PONTO DE VISTA.
O ENVELHECIMENTO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO CAPITALISTA.
Como tudo no mundo nasce, vive e depois morre o sistema de produção capitalista não foge a regra. Está enfermo e já poderia ter morrido se outro sistema tivesse sido criado para substituí-lo. O socialismo idealizado por MARX, cuja implantação foi tentada por LÊNIN na Rússia, não sobreviveu por falta de uma ideologia própria que o sustentasse. Todas as classes e camadas sociais, incluindo a operária, são ideologicamente capitalistas. O trabalhador não é contra a exploração do homem pelo homem, mas sim contra o fato de ser explorado. Suas aspirações não o levam a pretender a eliminação do patrão, mas sim a ser patrão.
A doença do sistema de produção capitalista é congênita e agravou-se com a falta de mercado consumidor para a produção de que é capaz. Produzindo para ter lucro e não para atender as necessidades da sociedade, só pode se manter em um mercado de possibilidades. Ocorre que a transformação das necessidades da sociedade em mercado de possibilidades, só poderá acontecer com a distribuição das riquezas produzidas. Como não distribui riquezas, não tem mercado; se as distribui, perde a razão da sua própria existência, que é aumentar sempre seus lucros. Diante dessas condições, a enfermidade do sistema capitalista certamente o levará a morte pela doença ou pelo tratamento.
A sobrevivência do regime capitalista, a pensar da enfermidade do seu sistema de produção, vem provocando sérios danos à economia dos países no mundo inteiro. O primeiro remédio receitado para o mal do sistema, foi a entrega da liderança do capitalismo, antes assumida pelo capitalismo produtor, para o capitalista vendedor, que passou a desbravar mercados, oferecendo produtos de consumo desnecessário, de curta duração ou mesmo descartáveis, passando a sugar todas as possibilidades dos mercados existentes. Através de propaganda aliciadora induziu estes mercados a consumirem produtos de discutível necessidade, mas com agradável apresentação, onde o conteúdo é substituído pela aparência, construindo um mercado novo dentro do velho e até criando mercados dentro das camadas da população de baixo poder aquisitivo, levando estas a abrirem mão de produtos essenciais para consumirem supérfluos.
Mas este remédio não produziu efeito esperado. Embora tenha apresentado aparente melhora no sistema de produção com o aproveitamento máximo dos mercados existentes e possíveis, bem como a redução dos preços através do emprego de modernas técnicas de produção, não conseguiu curar-se por não ter tomado o remédio certo: a distribuição de riquezas. O novo mercado firmados na troca de produtos essenciais por produtos dispensáveis, pode ter dado ao consumidor uma questionável satisfação, mas não conseguiu o crescimento suficiente para absorver a capacidade produtiva do sistema, permanecendo a crise de superprodução.
A última receita para a enfermidade do sistema de produção, foi a multinacionalização das indústrias quando, rompendo barreiras geográficas, foram se instalar nos países subdesenvolvidos onde a mão-de-obra é bem mais barata, além de contarem com incentivos fiscais e outros, inclusive para exportação do que produzissem. Esta receita, que também não conseguiu fazer crescer o mercado à altura das necessidades do sistema de produção, provocou uma concentração ainda maior da riqueza produzida nas mãos de um pequeno número de capitalistas provocando, com uma concorrência desigual, a falência de muitos empresários.
A última medida tomada pelos capitalistas não teve como objetivo a salvação do seu sistema de produção. Foi a entrega da economia ao capitalismo financeiro, que passou a vender dinheiro como se fosse mercadoria de consumo, empenhando o mercado consumidor com crédito fácil e juros elevados. O resultado de tal medida foi a crise econômica, antes localizada, que passou a ser geral. As vendas a prazo, financiadas pelos bancos, através das suas arapucas financeiras, anarquizou os mercados e criou a inflação, fazendo o consumidor adquirir produtos acima do seu poder de compra. Um trabalhador, que antes não podia comprar uma televisão à vista, passou a poder comprá-la a prazo, empenhando sua força de trabalho a ser vendida no futuro. Uma televisão que custa R$ 1.000,00, a vista, passou a ser adquirida por R$ 3.000,00, à prazo. Quando termina de pagar as prestações terá comprado R$ 1.000,00 de televisão (uma mercadoria consumível) e R$ 2.000,00 de dinheiro (uma mercadoria não consumível). Desta forma, o dinheiro deixa de ser uma representação de mercadorias que existam no mercado para representar a si próprio.
Se compararmos o dinheiro a uma escritura de um imóvel, verificamos que a diferença está em que o primeiro representa qualquer mercadoria existente no mercado com preço igual ao valor de face da moeda; já a segunda representa um bem específico – o imóvel. Se, igual ao que hoje ocorre, ao invés de vendermos o terreno passando a escritura para o comprador, passássemos a vender apenas a escritura, pelo valor do terreno, nada impediria que vendêssemos muitas escrituras do mesmo terreno. Temos razões para acreditar que algo assim vem ocorrendo com a venda de dinheiro, como indica os leilões das bolsas de valores onde as ações de uma empresa sobem e descem sem que nada tenha ocorrido com a empresa que elas deveriam estar representando. Rompeu-se, pois, a relação de representação entre dinheiro e os bens negociáveis. Tendo em conta que a mercadoria que mais se vende no mundo de hoje é o dinheiro não acreditamos que qualquer economista possa prever o que acontecerá amanhã depois de ter errado em suas previsões de ontem para hoje, pois não mais conta com uma base real para avaliação da economia. Hoje, qualquer garoto teclando um computador pode levar um banco à falência e um milionário poderá ficar pobre de um dia para o outro. É algo assim como um estelionatário que vende muitas escrituras de um mesmo terreno. Enquanto tiver credibilidade suas escrituras podem ser compradas pelo preço do terreno que serviu de referência, mas se é desmascarado estas escrituras perdem o seu valor que então passará a ser igual ao resultado da divisão do valor do terreno pelo número de escrituras vendidas. O dólar, a moeda internacional que serve para todos os negócios, representa hoje o que representaria a escritura de um terreno que é vendida por quem tem credibilidade no mercado. Se essa credibilidade deixar de existir, o que já dá sinais, criar-se-á um caos econômico sem bases reais de avaliação.
Sem pretender fugir do foco, uma outra questão que entendo ser relevante abordar, mesmo que superficialmente, em face de sua abrangência e influência exercida no século passado, foi a chegada da globalização que para mim não está claro se seu objetivo foi o de socorrer ou substituir o sistema de produção capitalista. Após a segunda guerra, pensadores de diversos países capitalistas passaram a se reunir para estudar uma solução para a economia mundial fundando, então, a “Comissão trilateral”, composta de pensadores de diversos países. As primeiras medidas propostas se relacionavam à criação de mercados sem fronteiras geográficas (mercados comuns) em três regiões do planeta: da Comunidade Européia, dos países das Américas e dos países Asiáticos. Ocorreu que nestes estudos econômicos foram levantadas questões políticas e sociais, como o caso da democracia que, no entender de alguns, não conseguira nem sequer acabar a fome no planeta.
Temos razões para acreditar que este grupo de pensadores capitalistas tenha se dado conta de que o regime não mais tinha cura. Diferentes dos que habitualmente criticam sem apresentar alternativa passaram a estudar medidas que pudessem substituir o regime por outro. Daí estarmos propensos a admitir que deste grupo saísse à idéia da globalização da economia, mas seria subestimar a inteligência dos seus componentes pretender que tenham colocado a globalização como fim em si mesma. Imaginamos que, diante do fracasso dos que tentaram combater o regime de fora para dentro, a nova tentativa está sendo feita de dentro para fora, com emprego de sofisticadas táticas onde esta intenção nem sequer é revelada, mas nos parece ser a estratégia de substituir o poder econômico por outro tipo de poder – o poder do conhecimento – usando, para tal, a informação dirigida. Trata-se de uma arma bem mais poderosa do que o dinheiro, porque atua no consciente e não no bolso das pessoas. Propondo medidas de relevante interesse para a sociedade e cobrindo estas propostas com informações maciças sobre vantagens, até mesmo para o capitalismo, vêm conseguindo enfraquecer o regime e desmontar o sistema de produção deste.
Amaury Cardoso
e-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br
O ENVELHECIMENTO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO CAPITALISTA.
Como tudo no mundo nasce, vive e depois morre o sistema de produção capitalista não foge a regra. Está enfermo e já poderia ter morrido se outro sistema tivesse sido criado para substituí-lo. O socialismo idealizado por MARX, cuja implantação foi tentada por LÊNIN na Rússia, não sobreviveu por falta de uma ideologia própria que o sustentasse. Todas as classes e camadas sociais, incluindo a operária, são ideologicamente capitalistas. O trabalhador não é contra a exploração do homem pelo homem, mas sim contra o fato de ser explorado. Suas aspirações não o levam a pretender a eliminação do patrão, mas sim a ser patrão.
A doença do sistema de produção capitalista é congênita e agravou-se com a falta de mercado consumidor para a produção de que é capaz. Produzindo para ter lucro e não para atender as necessidades da sociedade, só pode se manter em um mercado de possibilidades. Ocorre que a transformação das necessidades da sociedade em mercado de possibilidades, só poderá acontecer com a distribuição das riquezas produzidas. Como não distribui riquezas, não tem mercado; se as distribui, perde a razão da sua própria existência, que é aumentar sempre seus lucros. Diante dessas condições, a enfermidade do sistema capitalista certamente o levará a morte pela doença ou pelo tratamento.
A sobrevivência do regime capitalista, a pensar da enfermidade do seu sistema de produção, vem provocando sérios danos à economia dos países no mundo inteiro. O primeiro remédio receitado para o mal do sistema, foi a entrega da liderança do capitalismo, antes assumida pelo capitalismo produtor, para o capitalista vendedor, que passou a desbravar mercados, oferecendo produtos de consumo desnecessário, de curta duração ou mesmo descartáveis, passando a sugar todas as possibilidades dos mercados existentes. Através de propaganda aliciadora induziu estes mercados a consumirem produtos de discutível necessidade, mas com agradável apresentação, onde o conteúdo é substituído pela aparência, construindo um mercado novo dentro do velho e até criando mercados dentro das camadas da população de baixo poder aquisitivo, levando estas a abrirem mão de produtos essenciais para consumirem supérfluos.
Mas este remédio não produziu efeito esperado. Embora tenha apresentado aparente melhora no sistema de produção com o aproveitamento máximo dos mercados existentes e possíveis, bem como a redução dos preços através do emprego de modernas técnicas de produção, não conseguiu curar-se por não ter tomado o remédio certo: a distribuição de riquezas. O novo mercado firmados na troca de produtos essenciais por produtos dispensáveis, pode ter dado ao consumidor uma questionável satisfação, mas não conseguiu o crescimento suficiente para absorver a capacidade produtiva do sistema, permanecendo a crise de superprodução.
A última receita para a enfermidade do sistema de produção, foi a multinacionalização das indústrias quando, rompendo barreiras geográficas, foram se instalar nos países subdesenvolvidos onde a mão-de-obra é bem mais barata, além de contarem com incentivos fiscais e outros, inclusive para exportação do que produzissem. Esta receita, que também não conseguiu fazer crescer o mercado à altura das necessidades do sistema de produção, provocou uma concentração ainda maior da riqueza produzida nas mãos de um pequeno número de capitalistas provocando, com uma concorrência desigual, a falência de muitos empresários.
A última medida tomada pelos capitalistas não teve como objetivo a salvação do seu sistema de produção. Foi a entrega da economia ao capitalismo financeiro, que passou a vender dinheiro como se fosse mercadoria de consumo, empenhando o mercado consumidor com crédito fácil e juros elevados. O resultado de tal medida foi a crise econômica, antes localizada, que passou a ser geral. As vendas a prazo, financiadas pelos bancos, através das suas arapucas financeiras, anarquizou os mercados e criou a inflação, fazendo o consumidor adquirir produtos acima do seu poder de compra. Um trabalhador, que antes não podia comprar uma televisão à vista, passou a poder comprá-la a prazo, empenhando sua força de trabalho a ser vendida no futuro. Uma televisão que custa R$ 1.000,00, a vista, passou a ser adquirida por R$ 3.000,00, à prazo. Quando termina de pagar as prestações terá comprado R$ 1.000,00 de televisão (uma mercadoria consumível) e R$ 2.000,00 de dinheiro (uma mercadoria não consumível). Desta forma, o dinheiro deixa de ser uma representação de mercadorias que existam no mercado para representar a si próprio.
Se compararmos o dinheiro a uma escritura de um imóvel, verificamos que a diferença está em que o primeiro representa qualquer mercadoria existente no mercado com preço igual ao valor de face da moeda; já a segunda representa um bem específico – o imóvel. Se, igual ao que hoje ocorre, ao invés de vendermos o terreno passando a escritura para o comprador, passássemos a vender apenas a escritura, pelo valor do terreno, nada impediria que vendêssemos muitas escrituras do mesmo terreno. Temos razões para acreditar que algo assim vem ocorrendo com a venda de dinheiro, como indica os leilões das bolsas de valores onde as ações de uma empresa sobem e descem sem que nada tenha ocorrido com a empresa que elas deveriam estar representando. Rompeu-se, pois, a relação de representação entre dinheiro e os bens negociáveis. Tendo em conta que a mercadoria que mais se vende no mundo de hoje é o dinheiro não acreditamos que qualquer economista possa prever o que acontecerá amanhã depois de ter errado em suas previsões de ontem para hoje, pois não mais conta com uma base real para avaliação da economia. Hoje, qualquer garoto teclando um computador pode levar um banco à falência e um milionário poderá ficar pobre de um dia para o outro. É algo assim como um estelionatário que vende muitas escrituras de um mesmo terreno. Enquanto tiver credibilidade suas escrituras podem ser compradas pelo preço do terreno que serviu de referência, mas se é desmascarado estas escrituras perdem o seu valor que então passará a ser igual ao resultado da divisão do valor do terreno pelo número de escrituras vendidas. O dólar, a moeda internacional que serve para todos os negócios, representa hoje o que representaria a escritura de um terreno que é vendida por quem tem credibilidade no mercado. Se essa credibilidade deixar de existir, o que já dá sinais, criar-se-á um caos econômico sem bases reais de avaliação.
Sem pretender fugir do foco, uma outra questão que entendo ser relevante abordar, mesmo que superficialmente, em face de sua abrangência e influência exercida no século passado, foi a chegada da globalização que para mim não está claro se seu objetivo foi o de socorrer ou substituir o sistema de produção capitalista. Após a segunda guerra, pensadores de diversos países capitalistas passaram a se reunir para estudar uma solução para a economia mundial fundando, então, a “Comissão trilateral”, composta de pensadores de diversos países. As primeiras medidas propostas se relacionavam à criação de mercados sem fronteiras geográficas (mercados comuns) em três regiões do planeta: da Comunidade Européia, dos países das Américas e dos países Asiáticos. Ocorreu que nestes estudos econômicos foram levantadas questões políticas e sociais, como o caso da democracia que, no entender de alguns, não conseguira nem sequer acabar a fome no planeta.
Temos razões para acreditar que este grupo de pensadores capitalistas tenha se dado conta de que o regime não mais tinha cura. Diferentes dos que habitualmente criticam sem apresentar alternativa passaram a estudar medidas que pudessem substituir o regime por outro. Daí estarmos propensos a admitir que deste grupo saísse à idéia da globalização da economia, mas seria subestimar a inteligência dos seus componentes pretender que tenham colocado a globalização como fim em si mesma. Imaginamos que, diante do fracasso dos que tentaram combater o regime de fora para dentro, a nova tentativa está sendo feita de dentro para fora, com emprego de sofisticadas táticas onde esta intenção nem sequer é revelada, mas nos parece ser a estratégia de substituir o poder econômico por outro tipo de poder – o poder do conhecimento – usando, para tal, a informação dirigida. Trata-se de uma arma bem mais poderosa do que o dinheiro, porque atua no consciente e não no bolso das pessoas. Propondo medidas de relevante interesse para a sociedade e cobrindo estas propostas com informações maciças sobre vantagens, até mesmo para o capitalismo, vêm conseguindo enfraquecer o regime e desmontar o sistema de produção deste.
Amaury Cardoso
e-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário