segunda-feira, 25 de novembro de 2019

ATRAVESSAMOS UM PANORAMA INSTITUCIONAL CONFUSO - ARTIGO: OUTUBRO/2019




Os movimentos de rua que surgiram em nosso país a partir de 2013 tiveram como epicentro a decadência do sistema político/eleitoral e a crise crescente da democracia representativa diante de uma sociedade indignada com a forma de atuação da política tradicional, desconectada com a realidade da sociedade contemporânea e ultrapassada nos seus métodos de atuação. 



Atravessamos a segunda metade da segunda década do século XXI sobre um contexto de estagnação econômica, de perda da capacidade do Estado de conduzir políticas públicas e manter o equilíbrio fiscal, de explosão do desemprego, de reversão dos indicadores sociais, de quebra das expectativas em relação ao futuro, de aumento e generalização da violência, de funcionamento temerário das instituições e do maior nível de desprestígio da classe política, que culminou com o evidenciamento do maior caso de corrupção sistêmica e institucionalizada já vista na máquina pública. Infelizmente, esse foi o cenário que balizou as eleições de 2018, e, dependendo do momento político eleitoral, favorece a eleição de candidaturas extremistas no campo da esquerda e da direita.



Partindo do pressuposto de que “a democracia é um sistema de equilíbrio baseado na crença de que as regras serão respeitadas por todos e que, quando alguma força política atua a revelia dessas regras”, podemos afirmar que vivemos momentos preocupantes em razão do fato do equilíbrio entre os poderes está se desfazendo, e quando isso ocorre oferece um sério risco a estabilidade democrática, sendo urgente a adoção de medidas de freio e contra pesos entre os três poderes: executivo, legislativo e judiciário. 



Entendo ser essa a preocupante crise aparente, diante de um panorama institucional confuso. No campo político, percebe-se que as lideranças políticas atuais vieram da redemocratização e perderam a credibilidade perante a sociedade, e as poucas que mantiveram sua credibilidade envelheceram. Diante desse fato, o país carece de novos lideres e vive a alternância no poder de salvadores da pátria, agravado com a insistente negação do Congresso Nacional em conceder à sociedade brasileira a tão exigida reforma política.



Se serve como consolo, compartilhamos nossas dificuldades com varias outras sociedades do mundo globalizado que desperdiçam oportunidades para avançar no campo político, econômico e social que os impedem de atingir patamares decentes de desenvolvimento nesses três campos, e, consequentemente, de alcançarem patamares decentes de vida para todos.      




Amaury Cardoso
Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br

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