das instituições de estado, desmoralizando-as, aumentando ainda mais o seu descrédito perante a população, criando um abismo entre a sociedade organizada e os poderes da nação que começa a se mostrar intransponível. Os inúmeros casos de corrupção que são levados ao conhecimento da população, e que se espalham assustadoramente nos três poderes, estão destruindo a credibilidade que a sociedade precisa ter para que a estrutura de nação democrática seja assegurada.

Aqueles que acreditam e apostam na desinformação das camadas populares, as chamadas classes "D" e "E", duvidando do seu poder de crítica, desprezando, alguns declaradamente, as suas condições de construtores de opinião não tarda, se darão conta que cometeram um grande erro, cujas conseqüências se revelarão graves para a consolidação do processo democrático, levando a sociedade na direção de um grande vácuo institucional.

Enquanto o sistema assegurar que governantes, políticos e magistrados, a quem cabe zelar pelo rigor no cumprimento do ordenamento jurídico do nosso país, se considerem e continuem a agir como se fossem cidadãos acima da Lei, nos restará a indignação dos bons e o desprezo e apatia da grande massa da população.

Diante desta grave crise de valores, alimentamos a esperança de um despertar popular que se transforme numa grande corrente movida pelo sentimento de repúdio aos atos de corrupção e descaso com as graves questões sociais que, não solucionadas, ameaçam o futuro da nossa nação, sendo a educação e a saúde os principais pilares a serem tratados com seriedade política, visando não só maiores investimentos que assegurem ao país uma significativa melhora, colocando o Brasil nos níveis dos países emergentes, bem como aprimorar a gestão pública levando-a ao patamar de qualidade de vida (IDH) dos países desenvolvidos.

Não podemos continuar a ignorar que a sociedade esta cansada diante dos escândalos de corrupção em escala, que poderá levar a uma completa desestabilização das instituições que sustentam a coesão do nosso tecido social, pela possível busca de uma alternativa de poder que ofereça a tentação enganadora de uma solução totalitária, autoritária e antidemocrática com vistas a resgatar o respeito e a funcionalidade dessas instituições, junto ao povo, fazendo-nos retornar a um passado recente que todos nós brasileiros queremos esquecer.

Longe de ser a nossa pretensão causar apreensões quanto ao futuro da nossa jovem democracia, apenas lembramos que o descrédito ao qual esta sendo levada a estrutura de poder como um todo em nosso país pode ensejar, com o beneplácito popular, a volta do fantasma do autoritarismo que a muito custo à sociedade brasileira exorcizou.

Finalizo destacando uma reflexão de Rui Barbosa, quando afirma: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto". Esta afirmação nunca esteve tão atual.

Ah, incomodo conformismo! Aonde chegamos?!

Amaury Cardoso

E-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br

Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com

Site: www.trabalhoeverdade.com.br

www.fug-rj.org.br

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