sexta-feira, 7 de março de 2008

BRASIL, AINDA, O PAÍS DO FUTURO.(JUL/2009.)

PONTO DE VISTA.


BRASIL, AINDA, O PAÍS DO FUTURO.



Gostaria de iniciar a abordagem desse tema destacando um trecho da “Carta da Terra” tirado em encontro recente realizado na ONU, endossado por cerca de 4,5 mil organizações não governamentais, que diz: “Estamos diante de um momento crítico na história da terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro...”.

Partindo da premissa que sustentabilidade significa a opção pelo desenvolvimento sem o comprometimento dos recursos naturais, preservando o meio ambiente para as próximas gerações, e que a atual crise mundial pode servir como propulsora de uma nova mentalidade, entendemos que os desafios que o Brasil tem a enfrentar para se manter como potencia do futuro não param de crescer, exigindo uma conscientização e mobilização de toda sociedade.

Nossos problemas estão focados em áreas estruturais essenciais para se obter o progresso e desenvolvimento de uma nação. As questões sociais, ambientais, educacionais e de infra-estrutura são problemas conjunturais que se agravam comprometendo o nosso avanço e acredito que só com ações claras e objetivas o governo terá condições de envolver a sociedade, que entendo fundamental, comprometendo-a com o desenvolvimento do país e, principalmente, fazendo com que atue em conjunto para viabilizá-lo como nação socialmente justa e economicamente próspera.

Muito se fala da capacidade do Brasil de se superar, de avançar e de se consolidar como potencia transformadora no futuro. Creditam essa crença às nossas imensas riquezas naturais, nossa extraordinária biodiversidade, nossa riqueza energética – em especial as não poluentes chamadas energia limpa e renovável -, e nosso agronegócio competitivo, vetor principal de nossas exportações, graças aos recursos naturais e à mão de obra relativamente barata, diante de uma urbanização acelerada do planeta por alimentos importados que elevará em até 50%, o que garante um mercado em expansão as exportações brasileiras.

No entanto, mesmo diante dessas “vantagens”, que podem ser suficientes para assegurar o enfrentamento da recessão e a retomada do crescimento, precisamos estar mais bem preparados para competir em outro nível, o da produção de conhecimento. Não iremos nos impor como nação central ( dominante) se não nos colocarmos dentro do grupo das nações que dominam o conhecimento através da pesquisa científica e inovação tecnológica, avançando com investimentos significativos em ciência e tecnologia / pesquisa e desenvolvimento, sem ignorar, é claro, o alicerce que é o ensino básico de qualidade que sofreu profunda deteriorização nas últimas décadas, onde, segundo especialistas, para superarmos nossa deficiência no ensino fundamental e chegarmos em 2020 com índices satisfatório, torna-se necessário reservar para a educação no mínimo 5% do PIB. Hoje são investidos apenas 3,7%.

Um fato incontestável em escala mundial é o fenômeno chamado de “globalização” que tem no seu ápice no extraordinário patamar alcançado pelo desenvolvimento das telecomunicações. Vivemos hoje na denominada sociedade em rede, onde a mercadoria mais valorizada é a informação. É de se ressaltar que o fluxo de informações concentra sua maior densidade na Europa e EUA, ficando o terceiro e quarto mundos praticamente à margem do progresso das nações digitalizadas.

O Brasil segundo analises macroeconômicas recentes feitas por especialistas, ainda não é capaz de acumular informações como nos países desenvolvidos, nem acompanhar as mudanças sucessivas na área tecnológica, o que nos coloca em situação desfavorável diante das grandes nações. O que se observa é que somos fornecedores de mão de obra para o setor primário, e que a grande maioria da população esta o que poderíamos chamar de subclasse tecnológica diante do mundo digitalizado.

Embora o Brasil tenha crescido em ritmo um pouco mais lento do que os demais países que compõem os chamados BRIC ( Brasil, Rússia, Índia e China), é um dos países com as perspectivas econômicas mais promissoras, levando até uma certa vantagem sobre os demais face ter desenvolvido um modelo econômico e social que assegura uma certa estabilidade, permitindo investimentos e maior envolvimento do Brasil no comércio internacional.

No entanto, enfrentamos alguns gargalos que exigirão do governo medidas severas que visem solucionar problemas, tais como: reforma do papel do estado – principalmente diminuindo seu espaço na área econômica -, mudanças na lei trabalhista, no sistema previdenciário, e, fundamentalmente, estimular um ambiente de mais inovação assegurando nossa entrada no grupo de países que dominam a informação e detém o conhecimento.

Outras deficiências que precisam ser superadas que são de igual importância, a saber:
Baixo nível em investimentos;
O tratamento insuficiente que há décadas é conferido à educação, em especial a fraca base educacional;
O insuficiente recurso destinado a pesquisa e desenvolvimento, ciência e tecnologia, diretamente responsável pela nossa fraca inovação;
A precária infra-estrutura física e humana.
Sem priorizar esses principais pontos, que irão possibilitar a recuperação e avanço do país, dificilmente conseguiremos consolidar a liderança do Brasil no mundo multipolar que começa a tomar forma.

Isso não se resolve em curto prazo, e pelo visto diante de nosso atraso neste setor teremos uma tarefa gigantesca pela frente, porem, este desafio para quem é gigante pela própria natureza...



Amaury Cardoso.
e-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br
Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com






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