domingo, 29 de dezembro de 2013

O PASSIVO DE DÉCADAS. Artigo: Dez de 2013

                              
Ao término de cada ano procuramos fazer um balanço de como transcorreu a nossa vida dentro do planejamento que tinhamos feito para o novo ano. Vericamos nossa evolução e conquistas, nossos fracassos e fazemos um contra ponto afim de verificar se alcançamos a meta sonhada. No plano governamental não é diferente, nossas expectativas, também, são avaliadas sobre o angulo do desenvolvimento e melhoria da nossa qualidade de vida.  Vamos iniciar o ano de 2014 com a sensação dos anos anteriores, de que continuamos com questões fundamentais ao nosso desenvolvimento que deveriam ter sido resolvidas, ou pelo menos avançado, e que não foram.

As carências e desafios que o país tem pela frente são enormes. No meu entender as mais evidentes são: O fato de as bases para o crescimento serem ainda precárias, como os baixos níveis de investimentos, o indice elevado de pessoas pobres e extremamente pobres, as deficiências de infraestrutura, a situação da degradação do meio ambiente e os níveis flagrantes e insatisfatórios dos nossos indicadores educacionais, que pela importância, por ser a base fundamental para o desenvolvimento de uma nação, destaco como referência do fracasso das ações de governo que, com o argumento de que não dá para resolver tudo, nossos governantes deixam de deliberar sobre questões impresindíveis, cuja a principal é o nosso sistema educacional.

Partindo da premissa de que a educação de um país é reflexo de sua cultura, sua história e suas aspirações, confirmamos o nosso fracasso diante do cenário onde a educação é prioridade apenas no papel e no discurso, perpetuando o descaso, o desrespeito e a violência, e o que é pior, a sociedade a tudo assiste passivamente, não obstante as manifestações ocorridas em meados desse ano.

Os resultados mediocres do nosso sistema educacional, revela a imperiosa necessidade de intervenções severas, criativas em todos os níveis. O que não se pode é querer esconder o nosso atraso destacando avanços da educação no Brasil com enfoque na quantidade de pessoas em idade escolar atendidas, quando na qualidade evidenciamos o nosso atraso, que muito nos envergonha.

O aumento percentual e do número absoluto de analfabetos entre os jovens é inaceitável, e evidencia o Brasil como um dos países mais desiguais do mundo, onde a maioria da população jovem não terá qualificação a altura das exigências do mercado de trabalho, confirmando que a questão social só será de fato equacionada com avanços na capacidade de o país competir, razão direta de uma boa educação. Se não houver mudanças drásticas e responsáveis no sentido de elevar o patamar do nosso sistema educacional, em todos os níveis, continuaremos condenando amplas camadas da população a viverem dependentes de “gastos sociais”.

O governo tem sinalizado com a elevação de recursos para a educação de cerca de 6% do PIB para 10%. Contudo, alguns especialistas argumentam que o nosso atraso educacional não esta vinculado apenas na questão de aporte orçamentário, afirmando: “ que não solucionará o problema da baixa qualidade da educação em nosso país se não focar nossa atenção na melhora da gestão, não injetando mais recursos num sistema que apresenta mau desempenho”, o que a princípio concordo.

Entendo haver a necessidade de se buscar alterar a formação e qualificação dos professores, bem como o sistema de administração escolar, com políticas específicas para escolas que atendem crianças e jovens de famílias mais pobres, onde o regime de horário integral e infraestrutura de qualidade são fundamentais, além da modernização do currículo escolar, adequando-o aos tempos atuais.

As estatisticas confirmam o grande número de adolescentes na faixa etária de 15 à 18 anos que não tiveram a oportunidade de uma boa educação, e se encontram fora do mercado de trabalho. É importante proporcionar a essa população jovem uma capacitação técnica adequada, de qualidade, com oportunidades de estágio através de um vínculo direto das escolas técnicas com às empresas do setor produtivo, que passa a ter envolvimento no processo de formação profissional.

Não há nada de novo no que escrevo, porém, não escapam os indisfarçáveis sinais dos males que atingem o núcleo do processo educacional brasileiro, e que a décadas são apontadas como o maior obstáculo para se alcançar o desenvolvimento humano, econômico e social, com um saldo de geração após a outra perdidas, e o país vem amargando futuros medíocres. Enfim, do que já li sobre o tema, me deparei com uma lista variada de propostas de especialistas no assunto educação que precisam ser implementadas, mas o que se percebe é que para cada meta é necessário enfrentar interesses estabelecidos, resistências. É um processo longo que precisa ser superado, espero, para o bem do nosso país, que até 2022, ano que completamos o bicentenário, tenhamos uma realidade de país desenvolvido. Por fim, continuamos sonhando com o Brasil do futuro.



                                                                                     Amaury Cardoso
                                                               Blog:  www.amaurycardoso.blogspot.com.br
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