quinta-feira, 17 de abril de 2014

A VERGONHOSA SITUAÇÃO DA PETROBRAS ! ARTIGO: ABRIL/2014

Inicio este artigo com o reconhecimento constrangedor da presidente da Petrobras, Graça Foster, ao afirmar: “A compra de Pasadena foi um mau negócio”. Diante dos fatos que surgem a todo momento, não é radicalismo afirmar que é inconcebível esse abismo ético em que se encontra a Petrobras!
 
A cada dia vêm à tona informações que dão conta dos obscuros negócios da Petrobras, que precisam ser investigados abertamente para que a sociedade brasileira tenha conhecimento do que realmente existe de concreto em uma empresa que é orgulho nacional e patromônio dos brasileiros, e que esta perdendo sua credibilidade devido a má gestão provocada por aparelhamento político, causando instabilidade na estatal e refletindo diretamente na sua imagem.
 
O foco são as transações e os enormes prejuízos financeiros que corroem um patrimônio, ao ponto de levar uma empresa pública de ponta a condição de alto risco, em razão da corrosão da credibilidade da estatal, em face de prejuízos bilionários.
 
Fatos graves que surgem com negociações mal feitas, tais como: a compra de 50% de uma refinaria em Pasadena (Texas), em 2006,  por US$ 360 milhões de dolares, tendo esta custado um ano antes a sua sócia belga Astra, US$ 42 milhões de dolares, e como se não bastasse esse absurdo, um ano depois a Petrobras por desentendimento com sua sócia Astra e, em razão de cláusula contratual que obrigava uma das partes a comprar os demais 50% da companhia em caso de litígio, e a que garantia à vendedora um rendimento fixo ao ano, p´roximo a 7% independente dos resultados. Em razão disso a petrobras  teve que pagar mais US$ 890 milhões de dolares a Astra face a desistência desta, perfazendo um total de US$ 1,250 bilhão. Um verdadeiro golpe aplicado pela sócia.
 
Outro caso de mal negócio foi a operação para a construção da refinaria de Abreu e Lima (Pernambuco), em 2005, orçada inicialmente em US$ 2 bilhões de dolares, tendo esse valor sido reajustado chegando a cifra de US$ 20 bilhões de dolares, em razão de um acordo político mal resolvido com o governo da Venezuela, para agradar à época o presidente venezuelano Hugo Chaves, que não honrou, o que obrigou o governo brasileiro a arcar sozinho com o custo total da obra.
 
Outro negócio mal feito foi a compra de uma refinaria no Japão, em 2008, por US$ 71 milhões de dólares, tendo sido gasto mais US$ 200 milhões de dolares, em razão de sorvedouro. Por fim, as denúncias de pagamento de propina, por empresas com interesses dentro da estatal, a funcionários, calculado em cerca de US$ 150 milhões de dolares.
 
Essas transações, “negócios mal explicados”, atendem um tráfico de influência que precisa ser identificado e punido severamente. Uma empresa do porte da Petrobras, com excelentes quadros técnicos não tem como justificar a realização de negócios tão ruins.
 
Não é compreensível e admissível que a presidente Dilma, que foi eleita com a imagem de “grande gestora”, tenha sido “enganada”, como afirma, com a omissão de cláusulas contratuais prejudiciais à Petrobras, e apesar da descoberta do fato desastroso não tenha punido os responsáveis que, até a deflagração da operação “Lava Jato” pela Polícia Federal, continuavam ocupando posição estratégica com cargo de confiança na direção da empresa.
 
Diante desses fatos graves que configuram um escândalo de lesa patria, não cabe a atitude dos governistas de resistirem a criação da CPI da Petrobras, no momento em que se estabelece a obrigação do governo federal de dar explicações a sociedade brasileira.
 
O país tem o direito de saber a real situação em que se encontra a Petrobras. O que de fato ocorreu? Quem são os responsáveis? Quem foram os beneficiados?
 
BASTA DE TENEBROSAS TRANSAÇÕES!
 
 
 
                                                                          Amaury Cardoso
                                                   Blog:  www.amaurycardoso.blogspot.com
                                                E-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br
                                                     Site: www.fug-rj.org.br

quinta-feira, 3 de abril de 2014

DEMOCRACIA: UMA EXPERIÊNCIA DE LIBERDADE COMPARTILHADA. Artigo: Mar de 2014

Muitos jovens da minha geração lutaram e arriscaram suas vidas alimentando o sonho de um país mais justo e democrático. Muitos da geração de hoje, talvez não identifiquem a importância daquele momento para as gerações futuras. Os jovens, há 50 anos atrás, com o golpe militar de 31/03/64, viram a democracia em nosso país sofrer um ataque mortal em seu processo de aperfeiçoamento. Os anos que se seguiram do regime militar produziram um movimento nacional pelo restabelecimento do regime democrático em nosso país.

Partindo do princípio de que a democracia pressupõe sua reinvenção permanente, não apenas aceitando a noção clássica de democracia, em que se baseia tão somente em eleições livres, pluralidade de partidos, alternância no governo e equilíbrio entre os poderes, entendo que a alma da democracia esta longe de ser percebida e praticada, se não aplicarmos o conceito, no meu entendimento, amplo de  que a democracia, é uma experiência da liberdade compartilhada que se preserva conseguindo manter a dimensão de um projeto, a representação de possibilidades de aperfeiçoamento das condições de vida dos indivíduos, dos grupos ou ainda, das gerações futuras, alimentada pela igualdade e liberdade em todos os sentidos, afirmado no princípio da lei igual para todos.

Baseado no processo histórico da construção da democracia, ao olharmos para hoje  temos a percepção de que um dos aspectos importantes à observar nesta virada do século XX ao XXI, é o de que o avanço da democracia sofreu um retrocesso, principalmente a democracia social que revela o seu fracasso, confirmado nesta primeira década nas diversas manifestações que deixam clara a descrença nas instituições e nos mecanismos políticos, onde o pragmatismo e ceticismo pós-moderno parecem pôr em risco a democracia, que é falha por não aproximar as decisões com quem, verdadeiramente, detém o poder, o povo.

Não bastam termos constituições democráticas, sustentadas nos pilares da: soberania do povo, separação e autonomia dos poderes e proclamação das liberdades, quando a democracia que uma parcela significativa da população defende, é respeito aos valores morais, repudio a corrupção, e clama por melhores condições de vida através de oportunidades iguais e serviços públicos de qualidade e eficientes.

É nossa obrigação lutar por garantias no sentido de avançarmos no aperfeiçoamento do processo democrático, dentro de uma sociedade plural, em sintonia com seus anseios mais elementares, exigindo direitos que se traduzam em efetivamente termos igualdade de oportunidades a todos, sem distinção de classe social, raça e gênero.

Este foi um sonho por que tantos lutaram, muitos foram torturados e alguns tombaram. Este é um sonho que continuamos lutando, honrando as conquistas alcançadas e ampliando-as, com vistas a um sociedade mais igualitária.

                                                                Amaury Cardoso
                                                 Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com
                                                 E-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br

                                                 Site: www.fug-rj.org.br

A SOCIEDADE ESTÁ REJEITANDO O ESTABLISHMENT POLÍTICO ALHEIO AO INTERESSE GERAL. - Artigo: Março/2024

O mundo contemporâneo tem nos revelado que as coisas ficam complicadas no trato do campo político, em que a dimensão de significado e interp...