sexta-feira, 7 de março de 2008

OS RECURSOS HÍDRICOS DO PLANETA – BASE DA VIDA – A GUERRA DO AMANHÃ. (MAI/2008)

PONTO DE VISTA.

OS RECURSOS HÍDRICOS DO PLANETA – BASE DA VIDA – A GUERRA DO AMANHÃ.

O planeta terra mantém a vida animal e vegetal através da água, o que justifica a afirmação de que a água é à base da vida. Devemos prever que, antes de qualquer medida no sentido de preservar os recursos hídricos disponíveis o homem tentará se apossar dos existentes em poder de seu semelhante. Com base nesta característica humana fazemos nosso questionamento: Quem dispõe de recursos hídricos deve gerenciá-lo ou entregar sua gerência a terceiros? Se a água é base da vida, deveria alguém entregar a outrem os cuidados de assegurar a firmeza dessa base? E os que não dispõem de água não poderiam usar o seu direito natural de preservar suas vidas, tomando a água do próximo, num ato de legítima defesa da vida?

Nosso País foi privilegiado na distribuição de água doce na terra. Temos 5.619 Km³ / ano de deflúvio de suas mais extensas e densas redes hidrográficas, o que representa 13% dos deflúvios de todos os rios do mundo. Mas também no Brasil a água não se encontra bem distribuída. 80% do seu volume encontra-se em região ocupada por apenas 5% da população do país, o que deixa apenas 20% para atender os demais 95%. Por outro lado, os desmatamentos e outros atos de vandalismo ecológico vêm provocando o “corte” do curso de rios, principalmente no nordeste, o que torna o povo nessa região o mais carente do país. Mas, mesmo o nordeste não se encontra sem perspectiva, como ocorre em muitas regiões no mundo. Os mananciais subterrâneos na região são consideráveis.

Diante dessa premissa, será que nenhum outro país esta cobiçando nossa água? O mais natural é pensarmos que sim. Existem países que já tiveram água e não mais têm e existem os que nunca tiveram o suficiente. Se o mundo já enfrentou guerras pela posse do petróleo, que não é essencial à vida, por que não admitir que a água possa provocar guerras? O que podemos fazer para evitar um conflito com os “sem água”? Armar-nos para defendermos nos parece bastante oneroso e, principalmente, não seguro. Não tem nexo arriscar nossas vidas para defendermos nossas vidas. Somos desperdiçadores de água, sabemos, mas apesar disso temos muita água. Só o Amazonas poderia abastecer de água senão todos, pelo menos a maioria dos países carentes, só com a água que despeja no mar. Porque não oferecemos água para quem quiser vir buscá-la? Se navios são construídos para transportar petróleo, porque não construí-los para transportar água, que é mais importante? Gerenciando, nós mesmos, nossos recursos hídricos, estaremos mais longe de uma invasão deles de que se entregarmos esse gerenciamento a terceiros, que poderá estar até a serviço de invasores em potencial.

Damos-nos conta que não se fala, ainda, na privatização dos nossos recursos hídricos, mas tão somente da produção e distribuição da água potável. Isso não quer dizer que estejamos saindo do assunto que nos comprometemos a abordar, pois já se fala em internacionalização da Amazônia. Órgãos importantes da imprensa internacional noticiam a discussão sobre a responsabilidade internacional no território que compreende a Amazônia. Chegam informações sobre livros utilizados em escolas nos Estados Unidos, destacando a Amazônia como território internacional, “área sob a responsabilidade dos Estados Unidos”. Recordo-me de um episódio, ocorrido durante uma palestra em Nova York do senador Cristovam Buarque, onde um jovem americano pediu a opinião do senador, na condição de humanista e não de brasileiro, sobre o processo de internacionalização da Amazônia, tendo Cristovam Buarque respondido “em caso de risco de degradação ambiental, a Amazônia deveria, sim, ser internacionalizada. Mas acrescentou que, nessa linha, tudo o que tem importância para a Humanidade, ou pode colocá-la em risco, também deveria ser internacionalizado: as reservas de petróleo, o capital financeiro, os arsenais atômicos, e, sobretudo as crianças pobres de todo o mundo, e estas em especial precisam de mais cuidados que a Amazônia.”.

Ao considerarmos, como já afirmado, que a privatização tem o propósito de esvaziar o poder político do Estado Nação, e encontra-se entre os objetivos táticos do novo poder, entendemos que o domínio dos recursos hídricos já é parte dos objetivos estratégicos desse novo poder. Quem assume um poder tem que assumir também os deveres inerentes a este poder. Administrar os parcos recursos hídricos hoje existentes no mundo é uma tarefa bastante elevada para ser entregue a um só país. Assim, nossa preocupação é colocar a questão para que decidamos se vamos administrar nossos recursos hídricos ou se os entregaremos à administração dos gestores do novo poder que se cria e que ainda nem sabemos onde encontrá-los. Não nos surpreenderíamos mais se amanhã aparecesse um “grande irmão” (como previsto por Orwell, no seu “1984”) para nos dizer o que deve ser feito com nossas riquezas, inclusive a água, para o bem da humanidade.


Amaury Cardoso
e-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br
http://www.amaurycardoso.blogspot.com/

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