terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

O QUE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO NA HORA DE SE PENSAR NA CONSTRUÇÃO DA PRÓPRIA IMAGEM. - Artigo: fevereiro/2024


Aprendi nos meus estudos de MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia, que o Marketing Político, Eleitoral e Pessoal é extremamente importante para o sucesso de um político na sociedade contemporânea e que depende da correta aplicação do marketing para dar a perfeita visibilidade pública, com repercussão positiva de sua imagem no cenário em que está inserido. A imagem de um político deve ser comparada a um rótulo de um produto na prateleira de um supermercado. Trata-se da identidade que o político quer passar para a sociedade e seus atuais e futuros eleitores, seja tradição ou quebra dela, confiabilidade, competência administrativa ou outros atributos que possam atrair determinado público ou segmento.

Durante longo período as imagens foram construídas com relativa facilidade, utilizando códigos ou fórmulas calcadas, sobretudo, na dramatização da vida do candidato, principalmente no horário eleitoral gratuito. Apresentava-se histórias recheadas de valores sociais moralizantes e aspectos intimistas do candidato em questão - os candidatos pareciam tão humanos como "gente de família".

Hoje, contudo, esse denário/personagem/roteiro construído corre sérios riscos de ser desvendado em um tweet (tuíte), uma foto (ou stories) no Instagram ou uma marcação em postagem no Facebook . Qualquer informação se torna pública em tempo real - e a todo tempo. Logo, construir uma imagem torna-se palavra perigosa.

O eleitor, do outro lado da tela - e são várias, TV, celular, computador -, tem a possibilidade de interagir, se posicionar e até ajudar a construir uma imagem positiva de um candidato - na mesma medida em que está com a faca e o queijo na mão para destruir qualquer história bem ou mal contada. O novo modelo de programação da informação - com o advindo da Internet - mudou radicalmente a forma de "construção" de uma imagem. Uma aliada contraditória surge com a sociedade em rede: as mídias sociais. Ou ferramentas de redes sociais. Isso, porque imagens podem ser construídas, mas a impossibilidade de serem mantidas talvez não valha o risco.

A meu ver, dois pontos devem ser considerados e lembrados. Os segmentos, grupos sociais sempre existiram. As redes sociais são formações desde os primórdios da comunicação de massa. O que não havia é a facilidade de encontra-se os afins, obter informações acerca desses e a ausência das barreiras geográficas. Estas são exclusividades das ferramentas oriundas da Internet. Logo, lidamos com o que já conhecemos, redes sociais, mas com o acréscimo de ferramentas que mudam a rotina das antigas interações - aplicativos de mensagens instantâneas, chat, Facebook, Instagram, Twitter, as chamadas mídias sociais.

Diante do já exposto, estou demonstrando que na sociedade em rede em que vivemos, o trabalho realizado em torno da construção da imagem deve ser pautado pela valorização das características positivas e distanciamento das menos aceitas ou negativas. Impor a imagem do candidato e saber responder, reagir (ou não) a crítica com sabedoria e estratégia. Contudo, não construir algo que não possua bases sólidas. O trabalho de marketing não deve criar um personagem, mas sim, lapide o que já possui.

Por fim, aprendi nos meus estudos, que se completa a minha experiência de longos anos atuando no campo político, que toda e qualquer imagem precisa ser meticulosamente planejada e disseminada com antecedência, se possível. Trata-se de uma construção de um processo, e isso se estende ao discurso, às palavras utilizadas, a tonalidade destas, mas também à gesticulação, à expressão facial, à roupa utilizada, à luz e a outros mecanismos que, muitas vezes, ganham ou perdem uma eleição. É fato que as pessoas escolhem um candidato pela impressão que suas atitudes passam!


Amaury Cardoso

Graduação em Física/ Pós em Gestão Pública/ Pós em Estratégia Política/ Especialização em Ciências Políticas/ Cursando MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia.

blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

A CRESCENTE ESPETACULARIZAÇÃO DA POLÍTICA - Artigo: janeiro/2024


A sociedade contemporânea atravessa um século marcado por incertezas, instabilidades e vislumbra um futuro de profundas e ameaçadora transformações. Cada vez mais temos a sensação de que tudo pode acontecer, e que o improvável e o previsível não são mais tão impossíveis assim.

Com a política essa sensação é ainda mais sentida. Percebo que as pessoas estão inquietas com o andamento do processo político. Daniel Innerarity, catedrático em filosofia política e social afirma que o que torna a política tão perturbadora é a imprevisibilidade da próxima surpresa que os cidadãos estão preparando para seus políticos. Ninguém sabe ao certo como funciona essa relação entre cidadãos e políticos, que se tornou uma verdadeira “caixa-preta” da democracia. Impera para todo lado uma medida excessiva de acaso e arbitrariedade. Ao concordar com o seu ponto de vista, entendo que toda essa incerteza coloca desafios especiais para as ciências que lidam com a interpretação de assuntos políticos.

Esse momento sombrio da política nos traz o sentimento de que precisamos urgentemente de novos conceitos para entender as transformações da democracia contemporânea e não sucumbir em meio a incertezas causadas por seu imprevisível desenvolvimento. Max Weber nos ensinou que o resultado da atividade política raramente responde à intenção primitiva do ator. Quem desconhece essa máxima não sabe nada sobre como a política funciona.

O que percebemos já a algum tempo é que o embate político acontece sem que a realidade este envolvida e gira em torno de ficções úteis. Assistimos a crescente espetacularização da política, e já se sabe que uma boa história, mesmo que ilusória diverte mais que os fatos. As redes sociais permitiu uma grande amplitude ao aspecto irreal da política ao facilitar a disseminação de todo o tipo de opinião e sua vastidão de afirmações sem nenhum tipo de critério. É fato que as redes sociais democratizam na mesma medida em que desorientam.

T.S. Eliot afirmou que os seres humanos não podem suportar muita realidade, porém não podemos deixar de admitir que estamos em pior situação quando rodeados de muita incerteza. Se é verdade que nossa época é caracterizada por incertezas e medos, não é estranho que o lugar das construções ideológicas esteja parcialmente ocupado por pequenas narrativas de conspirações que se multiplicam para explicar o que de outra forma não compreenderíamos. Quando os fatos são frágeis as fabulações se tornam irresistíveis.

Na política, mas não somente nela, a partir do momento em que tudo é visto, as sociedades adquirem um poder de que pouco dispunham a tempos atrás. Os eleitores estão cada vez menos previsíveis, mais indignados e voláteis. Tudo isso se deve ao fato de que aumentaram as possibilidades de observar as pessoas sobre questões que antes eram protegidos da visão pública, mantidas na esfera privada. Hoje qualquer pessoa pode ver quase tudo e divulgar a descoberta. Anthony Giddens afirma que os antigos mecanismos de poder não funcionam em uma sociedade na qual os cidadãos vivem no mesmo ambiente de informação daqueles que os governam. Isso não significa afirmar que o sigilo e a dominação serão completamente abolidos, mas que eles estão sendo reduzidos em virtude da configuração de uma humanidade observadora que tem cada vez mais instrumentos para saber o que acontece nas tramoias do poder e nos espaços de intimidade.

O mundo se tornou um lugar publicamente vigiado. As dinâmicas de contestação significaram a entrada das sociedades no debate político. Essa vigilância já contradiz o mero jogo do poder ou o benefício da ignorância que tem sido muito útil para os poderosos que se prolongam no poder. A política a muito tempo tira proveito do benefício da ignorância das grandes massas de excluídos do conhecimento. Essa condição vem se perdendo na proporção que novos atores estão monitorando e denunciando, e dessa forma desestabilizam cada vez mais a capacidade de o poder se impor de forma coercitiva.

Segundo Daniel Innerarity, uma sociedade na qual todos veem, todos comparam, de tecnologias abertas e fáceis de usar, no mundo das redes, as fronteiras perdem sua capacidade de delimitação e reserva. Essa configuração aberta contém, ao mesmo tempo, possibilidades de avanço e retrocesso democrático que precisamos aprender a gerenciar. O espaço aberto da internet, graças ao qual monitoramos e processamos quem governa, é o mesmo no qual são realizados linchamentos digitais, notícias falsas e ataques cibernéticos. A vulnerabilidade dos espaços digitais, que era uma boa notícia para os cidadãos observadores, torna-se agora uma má notícia para o exercício da vontade popular.

Esse tema poderia ser mais explorado, mas perderia o interesse ao se tornar longo.


Amaury Cardoso

Físico/Gestor Público/Especialização em Ciências Políticas/Cursando MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia.

Blog de artigos:  www.amaurycardoso.blogspot.com.br

domingo, 28 de janeiro de 2024

EM UMA DISPUTA ELEITORAL, É NECESSÁRIO IMPOR SUA IMAGEM. - Artigo: dezembro/2023


Com base na afirmativa de que para ser um vencedor, o candidato precisa possuir não apenas preparo e um bom plano de governo, mas também ser capaz de se comunicar com eficácia para os mais diversos perfis de público, e face ao fato de que a cada eleição ficar mais evidente que, - em razão ao desinteresse que a grande maioria da sociedade tem em relação a classe política, que reflete sobre a política de um modo geral -, os processos eleitorais que se sucedem são vistos com desconfiança, descrédito e desinteresse pela maioria dos eleitores. Diante dessa realidade as campanhas eleitorais tem tornado cada vez mais difícil aos candidatos a um cargo eletivo conquistar a necessária confiança e credibilidade dos eleitores. 


Esse fato tem exigido que o candidato esteja bem preparado e bem assessorado, pois é cada vez mais importante que o candidato se apresente com um perfil de seriedade e demonstre ao eleitor estar preparado, apresentando propostas factíveis voltadas para as questões sociais que mais afetam a população. Seu programa de governo precisa ser convincente aos olhos da população (eleitores), e para tal precisará, acima de tudo, convencer que são eficazes e eficientes.


Contudo, embora o afirmado acima seja fundamental, por si só não garante a eleição. Está claro que o sucesso de um político na sociedade contemporânea depende diretamente da visibilidade pública e da repercussão positiva de sua imagem no cenário em que está inserido. A imagem de um político pode ser comparada a um rótulo de um produto na prateleira de um supermercado. Trata-se da identidade que aquele candidato/político quer passar para a sociedade e seus atuais e futuros eleitores, seja tradição ou quebra dela, confiabilidade, competência administrativa ou outros atributos que possam atrair determinado público ou segmento. Tenha certeza, esse perfil será determinante!


Durante todo o longo período de campanha as imagens do candidato devem ser construídas com relativa facilidade, utilizando códigos ou formulas calcadas, sobretudo, na dramatização da vida do candidato, principalmente no horário eleitoral gratuito. Entendo ser necessário apresentar histórias recheadas de valores sociais moralizantes e aspectos intimistas do candidato em questão - o candidato precisa expor seu lado humano, seu lado família.


Precisa estar claro para o concorrente a um pleito eleitoral que hoje esse cenário/personagem/roteiro construído corre sérios riscos de ser desvendado em um tuíte, uma foto ou stories no Instagram ou na marcação em postagem no Facebook. Qualquer informação torna-se pública em tempo real - e a todo tempo. Logo, construir se torna palavra perigosa.


O eleitor, do outro lado da tela - e são várias, TV, celular, computador -, tem a possibilidade de interagir, se posicionar e até ajudar a construir uma imagem positiva de um candidato - na mesma medida em que está com a faca e o queijo na mão para destruir qualquer história bem ou mal contada. 


O novo modelo de propaganda da informação - com o advindo da internet - mudou radicalmente a forma de "construção" de uma imagem. Uma aliada contraditória surge com a sociedade em rede: as mídias sociais. Ou ferramentas de redes sociais. Isso, porque imagens podem ser construídas, mas a impossibilidade de serem mantidas talvez não valha o risco. Faço essas observações para afirmar que lidamos com o que já conhecemos, redes sociais, mas com o acréscimo de ferramentas que mudam a rotina das antigas interações - aplicativos de mensagens instantâneas, chat, Facebook, Instagram, dentre outras chamadas mídias sociais.


O que aprendemos é que na sociedade em rede em que vivemos, o trabalho realizado em torno da construção da imagem de um candidato deve ser pautado pela valorização das características positivas e distanciando das menos aceitas ou negativas. Impor sua imagem e saber responder, reagir (ou não) a crítica com sabedoria e estratégia. Importante destacar que a credibilidade é fundamental. Em uma campanha eleitoral não se deve construir algo que não possua base sólidas. É um grave risco, um erro irreparável, criar um personagem distante do perfil do candidato. O necessário é lapidar o perfil que o candidato possui. 


Essas observações que faço estão calcadas em décadas de aprendizado prático através da minha trajetória política e a experiência reunida com suas mudanças e nos diversos processos eleitorais vivenciados. É verdade que o fato de estar finalizando o curso de MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia tem me oportunizado aprofundar meus conhecimentos no campo das renovadas estratégias política/eleitoral.


Por fim, aprendi que em processos eleitorais o objetivo principal de um candidato deve ser o de persuadir o eleitor, conquistar sua confiança e assegurar o seu voto, e a retórica argumentativa, bem elaborada e aplicada é peça fundamental para o convencimento e consequente conquista da confiança do voto, que é garantido quando o político/candidato consegue cativar o público. Outro aliado de fundamental importância é possuir “jogo de cintura", pois será de grande valia para enfrentar e vencer as adversidades que se apresentarem. Humildade, habilidade de ouvir, ter postura, perfil de seriedade, boa aparência, agir com naturalidade e demonstrar preparo e competência sobre os temas abordados são primordiais perante o julgamento do público eleitor.


Amaury Cardoso

Físico, Pós graduado em Gestão Pública, Especialização em Estratégia e Política, Especialização em Ciências Política e MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia.


PONTO DE VISTA

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Os efeitos da Globalização e do Tecnocapitalismo no Mundo Contemporâneo. Artigo: Outubro/2023

 


A globalização pode ser entendida como um processo multidimensional que não se restringe só à vertente econômica, mas envolve também dimensões políticas, de segurança, cultural e ambiental. Este processo está associado ao crescimento dos fluxos de comércio e investimentos internacionais, reforço da concorrência, à celeridade e facilidade das comunicações, ou ainda à convergência de valores culturais e da consciência sobre os problemas globais, designadamente os ambientais.

O surgimento deste novo modelo induz os Estados à uma nova condição socioeconômica, obrigando-os a uma reavaliação de seu papel nos processos decisórios e modificação de postura em relação a questões como a desigualdade social, o desequilíbrio no acúmulo de capital e a corrupção, tidos como efeitos causados pela globalização.

Ao mesmo tempo, a evolução tecnológica e a interdependência de mercados internacionais permitem que as mudanças ocorram em um espaço de tempo cada vez menor, causando impactos cada vez mais intensos. Estes impactos provocam a necessidade de acompanhamento do capital humano dos países, principalmente daqueles que estão em processo de desenvolvimento, de modo a se tornarem aptos para concorrerem com outros países no mercado internacional.

Sendo assim, as novas relações tanto políticas, quanto econômicas permitiram que empresas se internacionalizassem graças ao aperfeiçoamento da tecnologia em vários países e, com isso, instaurando um processo de co-dependência entre as nações. Esta condição, do ponto de vista da economia política, resultou no denominado “tecnocapitalismo”, cujas características relacionam-se ao aumento do poder do mercado e ao declínio do Estado nação, acompanhado do crescente poder e influência das corporações transnacionais nas decisões estatais, de modo a facilitar e criar condições favoráveis à reprodução do capital.

Em suma, o capitalismo contemporâneo ou tecnocapitalismo, baseia-se na estrutura do capital e da tecnologia, que produzem novas formas de cultura, sociedade e cotidiano social. Secundo Douglas Kellner, “Nas últimas décadas, a indústria cultural possibilitou a multiplicação dos espetáculos por meios de novos espaços e sites, e o próprio espetáculo está se tornando um dos princípios organizacionais da economia, da política, da sociedade e da vida cotidiana.” (Douglas Kellner, “A cultura da mídia e o triunfo do espetáculo”, In Líbero. São Paulo, vol. 06, n.11, p.05).

Especificamente em nosso país, ocorreram intensas transformações nas últimas décadas, patrocinadas pela mudança de regime político, onde a sociedade obteve o direito de participar das decisões de Estado.  A exemplo de outros países, a nossa economia, passou pelo processo de estabilidade monetária e decréscimo inflacionário desde a década de 90, onde buscou se tornar um país economicamente maduro e seguro, apto a receber investimentos externos e internos, de forma a comportar um crescimento econômico linear e equilibrado, com a finalidade de contemplar e suprir as demandas dos mais variados segmentos da população brasileira.( Infelizmente a partir de 2010 as políticas econômicas adotadas aliadas a generalização da corrupção levaram o Brasil a um retrocesso deste processo.)

Em virtude das mudanças associadas aos efeitos da globalização, houve a necessidade de alterações na normatização legal até então vigente, de forma a compatibilizá-la à nova configuração socioeconômica estabelecida, uma vez que este ajustamento às novas estruturas se evidencia como uma condição sine qua non para o desenvolvimento econômico de qualquer país. 

A exemplo de outros tantos países onde vigora o sistema capitalista, o Brasil também adotou as novas regras e as novas formas de tecnologia com o objetivo de inserir-se ao mundo globalizado, onde as relações econômicas se tornam cada vez mais competitivas. Ressalta-se neste sentido, que não somente aderiram à estas regras os países capitalistas, como também a China, onde as relações socioeconômicas até então, eram essencialmente de cunho socialista.

Por fim, a globalização, em suas diferentes modalidades de expressão e realização, tem o Estado cada vez mais sob o controle das organizações e das corporações transnacionais, onde instituições que normalmente controlam poderes econômicos e políticos se tornam aptas a se sobrepor e impor controle sobre os Estados. Tem poder de influenciar governos, aparelhos estatais, burocracias e tecnocracias e estabelecem objetivos e diretrizes que se redirecionam às sociedades civis, no que concerne às políticas econômico-financeiras.



Amaury Cardoso

Físico/Gestor Público/Especialista em Ciências Políticas

www.amaurycardoso.blogspot.com.br

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

A EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO POLÍTICA. - Artigo: setembro/2023.

(Este texto foi elaborado através de estudos do meu curso, em andamento, de MBA Marketing Político Eleitoral, Gestão e Estratégias)

É fato que a genialidade humana é o que muitas vezes provocou as rupturas históricas. Inicio a minha dissertação sobre a evolução dos meios de comunicação destacando a frase de Marshall McLuhan, grande estudioso da comunicação que escreveu na década de 1960 um livro chamado “O Meio é a Mensagem”, que diz: “Os homens criam as ferramentas e as ferramentas recriam os homens”.

Marshall McLuhan não conheceu a internet, pois veio a falecer em 1980, mas ficou conhecido por vislumbrar a internet quase trinta anos antes dela ser inventada. Ele falava que a televisão iria aproximar os cantos mais distantes da terra e transformar a grande civilização mundial numa “Aldeia Global”, termo cunhado por ele. Acredito que essa frase citada acima sintetiza vários momentos históricos que provocaram grandes transformações.

Feita essa introdução, passo a expressar o meu ponto de vista sobre a evolução dos meios de comunicação que levou, também à evolução da comunicação política. O impressionante desenvolvimento dos meios de comunicação, ao longo do século XX, modificou todo o ambiente político. O contato entre líderes políticos e sua base, a relação dos cidadãos com o universo das questões públicas e mesmo o processo de governo sentirem, e muito, o impacto da evolução tecnológica da mídia.

Já no começo do século XX, fez-se notar a presença do rádio, um importante veículo de comunicação que contribuiu muito para formar opinião por tratar-se de um veículo ágil que passa o sentimento de se dirigir exclusivamente ao indivíduo e não a multidão por conta de sua técnica de construção textual e oral, que dá a impressão de falar com emoção com cada ouvinte em exclusividade, razão pela qual se transformou em um canal de forte apelo popular, se mostrando um importante instrumento de propaganda. Os novos meios exigiam novos tipos de políticos, que soubessem como utiliza-los. 

Com a chegada da televisão a imagem em movimento passou a ser o grande trunfo desta mídia, ainda mais transformadora, em relação ao rádio e ao jornalismo impresso. O papel da palavra neste veículo, cujos atributos são o imediatismo, a agilidade e a instantaneidade, é dar um apoio ao visual e criar um amálgama tal que transmita a mensagem de maneira clara, sem redundâncias entre o texto e a imagem, sendo necessário a utilização de frases curtas, organizadas na ordem direta, sem intercalações, claras, objetivas e diretas. O bom aproveitamento da mídia televisiva é quando o comunicador consegue tocar o coração das pessoas e criar intimidade com elas.

Com a chegada do século XXI, surgiu a propaganda política na web, um estrondoso desenvolvimento dos meios de comunicação. A internet e as redes sociais vêm ocupando e expandindo seu espaço de comunicação, alcançando uma importância fundamental como veículo de comunicação virtual. A internet se apresenta com uma característica revolucionária ao promover uma democratização da comunicação com um diálogo com fluxo constante entre pessoas, com capacidade de permitir novos relacionamentos, novas formas de consumo informativo, intercâmbio de palavras de áudios e vídeos, toda uma espécie de descentralização do produzir comunicação que antes da chegada da internet estava centrado nas mãos dos veículos de comunicação tradicional.

A internet democratiza o fazer política, e torna-se uma grande arena de debates. As redes sociais passaram a ser uma ferramenta altamente transformadora que pouco a pouco vai ampliando oportunidades, vai permitindo intercâmbios opinativos e informativos que outrora as pessoas não tinham a possibilidade de exercer.

Se nós considerarmos a comunicação impressa, o rádio e a televisão, fica evidente que nesses veículos a comunicação tinha peso de influência maior do emissor da comunicação em relação ao receptor, ou seja, em relação as pessoas que recebiam os conteúdos. Já na internet não, todos somos produtores e receptores de conteúdo. Esses conteúdos podem ser discordância, concordância, elogios, críticas, sugestões e uma série de outras ações que passaram a se potencializar com frequência constante no dia a dia das pessoas. Face a isso, surgem uma nova leva de políticos que precisam saber como dialogar com jovens, pessoas de meia idade e até mesmo com idosos por meio de ferramentas digitais e redes sociais.

Hoje, as redes sociais impõem uma necessidade bastante acelerada de informalidade, uma comunicação mais transparente, mais ágil que simbolizem mais credibilidade, e que possam atingir pessoas das mais variadas camadas sociais e faixa etária. A comunicação nas redes sociais, precisa ser uma comunicação menos formal, menos dura e sisuda. 

Por fim, entendo que cada vez mais a comunicação política precisa ser trabalhada como uma ferramenta importante e estratégica, como uma oportunidade de maximização de conteúdos onde haja profissionalismo, onde não se faça chutômetro ao escuro. É necessário ressaltar que a profissionalização da comunicação política marca a transformação de dois modelos, um marcado por relativo amadorismo e outro caracterizado pelas influências dos consultores políticos.

Amaury Cardoso

Físico/Pós graduado em Gestão Pública – Políticas Públicas e Governo/Especialista em Estratégia Política/Especialista em Ciências Políticas/Cursando MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégias.

Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br 


segunda-feira, 28 de agosto de 2023

AS CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS DE UM RETROCESSO DOS VALORES MORAIS E ÉTICOS. - Artigo: Agosto/2023

 


A literatura de vários estudiosos da ciências políticas, pensadores das mais diferentes tendências ideológica, tem alertado sobre o alto risco da crescente marcha suicida da política que vêm sendo alimentada pela perda de todo princípio ético e moral presente no perfil de grande parcela dá representação política, que tem como consequências trágicas o crescente descrédito da democracia representativa e a desagregação moral do Estado, ambas tendências avassaladoras e de forte influência degenerativa de uma sociedade.

A crise moral e ética, em especial nos atores políticos, não surgiu inesperadamente e muito menos é um mal do momento. O processo de formação civilizatório, bem como o processo de formação política, está repleto de exemplos de desvios morais e éticos que causaram consequências que levaram a fragilidade do corpo social, por tanto, males profundos que deixaram sequelas nocivas a formação de caráter de gerações que se seguiram, em razão disso afetando os alicerces da sociedade.

No caso específico do nosso país, esse processo de degeneração social tem levado o Brasil a um retrocesso de valores morais e abalado alicerces éticos chegando, em algumas situações, a atingir o âmago da nacionalidade. Mais recentemente, com o fim do regime militar e o início da chamada “Nova República”, a sociedade brasileira, em decorrência da universalização das redes sociais, estarrecida e indignada, têm assistido escândalos de corrupção sistêmica na máquina pública com casos comprovados de desvios de bilhões de seu erário, com o agravante da impunidade de vários atores envolvidos.

No atual momento político da vida brasileira é lamentável constatar-se tanto a corrupção administrativa como a falta de pudor e princípios morais e éticos na vida social e privada, que tem deixado como consequências graves um círculo vicioso que produz a destruição do princípio moral e, como consequência, tem atingido a estrutura familiar e degenerado sequências dê gerações que aprofundam a degenerescência social, com crescentes casos de violência, criminalidade, desrespeito e intolerância social. Diante deste cenário, se não houver uma mudança brusca e profunda, teremos uma sociedade com casos crescentes de pessoas com deformação de caráter contaminando toda uma coletividade cujos os danos socias serão enormes, ameaçadores e de resultados assustadores.

A saída dessa situação que nos levará ao caos social está na criação de condições para a construção da cidadania responsável, elegendo a probidade, a retidão, a ética e a legalidade como alicerce garantidor da formação de indivíduos probos e de sólida formação de valores morais e éticos. Está longe de ser uma utopia a construção de uma sociedade mais desenvolvida e com justiça social, contudo leva tempo e não se pode perder mais tempo em razão da ameaça dê que esse retrocesso venha a contaminar a principal estrutura de uma nação que é o seu povo.


Amaury Cardoso
Bacharel e Licenciatura plena em Física/Gestor Público /Especialista em Ciências Políticas.


segunda-feira, 31 de julho de 2023

O CAMINHO DAS TRANSFORMAÇÕES POPULARES NUNCA FOI CURTO, MAS POR VÁRIAS VEZES CONQUISTADOS! - ARTIGO: julho/2023


Diante do cenário desolador em que se encontra o sistema político/eleitoral em nosso país, não seria exagero afirmar que não percebo a existência de partidos políticos que defendam rupturas com a ordem instituída. Estamos atravessando um cenário político turbulento diante de uma massa social indignada, descrente da política e desconectadas dos seus “representantes políticos”, onde os movimentos sociais, criminalizados, ou se acomodaram com o pouco que lhes foi concedido ou estão isolados e sem forças. O que a tempos atrás era reconhecido como um campo político popular e democrático, com peso político para influir nas decisões políticas, está fragmentado e sem capacidade de falar para o conjunto da sociedade, muito menos influir nas decisões de governo, salvo pequenas variações.

O que se percebe, em razão do grande número de partidos desgastados e desconectados com a sociedade, é que está sendo produzida manifestações de grupos de militantes sociais e políticos que se formam aqui e ali, inconformados com a ausência de um projeto estratégico de transformação social para o Brasil, que discutem, de maneira molecular e atomizada, como criar condições para que o tema seja retomado e se coloque de uma maneira mais ampla em nossa sociedade.

Acredito que às perguntas que persegue muitos brasileiros sejam: Qual o Brasil que queremos para um futuro próximo. Conseguiremos superar esse enorme fosso da desigualdade entre a imensa maioria pobre e a minoria rica. Conseguiremos interromper a devastação ambiental que o atual modelo de desenvolvimento provoca. Será que conseguiremos construir um Estado democrático capaz de impor uma regulação e limites à voracidade do capital.

Infelizmente o que se constata é que não ocorre uma disputa política, nem sequer nas campanhas eleitorais, por alternativas de desenvolvimento. Os partidos políticos não incorporam compromissos com temas relevantes para a sociedade e a grande maioria dos políticos consideram desenvolvimento o que na verdade é eventual crescimento econômico.

Percebo e defendo que as contradições políticas desse momento produzem pequenas e grandes rupturas, e essas abrem espaços para o novo! Para tal, é necessário romper com a barreira das fragilidades que foram impostas a imensa parcela da população, que se encontram incapazes de se tornarem protagonistas das mudanças que tanto anseiam em razão da incapacidade de exercerem um qualificado pensamento crítico ao poder dominador, político e econômico, que mantém e aprofunda a exclusão social e a produção da desigualdade, priorizando a concentração de riquezas.

Por fim, está claro que a dificuldade de se conquistar as transformações que a grande parcela da sociedade brasileira deseja está na incapacidade da grande massa populacional pelo fato de possuir ausência de uma reflexão teórica e coletiva, o que os priva de um ferramental analítico indispensável para a formulação de alternativas, sendo a produção e universalização do conhecimento uma questão nevrálgica.

As formas de opressão que garantem a permanência do atual modelo político estão alicerçadas em discriminações que criam e mantém os cidadãos de segunda classe, chamados de marginalizados, e isso só se supera com educação pública de qualidade, muita democracia, cidadãos participativos e com consciência política. O processo histórico político tem confirmado que só se consegue profundas transformações através de muita pressão social e grandes mobilizações que assegure a sociedade o controle social sobre o governo e suas políticas públicas. O caminho das transformações populares nunca foi curto, mas por várias vezes conquistados!


Amaury Cardoso
Físico/Gestor Público/Especialista em Ciências Políticas.

Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br  

segunda-feira, 19 de junho de 2023

O DESAFIO DE SE IMPLANTAR UMA NOVA VISÃO MODERNA DE GESTÃO PÚBLICA! - Artigo: junho/2023


Em razão de tudo que tenho visto nestes meus quarenta anos como servidor e gestor público, tendo atuado em várias instancias (municipal, estadual e federal) do serviço público, tenho a segurança ao afirmar que o gestor público precisa se reinventar a cada dia. Faço essa afirmação por reconhecer como é difícil exercer as inúmeras tarefas e cumprir com eficácia as atribuições de gestor público. Essa afirmação está pautada na dificuldade de um administrador público atender inúmeras demandas, muitas das vezes totalmente conflitantes, que surgem diariamente trazidas por diferentes grupos sociais. Fazer políticas públicas diante desse cenário não é tarefa simples em virtude de exigir do gestor público uma gama de informações sobre a situação que se apresenta.

Pensar a gestão de uma cidade é um tremendo desafio, exigindo do gestor experiência, perspicácia e acima de tudo sabedoria para identificar as ferramentas certas que evite erros e garanta o efetivo êxito dás políticas pública a serem aplicadas.

Todo grande gestor necessita ter um amplo e eficaz programa de governo, apoiado em um plano estratégico, com metas objetivas, factíveis e bem representativas no que tange a sua finalidade e alcance da sua ação. Tal resultado só será alcançado se houver uma avaliação rigorosa através de acompanhamento sistemático dos projetos baseado na garantia de dados qualificados, visando com isso viabilizar o devido uso racional dos recursos públicos. Assegurar a transparência nas ações de governo e aplicação dos recursos públicos é imprescindível a um qualificado e bem intencionado gestor público!

Com o objetivo de garantir a melhor atualização dos recursos públicos, entendo que se torna necessário que todas as decisões do gestor público sejam tomadas pautadas em análises rigorosas da efetividade das políticas públicas, que devem ser baseadas em dados seguros e concretos sempre após ter ouvido as manifestações da população a ser beneficiada. Tal procedimento se tornou ainda mais abrangente em razão das novas tecnologias digitais que permitem um canal direto de comunicação entre os agentes públicos e os cidadãos. Afinal, a participação da sociedade é fundamental e garantidora do êxito de qualquer política pública.


Amaury Cardoso

Físico/Gestor Público/Especialista em Ciências Políticas
Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br


O QUE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO NA HORA DE SE PENSAR NA CONSTRUÇÃO DA PRÓPRIA IMAGEM. - Artigo: fevereiro/2024

Aprendi nos meus estudos de MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia, que o Marketing Político, Eleitoral e Pessoal é extr...