sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A AGENDA DA CIDADANIA NUMA ERA DE TRANSFORMAÇÕES. Artigo: Nov de 2013

A afirmação por dignidade tornou-se um clamor por democracia e justiça, e vários movimentos espontâneos surgiram de causas específicas a cada país e evoluíram de acordo com as condições de seus contextos utilizando suas redes digitais para se conectar e difundirem seus pensamentos, suas revoltas e indignação.

Em todos os casos, esses movimentos ignoraram partidos políticos, desconfiaram da mídia, não reconheceram nenhuma liderança e rejeitaram toda organização formal, sustentando-se na internet, se organizando e tomando decisões.

“As redes da internet e de telefonia celular não são apenas ferramentas, mas formas organizacionais, expressões culturais e plataformas específicas para a autonomia política”. A difusão e o uso de tecnologias de informação e comunicação favorecem a democratização, fortalecem a democracia e aumentam o envolvimento cívico, abrindo caminho para o aperfeiçoamento da democratização do estado.

Fatores como a alta corrupção, aumento da impunidade, deficiência nos serviços públicos, humilhação provocada pelo cinismo e pela arrogância de grande parcela dos que estão no  poder fizeram com que pessoas de todas as idades e condições ocupacem as redes sociais manifestando seu pensamento de forma autonoma, reivindicando seus direitos, transbordando sua indgnação levadas as ruas contra essa relação de poder estabelecida, onde os políticos e governantes constroem as instituições segundo seus valores e interesses, quando a verdadeira configuração de estado e de outras instituições que regulam a vida das pessoas depende de constante interação entre representantes e representados.

Esse repúdio da sociedade se deu na forma de comunicação digital em massa processando mensagens de muitos para muitos, automaticamente, passando a exercer um contrapoder, livre ao controle dos que detêm o poder institucional, deixando-os sem entender e sem como agir diante dessa nova forma de protesto.

Quando pessoas se setem humilhadas, ignoradas e mal representadas, passam a ficar na condição de transformar sua decepção e indignação em raiva, e este sentimento as levam a reagir e exigir mudanças, colocando seus sentimentos e protestos no facebook, no twitter, no sms e transmitindo-os através do youtube. Perceberam que o poder viral das mídias disponíveis nas redes digitais, no volume e velocidade com que as notíciais se propagam, são instrumentos poderosos no processo de formação de opinião e poder de mobilização.

Diante dessa nova modalidade de manifestação do século XXI, o poder em cada uma de suas dimensões (econômico, político, militar, ideológico e da comunicação convencional) fica ameaçado. A rede digital passou a ser uma ferramenta poderosa no processo de avanço da democracia, facilitando a difusão de idéias, posições, pensamentos, se transformando em agenda da cidadania que se impõe nas ruas, onde são lançados todos seus afetos, ódios, expectativas, esperanças. “Quem não se sentir desafiado por tudo isso não esta preparado para compreender”.

A política tradicional reluta em aceitar as drásticas mudanças na estrutura social, diante de uma sociedade cujo o número de internautas em nosso país já ultrapassa a cifra de cem milhões, que rejeita a atual representação democrática, e que começa a se movimentar no sentido de promover transformações no processo político democrático.

O que nos parece é que as atuais manifestações tem se revelado um movimento político apartidário, sem filiação ou simpatizantes a partido algum, onde na sua diversidade social se destaca uma maioria de jovens com pouca experiência política tradicional por acharem que as regras institucionais de representação lhe são distantes e manipuladas. O atual sistema político, com destaque para os partidos, não estão sabendo como lidar com esse movimento. Percebe-se  que se estabeleceu um estranhamento entre movimento nas ruas e o sistema político, e as próximas eleições podem confirmar essa tendência.

Será que a produção material da mudança social, vocalizado nos sentimentos e opiniões através do exercício da cidadania, se contruirá em tal grau de comprometimento que influenciará na reinvenção da política?

A centelha da indignação dos próximos anos dirão!



                                                                              Amaury Cardoso
                                                                    Presidente Estadual da FUG/RJ
                                                                      www.fug-rj.org.br
                                                                Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

AS ESPERANÇAS DO BRASIL DEPOSITADAS NO PRÉ-SAL. SERÁ QUE AGORA VAI? Artigo: Out de 2013

                       
A importância do pré-sal e o potencial de riqueza que se estima com à produção petrolífera, traz a possibilidade de um salto qualitativo em matéria de desenvolvimento econômico e social. Contudo, me junto aqueles que acham que o pré-sal não pode ser visto como um "bilhete de loteria" representando um ganho financeiro imediato oriundos da renda petrolífera.

É fato que a descoberta e produção do pré-sal consolida a industria brasileira de petróleo e de gás que permite o nosso país sair de uma condição de dependência das importações de petróleo bruto para a de potencial exportador nos próximos dez anos, onde suas reservas colocará o Brasil na posição de quarto maior produtor de petróleo do mundo em 2030. Mas, também, é fato que esse potencial de riqueza exigirá um programa de investimentos robusto acompanhado de um elevado esforço de inovações tecnológicas e produtivas, e pelo desafio em termos de formulação de políticas setoriais nos campos energético, industrial e ambiental, bem como regulatórios. 

O Brasil assume um protagonismo internacional na geopolítica da energia e precisa superar desafios estruturais, fazendo com que esse potencial energético possibilite um salto de qualidade em matéria de desenvolvimento econômico e social.

O aspecto regulatório provoca dúvidas e insegurança aos operadores privados que exitam em investir na exploração petrolífera em nosso país, fato confirmado face a pequena participação de empresas no leilão do campo de Libra, quanto a sua principal diferença que é baseada no direito da propriedade do óleo após a sua extração, se não vejamos:
  • No regime de concessões, a propriedade do óleo após a produção é da empresa concessionária. Em troca desse direito, a empresa se compromete a realizar esforços exploratórios mínimo, a pagar ao estado tributos, royalties ou outras formas de participações especiais governamentais.
  • O regime de partilha possui uma lógica econômica e uma estrutura de incentivos totalmente distintas das observadas no regime de concessões. No regime de partilha, o estado compartilha os ganhos líquidos do empreendimento com a empresa operadora, visando maximizar o valor das participações governamentais. 
Percebo que ainda se discute se o modelo de partilha é o melhor modelo para o pré-sal, pois o modelo de concessões possui um histórico de excelentes resultados. O campo de Libra é uma área estratégica, e pela lei do petróleo suas reservas devem ser de extração do estado, e ao meu ver não houve essa garantia. Entendo que as incertezas se dão sobre o comportamento futuro dos preços do petróleo, as exportações a serem alcançadas e a arrecadação de royalties e demais participações governamentais de se constituírem fatores propulsores de desenvolvimento econômico e social, uma vez que a energia proveniente do pré-sal no cenário internacional se dará por cerca de trinta anos, face não só a sua vida útil, mas, principalmente pela perda de importância dessa matriz energética a base de carbono, face o avanço e aumento da pressão pela opção por matrizes energéticas renováveis, mais baratas e menos poluentes.

É fato que o modelo de partilha introduziu mudanças que atrasou a em cinco anos a operação do campo de Libra causando perdas de capital significativo que além de fragilizarem a Petrobras, trouxe incertezas aos grandes investidores internacionais, haja vista a medíocre participação de empresas de peso no leilão de Libra, de reservas tão expressivas. 

O mundo vive uma revolução energética e o Brasil precisa tratar esse tema com responsabilidade e competência uma vez que tem na área energética o principal vetor de investimentos, notadamente nos segmentos petróleo, hidreletricidade e biocombustíveis. Será que como ocorreu com o programa nuclear brasileiro a quarenta anos atrás, onde se apostou que o país lucraria com essa matriz energética, o que acabou não ocorrendo, corremos o risco em apostar todas as fichas na matriz de combustível fóssil, em especial o pré-sal, como a alavanca para o desenvolvimento brasileiro?

Em detrimento do avanço de outras matrizes energéticas não poluentes e renováveis, os governos Lula/Dilma lançaram suas bases para o futuro apostando nessa matriz energética fóssil de puro carbono, como a principal oportunidade para o país alcançar o patamar de desenvolvimento, solidificando sua economia e, com isso, almejando ampliar as conquistas sociais. 

Será que agora vai???
Os próximos dez anos irão dizer!!! 




                                                                                        Amaury Cardoso 

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