quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

NO BRASIL, DIANTE DO DESMONTE DO COMBATE À CORRUPÇÃO, O QUE COMEMORAR NO DIA MUNDIAL DE COMBATE À CORRUPÇÃO. - Artigo: Dezembro/2021


Tenho o entendimento de que não se constrói cidadania plena se não for baseada em valores morais e éticos e também, consequentemente, não se constrói um país sem que as garantias ao combate à corrupção sejam priorizadas!

Diante desse entendimento, é surpreendente e vergonhoso o desmonte que os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) vem promovendo contra o combate à corrupção em nosso país, que tem como resultado à volta do ambiente que favorece a permanência da corrupção, através de garantias a volta da impunidade. Esse retrocesso é de indignar!

Garantir a transparência nos atos praticados por agentes públicos, em especial no trato aos recursos públicos, é de caráter fundamental e imprescindível, sendo o fim do foro privilegiado, o fortalecimento da lei de Improbidade Administrativa e o restabelecimento da prisão em segunda instância essenciais ao processo de combate à corrupção.

A sociedade precisa exercer seu poder de pressão junto aos três poderes, em especial junto ao Congresso Nacional, visando o restabelecimento do processo de fortalecimento ao combate à corrupção. Precisamos ter a consciência de que não podemos desistir da política, muito menos criminaliza-la, e sim combater e extirpar da política os maus políticos, tão nocivos ao avanço da democracia representativa.

A população brasileira precisa estar unida e mobilizada contra aqueles que, nos três poderes, conspiram contra o avanço ao combate à corrupção, e rejeitar as ações em curso que contribuem para um retrocesso deplorável contra o combate à corrupção, e com isso o retorno à impunidade.

Infelizmente, hoje, Dia Mundial de Combate à Corrupção, não temos muito a comemorar, razão pela qual entendo que a vigilância e resistência da sociedade brasileira contra o desmonte ao combate à corrupção em nosso país precisa ser constante e crescente. 

À corrupção, em qualquer lugar, não pode ser vista e aceita como algo normal, pois assim sendo se perde o entendimento de que cada pessoa deve ter a necessária essência do cultivo de valores morais e éticos, imprescindível a construção de uma nação.

Por fim, gostaria de destacar a importância das instituições democráticas e a necessidade de fortalecê-las, em especial o ministério público, pois são relevantes no combate à corrupção.


Amaury Cardoso
Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br

domingo, 21 de novembro de 2021

O FUTURO DO BRASIL DIANTE DE UMA ECONOMIA VOLÁTIL. - Artigo: Novembro/2021.

Cada governante tem o seu estilo, sua visão própria e capacidade de gestão, bem como suas prioridades baseadas em sua convicção política. Diante dessa afirmativa, seria um erro avaliar que nossos problemas se devem somente as pessoas, muito menos ser ingênuo ao não reconhecer erros e acertos na forma como a relação entre os poderes executivo e legislativo foi gerida e em quais escolhas de gestão funcionaram melhor. 

Contudo, tenho plena convicção, em especial no ponto específico do avanço das mazelas sociais, que a evolução da desigualdade brasileira está diretamente relacionada ao descaso de décadas com a educação, cujos sucessivos governos em nosso país negligenciaram através de baixíssimos investimentos nesse setor fundamental ao desenvolvimento de uma nação, em razão disso semeando o desastre social que vêm promovendo o avanço da marginalização social, da favelização nas grandes cidades, da violência e da estagnação da produtividade em razão da desorganização macroeconômica.

Entendo que um gestor público com visão moderna de administração precisa ter a clareza da grande dificuldade em compatibilizar o estado de bem-estar social com o intervencionismo em razão de não haver orçamento para ambos, e que ele precisa saber lidar com essa escolha.

Um governante precisa ter a clareza de que qualquer projeto para o país precisa ter como ponto de partida um diagnóstico preciso do que ocorreu em nosso passado recente e propor saídas que atendam os anseios da população e que sejam factíveis. E para tal, não há espaço para aumentar a já elevada carga tributária sendo necessário cortar os gastos em demasia e muitas das vezes supérfluos para que sobrem recursos para a área social, principalmente em saúde, educação e investimentos em infraestrutura urbana com destaque para saneamento básico e mobilidade, tão necessários à população. Qualquer projeto de governo precisa ter como ponto de partida um conjunto de medidas de políticas públicas que se mostrem sustentáveis.

Certo desta visão entendo que o próximo presidente da república a ser eleito em 2022, precisa estar preparado para os enormes desafios pós-pandemia face o agravante de o Brasil ser um país com histórico de uma economia volátil, que irá obriga-lo a liderar um esforço coletivo que seja capaz de romper com o status quo característico do subdesenvolvimento. O próximo presidente precisará estar preparado para um grande período de investimentos transformadores, cujo resultado final irá depender de uma combinação entre a formação de um grande mercado consumidor interno e a consolidação de uma capacidade competitiva no mercado internacional. Caso não consiga consolidar essas duas combinações, ocorrerá o risco de ter que abortar seus projetos de desenvolvimento por insuficiência de recursos financeiros.

Penso ser imprescindível levar adiante e completar uma agenda de reformas estruturantes pontuais, em especial as reformas tributária, administrativa e politica, necessárias ao restabelecimento de um ciclo de investimentos que possibilite promover a redistribuição de renda e do gasto público capaz de sustentar o necessário e fundamental desenvolvimento nacional, tendo como principal consequência o desenvolvimento social brasileiro.

Outro grande desafio com repercussão nas contas públicas é o desequilíbrio fiscal, especialmente em relação ao cumprimento do teto de gastos, essencial à sustentabilidade das contas públicas. A adoção de duras medidas de contenção de despesas visando o cumprimento do teto de gastos é fundamental para o alcance do equilíbrio fiscal e consequente credibilidade junto aos investidores nacionais e internacionais.

Por fim, a meu ver torna-se imprescindível para a quebra da volátil economia brasileira e, redução das incertezas quanto à política fiscal, que o próximo presidente programe e implemente medidas estruturais que garantam uma trajetória sustentável para a relação dívida/PIB. Para um leigo em economia como eu, é prudente encerrar esse resumido ponto de vista, adquirido através de anos de observações e estudos, a fim de não incorrer em maiores erros.


Amaury Cardoso
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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

A PREOCUPANTE SITUAÇÃO DO BRASIL DIANTE DO AVANÇO DA POBREZA - Artigo: Outubro/2021

Estamos a um ano das eleições presidenciais e nos deparamos com o maior desafio do próximo governante do Brasil que é o crescimento absurdo da desigualdade evidenciada no aumento da pobreza e da miséria que tem como companheira à fome, que precisa ser encarado com coragem, responsabilidade e trabalho árduo com vista a garantir o mínimo de dignidade humana aos milhões de brasileiros que sobrevive e sofrem na marginalidade social, ou seja, sem acesso aos bens mais essenciais à vida.

A não redução desse quadro lastimável, inevitavelmente, fará com que continuemos a aprofundar essa vergonhosa diferença social que levará o nosso país, mesmo diante de suas riquezas naturais, a permanecer no atraso econômico e social, e por consequência se distanciando do necessário desenvolvimento que o possibilite ingressar na modernidade.

A pobreza, entendida como principal consequência da desigualdade social, é um problema histórico que acompanha as formas de relações sociais, que é construída através de processos de mudanças e transformações ao longo do tempo. Entendo que o governante de um país, para realizar uma ação voltada para a maioria da população, para buscar o bem estar de todos, precisa construir um novo pacto social, voltado para o social e não para o capital, que vise a construir uma sociedade democrática através da distribuição de renda e do impedimento da concentração de bens e riquezas hereditárias.

A desigualdade social no Brasil decorre do fato da sua colonização ser voltada para a exploração do território e não voltada para interesses de melhorar o país e as condições da sua população. A forma de desenvolvimento adotado, precária e desigual, moldou o nosso modelo de enriquecimento apenas dos que estavam no comando, no alto da pirâmide, e com pequena mudança assim permanece.

Diante da manutenção desse modelo/sistema a desigualdade e consequentemente a pobreza, sempre presentes no decorrer da história, agravam-se e apresentam-se com novas características a partir do processo de industrialização e com o surgimento do capitalismo, e segue seu curso até os dias atuais. Esse processo nos faz entender que a pobreza é decorrente das ações realizadas pelos próprios homens (governantes). O que temos hoje é o resultado de ações (projetos premeditados) cotidianas em situações concretas, expondo o reflexo de como à elite brasileira pensa o Brasil, ou seja, de acordo com seus interesses que balizam suas escolhas e a forma de organização da vida social.

Podemos afirmar que a desigualdade social que leva a pobreza e a miséria fizeram parte de todo o processo histórico e, mesmo estando presentes tantas vezes nas principais pautas de discussão, porém, tem se revelado não como objetos de efetivas ações que buscassem o enfrentamento desse grave e perpétuo problema social.

É preciso ter a clareza, diante da realidade revelada não mais tão somente nas comunidades periféricas e favelas, mas, também, assustadoramente, nas ruas, que a pobreza deve ser enfrentada por ações concretas que busquem às causas estruturais deste grave problema, mudando as formas de pensar a pobreza e os conceitos que foram adotados historicamente com o objetivo de manter a ordem estabelecida.

Destaco um trecho do livro de ABRANCHES, 1998, p.16: “O mito da ‘Cultura da Pobreza’, segundo a qual os pobres não melhoram suas condições de vida porque não querem, desfaz-se, sempre na dura frieza das evidências, empíricas e históricas “.

Provoquei essa introdução para afirmar que diante desse quadro entendo que a sociedade brasileira, mesmo carregando o sentimento de indignação e desesperança com a classe política, terá um papel preponderante na decisão do futuro que quer para o nosso país, e precisa fazer uma escolha baseada em uma análise crítica sobre o perfil, o histórico e a competência dos postulantes à presidente da república. A questão é simples: Vamos voltar ao passado recente, vamos manter o atual presente ou vamos renovar a escolha e alimentar novas esperanças?

Eu, acompanho a posição de uma grande parcela da população brasileira que busca uma nova alternativa. Tenho defendido uma opção eleitoral no campo das forças de centro, a chamada “Terceira Via”, que entendo precisa ser encontrada no máximo até março de 2022. Essa candidatura precisa passar para a população que ela representa o equilíbrio político, contrária ao radicalismo extremista de direita ou de esquerda, se posicionando fora do perfil populista de “Mito” ou “Salvador da Pátria “, que é caraterísticas dos falsos moralistas, com isso se colocando diante da sociedade brasileira como a verdadeira opção de mudança, a um passado recente que ficou marcado por altos esquemas de corrupção e um presente marcado por atos extremos contra a democracia e surtos de insensatez.

Essa candidatura pela opção da “Terceira Via” tem espaço. Engana-se quem hoje enxerga diferente! A polarização entre as candidaturas Lula e Bolsonaro, a meu ver, não irá se sustentar a partir do momento que a sociedade visualize e acredite, e alimentada por essa crença, deposite novas esperanças nessa nova alternativa política. Na minha percepção, o processo político para as próximas eleições presidenciais está aberto!

Contudo, vejo que a maior dificuldade para a necessária união do segmento político do Centro Progressista entorno dessa candidatura será a de passar por cima dos projetos pessoais e das vaidades. Esse esforço terá que ser feito, caso contrário o risco de retrocesso se manterá e, sendo assim, possivelmente, se realizará.

O bom senso em prol da esperança de um melhor futuro para o Brasil precisa prevalecer acima de quaisquer outros interesses!

O Brasil, através da decisão da maioria da sua população nos processos eleitorais, precisa qualificar suas escolhas e, dessa forma, escrever uma outra história!


Amaury Cardoso

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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

A CRISE DO MODELO DO ESTADO BRASILEIRO, DIANTE DO DILEMA ENTRE O ESTADO SOCIAL E O ESTADO PATRIMONIALISTA. - Artigo: Setembro/2021



Historicamente o poder judiciário em nosso país se organizou à margem da soberania democrática e possui uma rejeição absoluta ao controle externo pelas outras duas instituições democráticas: executivo e legislativo.

O Brasil possui uma frágil vocação democrática que se percebe, durante os momentos otimistas de expansão da democracia, no interior das estruturas democráticas com o aparecimento de elementos da contra democracia, inseridas na institucionalidade legal para serem usadas posteriormente, onde destaco três elementos: O impeachment, à justiça eleitoral e a possibilidade de intervenção militar nas questões de ordem interna. A ausência de uma estrutura de direitos civis, a meu ver, constitui o principal déficit do processo de construção democrática em nosso país.

A eleição de Bolsonaro para à presidência vem revelando um novo patamar de conflito entre executivo, judiciário e instituições de controle. Segundo o cientista político Leonardo Avritzer, esse conflito poderá eventualmente contar com a ameaça de utilização de formas de coerção não previstas no ordenamento democrático.

A população brasileira tem assistido vários confrontos importantes entre o executivo ,o judiciário e o congresso nacional, a exemplo da lei de abuso de autoridade, do combate a corrupção com a proibição da “condução coercitiva, a  derrubada da prisão em segunda instância, e a questão do papel dos militares na política retorna à agenda por diversos instrumentos: intervenção na segurança do Estado do Rio de Janeiro, pela declaração do chefe do Estado -Maior do Exército durante o julgamento do hábeas corpus do ex-presidente Lula e o apoio militar ao presidente Jair Bolsonaro.

A crise desencadeada pelas manifestações de junho de 2013 se ampliou fortemente durante as eleições presidenciais de 2014 e aumentou nas eleições seguintes. A de 2018 ocorreu em um campo institucional completamente degradado, onde uma parcela da população admitia, face questões latentes no campo da segurança pública e corrupção sistêmica, aceitar a relativização da democracia ou até mesmo a ruptura com ela.

A partir de 2013 passamos a ouvir diagnósticos acerca da crise do Estado Brasileiro. Alguns afirmam que o problema se deve ao tamanho adquirido pelo Estado, realmente maior que a média dos países em desenvolvimento. O fato é que o Estado brasileiro tem oscilado entre 32% e 35% do produto interno bruto (PIB), índice que representa o PIB mais alto dos países em desenvolvimento. 

Com a queda do PIB e a manutenção das despesas obrigatórias da união, houve alteração do tamanho do Estado, elevando as despesas na faixa de 35% do PIB. A origem desse problema está, a meu ver, no crescente gasto público que se revela fora do controle, com destaque para  o sistema da previdência, a alta folha de pagamento de servidores e custeios da máquina pública, além da absurda taxa de juros sobre a dívida pública, o que torna o Brasil um dos principais pagadores de juros internacionais. O que se constata é que o nosso país não suporta a opção de manter duas estruturas, um estado patrimonial e, ao mesmo tempo, construir um estado social.

Até a democratização, em 1985, tínhamos no Brasil um Estado patrimonialista e desenvolvimentista. Segundo Raymundo Faoro, em seu livro “Os Donos do Poder”, esse modelo obedece a uma lógica burocrático-particularista, ou seja, o Estado transfere recursos públicos para indivíduos privados por diversos meios, entre os quais benefícios salariais e previdenciários. Para Faoro, a questão central do processo de formação do Estado Nacional no Brasil é o seu controle por um aparato burocrático permeado por relações clientelistas.

Percebe-se que esse modelo burocrático tem como característica principal uma relação distante com a cidadania, onde as decisões do Estado são impostas de cima para baixo.

Cabe ressaltar que esse processo histórico, a partir de 1930, de consolidação de um Estado patrimonialista com o decorrer dos anos tem sofrido adaptações, mas preservando o processo de apropriação do Estado brasileiro por diferentes grupos estatais.

Com a democratização brasileira (1985), surgiu uma terceira dimensão relativa ao Estado Brasileiro através da reorganização do setor de políticas sociais a partir das diretrizes elaboradas pela constituição de 1988, que tiveram um papel de grande relevância na segmentação e ampliação das desigualdades no Brasil por um longo período. Diante desse argumento, o que me leva a acreditar é que a crise do Estado brasileiro se estrutura na improvável interseção entre esses dois modelos de Estado, o patrimonial e o social, sendo agravada pela maneira como as obras de infraestrutura estão organizadas como sustentação ao sistema político.


Amaury Cardoso

sábado, 7 de agosto de 2021

O MODELO DE GOVERNO ESTÁ FALHANDO. - ARTIGO: AGOSTO/2021


A crise sanitária que abala o mundo nesses últimos dois anos (2020/2021) apresenta um cenário de incertezas diante do agravamento de crises no campo econômico, político e social, já outrora instalado, que nos remete a reflexão sobre se o atual modelo de gestão do Estado brasileiro será capaz de atender às crescentes demandas da sociedade em profunda transformação neste início do século XXI.

A grande imprevisibilidade do que está por vir pós-pandemia, coloca o Estado em alerta, tendo em vista não possuir ferramentas para suportar o crescente desarranjo econômico, bem como o aumento da precariedade de seus serviços públicos básicos deficientes em razão da falta de investimentos e má gestão, cujo resultado é o desamparo e penúria da crescente base da pirâmide social.

Oportuno ressaltar que a Constituição Federal teve o cuidado ao organizar o Estado e, principalmente, de garantir princípios democráticos com o objetivo de preservar, defender e proteger, intransigentemente, o pleno exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a igualdade e justiça com solução pacífica das controvérsias.

Preocupa-me ver crescer a discrepância em todas as frentes ligadas aos direitos básicos. A desigualdade social que perpetua e se aprofunda tem servido para manter o pobre na miséria e o rico em sua usurpação.

A pandemia da Covid-19 escancarou nossas mazelas sociais, nossas extremadas diferenças de oportunidades configuradas e evidenciadas em situações de extrema necessidade por que passam uma parcela significativa da população, cuja dignidade precisa ser salvaguardada.

Está claro para mim que o modelo atual de governo está falhando há anos, sequer consegue cumprir suas obrigações primárias, no campo da educação, saúde, saneamento básico, emprego, habitação e segurança, que não podem continuar invisíveis e, muito menos, serem incorporadas como uma situação normal. O que, lamentavelmente, se comprova é o fato do Estado ter relegado ao abandono uma imensa população marginalizada.

Esta dura realidade nos credencia afirmar a situação de fragilidade em que se encontram os direitos e garantias fundamentais dos brasileiros, que exige uma dura reflexão, e provoque uma discussão junto à sociedade, pois o interesse em confrontar essa preocupante e desumana realidade deve ser coletivo.

Percebo que a sociedade brasileira tem, há tempos, revelado um crescente descontentamento com a estrutura governamental e sua ineficiência. Diante desse contexto, o cidadão passa a ser mais contestador e exigente, o que é extremamente positivo, com a classe política, em especial com os dirigentes nas três esferas do executivo, ou seja, União, Estados e Municípios.

Retrair a desigualdade social e promover uma melhor igualdade de oportunidade é o clamor popular que precisa ser respeitado e atendido pela classe política. A paciência da população brasileira está no limite, bem como a intolerância com o comportamento falso moralista e a ineficiência e ineficácia de gestão. O que se espera de um governante é o cumprimento dos princípios norteadores do Estado no campo da promoção da justiça social.

Gostaria de acrescentar que nem sempre o regime democrático no processo eleitoral elege os melhores, mais preparados para o exercício do poder e os mais competentes no campo da gestão pública, o que estamos fartos de exemplos neste caso. É fácil a percepção de que a sociedade anda profundamente frustrada com a governabilidade em nosso país, em face de sucessivos erros, omissões, descasos e, principalmente, descumprimento de promessas feitas durante o processo eleitoral, que motivaram o voto no candidato vitorioso, o que caracteriza uma falsidade, um estelionato eleitoral.

O Estado precisa ser forte e que suas instituições atuem integradas, mas, também, é fundamental que a sociedade seja igualmente forte e critica em relação às ações e atitudes de seus representantes nos poderes executivo e legislativo.

Termino afirmando que vejo como extremamente positivo o fato da democracia contemporânea conviver com uma maior participação da sociedade nos veículos de comunicação das redes sociais. Entendo, e vejo com preocupação, que a atual desarmonia entre os três poderes evidencia uma inconstitucionalidade, gerando traumas que causam uma instabilidade política temerosa a nossa jovem democracia brasileira. Tal afirmação reforça a minha posição sobre a urgente e imprescindível reforma política e eleitoral, que, dentre outras importantes medidas, esclareça e modernize o nosso sistema de governo, e construa obstáculos que possibilite a redução dessa nossa absurda pulverização partidária, que, a meu ver, causa uma enorme dificuldade a governabilidade.

Amaury Cardoso




terça-feira, 6 de julho de 2021

A DEMOCRACIA NÃO PODE RETROAGIR MUITO MENOS SER AMEAÇADA - ARTIGO: Julho/2021

 


Inicio à exposição do meu ponto de vista apontando três aspectos que considero importantes e estão no contexto do tema deste artigo:
1- A defesa da democracia está acima de quaisquer interesses político pessoal ou de grupo! 
2- Entendo que quando se perde a credibilidade não há mais como recompô-la. 
3- Devido a grave crise de valores morais e éticos que a política brasileira atravessa, torço para que a integridade do futuro presidente do Brasil seja, no momento da decisão do voto popular, a primeira preocupação da nossa indignada população!

As mudanças no sistema político só ocorrem quando a sociedade indignada se rebela contra os sucessivos erros e abusos das elites dirigentes e se movimenta, sai às ruas e promove as transformações. Enganam-se aqueles que acham que a sociedade brasileira não percebe que esses erros vêm obtendo ao longo de décadas a complacência e conivência de grande parcela do poder político em nosso país.

A quinze meses do processo eleitoral de 2022, o Brasil vivencia uma polarização que se estabelece para as eleições presidências entre um candidato que já ocupou a presidência da república e cometeu graves erros durante sua gestão, em especial no campo moral e ético, que ficou marcada por grandes escândalos de corrupção na máquina pública e o candidato que atualmente ocupa a presidência da república,  que tem se revelado incompetente na condução da sua gestão, cometido excessos de radicalismo com doses de insensatez, se utilizado de atitudes inconsequentes e insanas e com início de indícios de prática de atos ilícitos. Contudo, essa polarização, pelos erros acima citados, na visão de muitos brasileiros não oferecem a necessária alternativa de mudança que a sociedade brasileira tanto anseia.

Entramos na terceira década do século XXI e o que se percebe é que o Brasil não alcançou o efetivo desenvolvimento social, humano e econômico com os governos que se sucederam após o fim do período dos governos militares. Percebo que precisa acontecer em nosso país alguma coisa nova no campo político. Acredito, e me somo aos que defendem a necessidade do surgimento de uma candidatura que uma o Centro Político Progressista, e seja apresentada à sociedade brasileira como real e efetiva alternativa de uma Terceira Via.

Esse candidato alternativo precisa ser alguém de visão moderna de gestão e possuidor de um perfil ético e moral inatacável, que possua coragem para promover as reformas estruturais necessárias para romper os velhos gargalos que impedem o crescimento econômico e o desenvolvimento social que o Brasil tanto precisa e que apresente um programa de governo eficaz que venha de encontro aos anseios e necessidades da sociedade brasileira e, por consequência desse perfil conquiste a sua credibilidade. Esse candidato precisa ser encontrado e apresentado à população!

A chance de consolidação de uma candidatura pela Terceira Via, surgida no campo político do Centro Democrático Progressista, dependerá da escolha de um nome que, além dos requisitos já mencionados, tenha carisma e eficiência!

A meu ver, é preciso se criar um ambiente para o Brasil, efetivamente, voltar a crescer, e isso não se faz com artificialismo comum dos pseudos “Salvadores da Pátria”, razão pela qual entendo que a candidatura a ser apresentada como alternativa de efetiva mudança precisa ter propostas claras para apresentar a população, colocando quais serão suas principais medidas no sentido de resgatar a confiança no Brasil, através da apresentação de um factível projeto nacional de desenvolvimento que garanta o necessário equilíbrio fiscal e com isso possibilitando o aumento da taxa de produtividade, garantindo mais investimentos público e privado melhorando o ambiente regulatório e segurança jurídica, assumir o compromisso de realizar reformas estruturais (tributária, administrativa e política) importantes para a retomada do investimento público e privado em infraestrutura e, principalmente, assumir o compromisso de romper com o atual modelo político que atrasa o avanço do país.

Essa candidatura deve, também, apresentar o seu pensamento de como estimular investimentos no sentido de obter o crescimento econômico pós-pandemia. Ter, a meu ver, a clareza de que o Brasil precisa diversificar sua plataforma energética através de uma política energética que garanta sustentabilidade em sua matriz, priorizando energias limpas.

No campo da saúde, ter a clareza de que o Sistema Único de Saúde (SUS) precisa ser aperfeiçoado no campo da sua gestão, organizando e otimizando seus recursos, buscando fontes alternativas de financiamento para revigorar esse importante sistema de saúde.

No campo político precisa assumir o compromisso de promover uma mudança no sistema político brasileiro que assegure a não instabilidade política. O candidato precisa deixar claro para a população sua visão de que sem a reforma política o país caminha para o risco maior de desarmonia entre os poderes.

Deixar claro sua visão de que nos momentos de crise o governante tem o dever de estar na linha de frente, coordenar e construir alternativas e consensos para combater a crise.

O Brasil passa por uma grande desindustrialização e o principal responsável é a alta taxa de juros e tarifas que oneram o custo da produção. O candidato precisa deixar claro ao setor produtivo que o sistema tributário brasileiro é muito ruim e ineficiente, e que o nosso país não suporta mais a permanência desse atual sistema tributário elevadíssimo e que ira promover uma reforma tributária que garanta a justiça tributária.

No campo da educação o candidato precisa tecer severas criticas aos descasos que foram e são cometidos com o sistema educacional em nosso país, responsável pelo aumento do fosso social, que tem causado o crescimento da marginalização social em razão da falta de oportunidades, tornando o Brasil cada vez mais desigual. O candidato alternativo precisa assumir o compromisso com uma educação qualificada e conectada com as profundas transformações tecnológicas que tem impacto direto no mercado de trabalho do século XXI, bem como oferecer um ambiente escolar moderno com professores melhor preparados e remunerados.

O candidato alternativo precisa estabelecer uma política pública eficaz para o enfrentamento do aumento da pobreza. Buscar superar esse atraso secular da desigualdade social que envergonha e maltrata os brasileiros, cujo abismo se aprofunda. Isso envolve não só educação, mas também saneamento, habitação e saúde que exigem do Estado uma atenção efetiva e enérgica no sentido de eliminar as deficiências, já conhecidas e não tratadas com a devida eficiência e eficácia por governantes anteriores.

Por fim, o candidato da via alternativa precisa deixar clara sua indignação em razão do fato de ter faltado ao Brasil projetos eficazes, e assumir o compromisso de promover reformas estruturantes que garantam o seu necessário e urgente desenvolvimento econômico e social, evitando o risco de que o Brasil aprofunde suas mazelas com sérias consequências de uma crise social sem controle em virtude da continuidade de seu atraso.

Os brasileiros precisam voltar a acreditar que seu país vai dar certo no futuro. E isso só será possível com a modernização e eficiência da máquina pública, com ajustes nas contas públicas buscando a eficiência de gestão através do equilíbrio nas finanças que permitam ações de proteção social com apoio a quem realmente mais precisa e com a necessária consciência do respeito à diversidade.

CONCLUO RATIFICANDO QUE, DEVIDO A GRAVE CRISE DE VALORES MORAIS E ÉTICOS QUE A POLÍTICA BRASILEIRA ATRAVESSA, O POLÍTICO QUE PERDE A CREDIBILIDADE NÃO CONSEGUE RECOMPÔ-LA. DIANTE DESSA AFIRMATIVA, TENHO A ESPERANÇA QUE A INTEGRIDADE DO FUTURO PRESIDENTE DO BRASIL SEJA A PRIMEIRA PREOCUPAÇÃO DA POPULAÇÃO NO MOMENTO DA DECISÃO DE SEU VOTO.

PORTANTO, TORÇO QUE SURJA UMA CANDIDATURA CONSTRUÍDA PELO CENTRO DEMOCRÁTICO PROGRESSISTA COMO OPÇÃO ALTERNATIVA A POLARIZAÇÃO ENTRE OS EXTREMOS, E QUE ELA SEJA RECEBIDA COM ENTUSIASMO PELO POVO BRASILEIRO, ASSIM SENDO, EVITANDO A ALTERNÂNCIA DO POPULISMO DE ESQUEDA OU DE DIREITA!

Amaury Cardoso

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terça-feira, 29 de junho de 2021

EUA x CHINA: A DISPUTA PELO DOMÍNIO TECNOLÓGICO ENTRE AS DUAS MAIORES SUPERPOTÊNCIAS. - Artigo: Junho/21




China e Estados Unidos, são responsáveis por 40% de tudo que se produz no mundo, têm economias entrelaçadas, o que reforça a previsão de que essa rivalidade entre as duas superpotências não tem hora para acabar, pois estão enredados em uma guerra comercial e tecnológica sempre a um fio de explodir. Contudo, segundo o professor de Relações Internacionais da UFPE e pesquisador do Instituto de Estudos da Ásia da UFPE, Renan Holanda, diferentemente do contexto da Guerra Fria, não devemos observar conflitos militares, diretos ou indiretos, envolvendo China e EUA. “Uma questão fundamental é a interdependência gigantesca entre os dois países, diferente da URSS e os EUA que tinham laços quase inexistentes, o comércio entre EUA e China é brutal, então é problemático transpormos esse termo”, justifica.
Tenho pesquisado sobre a disputa pela hegemonia tecnológica que está opondo as duas maiores superpotências, Estados Unidos e China, e tenho observado que a intenção de ambas é o de dominar essas tecnologias com o principal intuito de usá-las para assegurar a estabilidade dos governos, por meio da vigilância e do controle sobre as populações, e não da democracia. China e Estados Unidos querem dominar a tecnologia para desenhar o futuro. Mas a imagem desse futuro que aparece, nos dois casos, ainda que com diferenças, é perigosamente autoritária e ditatorial.
O crescimento tecnológico chinês tem, porém, como mostra a revista do MIT, um enorme ponto fraco que é o da produção de microprocessadores. Apesar de a China ser o maior mercado e de mais rápido crescimento para semicondutores, nenhuma fabricante chinesa faz parte da lista das 15 maiores fabricantes de chips do mundo. Os mais avançados microprocessadores são feitos por empresas dos Estados Unidos, Taiwan, Japão e Europa Ocidental. Os EUA produzem metade dos chips importados anualmente pela China.

A implantação da rede móvel de quinta geração é um acontecimento de grande importância na internet porque vai permitir dar um salto para aplicações e usos que possivelmente ainda não tenham sido inventados. A 5G vai permitir aceder à net a partir do celular com velocidades de download e upload exponencialmente superiores ao 4G (20 vezes mais) e uma latência reduzida a 1(um) milissegundo e não aos 40 milissegundos do 4G. Comparando: o 3G permitiu-nos navegar na net e ler textos e ver imagens nos smartphones; o 4G permitiu-nos ver filmes on-line pelo sistema de streaming; o 5G vai nos permitir entrar num mundo de realidade virtual, ou andar em carros sem condutor que se comunicam entre si para evitar acidentes, controlar a distância todos os equipamentos de nossa casa, ou... bem, um futuro de aplicações que ainda não foram inventadas.

A revista Time escreveu recentemente que a corrida ao 5G é a mais importante luta pela supremacia tecnológica global desde a famosa corrida espacial em que os Estados Unidos venceram a União Soviética e puseram na Lua o primeiro astronauta. “O vencedor levará para casa bilhões, ou até trilhões em lucros e ganhará um poderoso lugar à mesa dos criadores da infraestrutura para o próximo bilhão de utilizadores da Internet”, diz a reportagem.

A disputa tecnológica China X Estados Unidos é um confronto entre superpotências, uma em ascensão e outra envolvida num processo de lenta decadência. Ambas procuram ter hegemonia das tecnologias que vão definir o futuro. Essa “guerra fria” na área tecnológica pode ter efeitos positivos para a humanidade: os supercomputadores, por exemplo, têm o potencial de ajudar a definir novos medicamentos que salvem milhares de vidas; ou de prevenir com mais antecedência a formação de furacões. Mas também pode fornecer ferramentas para reforçar os poderes de controle sobre os respectivos povos, tornando reais as piores distopias já imaginadas. Infelizmente, é isso que já está acontecendo na China e também dá passos nos Estados Unidos.


A introdução acelerada do capitalismo na China e o seu crescimento exponencial correram a par da manutenção de um regime de partido único e da persistência de uma ditadura obcecada pelo controle absoluto da sua população, para que não possam repetir-se episódios de contestação ao governo como o que ocorreu há 30 anos e foi simbolizado pela ocupação da praça Tiananmen por estudantes. 

A disputa pela hegemonia tecnológica está opondo as duas maiores superpotências; mas essas mesmas tecnologias são usadas para assegurar a estabilidade dos governos, por meio da vigilância e do controle sobre as populações, e não da democracia. China e Estados Unidos querem dominar a tecnologia para desenhar o futuro. Mas a imagem desse futuro que aparece, nos dois casos, ainda que com diferenças, é perigosamente autoritária e ditatorial.

No campo financeiro o século 21, já entrando na sua terceira década, exibe uma dicotomia decisiva. Por um lado, o capital especulativo ditando as regras de acumulação e das relações trabalhistas no panorama dominado pelo Ocidente, onde o Estado serve prioritariamente aos interesses das casas financeiras e a seu imenso poder político-econômico; por outro, a ascensão da China, que abriga o maior PIB mundial e tem no Estado o principal agente organizador e catalisador dos seus expressivos índices de desenvolvimento que perpassam pelo conjunto da sociedade chinesa e se fazem sentir em âmbito global. Qual será o desfecho entre esses dois modos de gerir a coisa pública e o capital? O capital que vive de juros se afirmará soberano no planeta? Ou é possível conciliar mercado e os valores de uma sociedade socialista? E, ainda, como foi/é possível os chineses se adaptarem às exigências da conjuntura dos últimos 40 anos e, ao mesmo tempo, preservarem os ideais de sua autoproclamada sociedade socialista? 

Contudo, um tópico parece claro: dos dois modos em disputa, um prevalecerá. Pois, se o capital especulativo é um fator crucial na atual crise sistêmica, também se configura num dos aspectos responsáveis pela queda da hegemonia ocidental liderada pelos Estados Unidos e pela consequente abertura de espaço para ascensão de uma nova força mundial, a China. Os sinais dessa convulsão e mudança macroestrutural estão em curso e são cada vez mais claros.


Immanuel Wallerstein, em Declínio do Poder Americano (2004), destaca que os Estados Unidos sofrem um constante e irreversível declínio. O que significa a decadência estrutural de um padrão capitalista que deverá ser suprido por outro modelo de capital ou, ainda, por uma revolução social. Para tanto, há em sua tese dois aspectos essenciais: a redução do nível competitivo dos Estados Unidos – explicada também pelo desvio de recursos para guerra e a diminuição de seu poder monetário do dólar –, coadunado a uma perda de legitimidade (WALLERSTEIN, 2004). O futuro próximo nos trará as respostas.


Amaury Cardoso
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sábado, 12 de junho de 2021

O SÉCULO XXI NOS RESERVA A MAIOR REVOLUÇÃO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE! - ARTIGO: MAIO/21



O mundo está em convulsão diante de uma situação complexa, ameaçadora e contraditória, e corre um grande risco de sérios conflitos no campo humano, econômico e ambiental. Este alerta se sustenta no fato de estarmos observando uma degradação acelerada do meio ambiente, a volta do surgimento de tendências fascistas, segregacionistas, obscurantistas observadas em muitos governos revelando o lado mais irracional e odiento do ser humano, o risco de novas guerras, a desigualdade de renda e de riqueza se ampliando agravadas com a volta da pobreza para bilhões, tudo isso face o retorno da hegemonia do liberalismo capitalista mais radical praticado por muitos governos. Vivenciamos crises econômicas e políticas decorrentes do avanço em escala global do neoliberalismo que tem causado sérias consequências para a população de alguns países em razão de estar levando à ascensão formas autoritárias de governo neoliberais. Contudo, é inegável que no campo do bem estarà humanidade no geral está melhor apesar dessas contradições.

A população mundial tem crescido de forma acelerada nas últimas décadas e atinge na segunda década do século XXI o número de oito bilhões de pessoas, o que tem levado a uma fenomenal necessidade de elevação da produtividade e da produção de alimentos. Para tal, ocorrem uma grande ampliação das áreas agricultáveis, terras que estão sendo subtraídas em grande escala pelo ser humano, senhor do planeta,em detrimento de desmatamento de florestas e elevado sacrifício de animais. O avanço da crise ambiental, tendo como consequência maior o aquecimento global e as mudanças climáticas, tem como causa principal a ambição sem limites pelo lucro motivado pela ação econômica humana e, paradoxalmente, a única saída parece ser uma reforma radical no sistema, para a qual as elites se recusam a contribuir pelos motivos óbvios do lucro insano.

Presenciamos uma revolução tecnológica descomunal, que tem permitido aos seres humanos um poder sequer pensado antes, onde toda população está integrada em uma rede de comunicação em tempo real. O avanço das redes sociais é o símbolo do início da nova era.

É fato que o avanço tecnológico é inevitável e seus efeitos irreversíveis. No século XXI a automação através da robótica amplia sua participação em todas as esferas de trabalho e as áreas atingidas na sua grande maioria serão as que mais empregam mão de obra exercida por pessoas com pouca instrução e pouco conhecimento.

O futuro próximo será implacável para os trabalhadores nas áreas primária, secundária e terciária, ou seja, nos setores de serviços, produção e montagem, não que outras áreas de trabalho estejam protegidas da competição da máquina, pois a Revolução 4.0 na indústria vem impondo, em especial na periferia, uma competição predatória pela depreciação da força de trabalho.

As consequências do desemprego causado pela competição da máquina/robótica versos ser humano precisa ser avaliada e de alguma forma amenizada. O avanço tecnológico é inevitável, e acima de tudo necessário para a melhoria da qualidade de vida da humanidade. Porém seus efeitos negativos são muito preocupantes, pois o que fazer com milhões de pessoas que são substituídas pela tecnologia? Estamos diante da maior revolução da história da humanidade! Há tempos venho manifestando a preocupação sobre os graves sintomas social resultante desse avassalador avanço tecnológico, bem como sobre o fato de os homens, em especial os excluídos do conhecimento e menos capacitados tecnicamente, por sobrevivência se tornar inimigos do progresso.


Tenho o entendimento de que a gula do capitalismo e o avanço do neoliberalismo devam ser contidos em virtude do risco do aumento, em grande proporção, do desequilíbrio social em decorrência da grande escassez de renda por falta de emprego. Não haverá saída para os que não se adequarem à nova realidade que se impõe, pois as transformações, que já ocorrem, pode ser mais ou menos rápida, contudo certamente profundas.

Esse é parte do cenário que eu vejo se desenhar. Competição intelectual e tecnológica cada vez mais acirrada, onde o importante papel da educação de qualidade e universalização ao acesso do conhecimento se torna fundamental e imprescindível! Quem não o possuir está alijado, excluído do mercado de trabalho e, consequentemente, marginalizado socialmente.

Atualmente presenciamos a quarta Revolução Industrial, com uma convergência de tecnologia digital, física e biológica. Esta mudança provocará alterações nos sistemas econômicos, sociais e educacionais que passaram a ter como objetivo a melhoria de vida e bem estar da sociedade. Contudo, só aos que estiver alinhada a essa nova revolução serão capazes de passar para a “próxima fase”, o que pode também ser entendido como “Darwinismo” tecnológico, onde a inovação tecnológica será o eixo. A tecnologia da informação exigirá cada vez mais profissionais qualificados, trazendo como impacto negativo a perda de muitos postos de trabalho por conta da automação.

Por fim, o século XXI será marcado por profundas e rápidas mudanças tendo como resultado profundas exclusões! Para os países que continuarem com baixo nível educacional e atraso no campo da inovação e ciência & tecnologia, às sequelas no campo do desenvolvimento humano, social e econômico serão catastróficas! É preocupante e muito sério o que o futuro reserva aos marginalizados socialmente em razão do pouco conhecimento e deficiência de capacitação técnica/profissional.

Diante do que foi revelado pelo processo histórico civilizatório através dos impactos causados pelas grandes transformações causadas pelas quatro fases da revolução industrial ocorridas até agora, fica a indagação: O que os novos acontecimentos sociais, econômicos e ambientais nos ensinam, que possam nos orientar sobre as consequências que advirão para o futuro próximoda humanidade acerca da trajetória da evolução tecnológica avassaladora que está em curso neste século?Colocando na balança os prós e contras, hoje, para mim fica difícil arriscar uma previsão, razão pela qual vejo o atual quadro como extremamente preocupante.

Diante desse pequeno resumo de fatos, causas e efeitos, não tenho dúvidas de que a humanidade conhecerá “milagres” que, hoje, não podemos imaginar!



Amaury Cardoso

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quarta-feira, 28 de abril de 2021

NEGAR A POLÍTICA TEM SIDO UM GRANDE ERRO! - Artigo: Abril / 2021



Negar a política, o que infelizmente muitos fazem, têm sido um grande erro!

Precisamos ter a efetiva consciência da nossa importância na sociedade, onde o exercício pleno da cidadania é fundamental para qualquer processo de mudança do status quo vigente.

Cada pessoa precisa ter clareza da importância da sua participação na política, e que ela deve ser realizada de forma eficiente, e para tal o seu poder de análise crítica e entendimento do processo político contemporâneo é extremamente necessário.

É através do interesse pela política, seja a partir da participação individual e/ou nos movimentos sociais, que nos tornamos atores de mudanças sociais, políticas e, consequentemente, dá ordem estabelecida em uma sociedade.

Eu participo e atuo no processo político a longos anos e confesso que me entristeço com a decadência que a política brasileira vêm sofrendo no campo dos nossos representantes políticos, salvo raras exceções. E esse erro, que é nosso, se dá em decorrência do despreparo político da maioria dos cidadãos brasileiros e tem afetado diretamente a nossa democracia representativa, que  no meu entender está seriamente ameaçada.

Eu, há anos, tenho alertado, através de meus artigos e palestras, sobre os riscos para a nossa jovem democracia que esse desinteresse pela política, que leva ao nosso despreparo, tem alimentado a permanência desse sistema político elitista, excludente, fisiológico, assistencialista e, sobretudo, patrimonialista, herança da nossa cultura política.

É emergencial a mudança desse quadro, e ele só virá com nossa efetiva consciência de que somos os vetores dessa necessária mudança, e para exercê-la precisamos estar preparados. Reflita sobre isso!


Te convido a assistir um pequeno trecho de uma live que participei, onde abordo um pouco o assunto.


Um abraço!

Amaury Cardoso 

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MEU PONTO DE VISTA - ABRIL/ 2021


O STF INSISTE NAS SUAS CONTROVÉRSIAS E INCOERÊNCIAS JURÍDICA, AO DECIDIR EM SINTONIA COM SUAS CONVENIÊNCIAS!



O que a Suprema Corte está fazendo é NATURALIZAR OS ILÍCITOS se escondendo em argumentos frágeis, sustentadas por firulas processuais e teses estapafúrdias!

O STF envergonha a imagem do Brasil ao NEGAR A CORRUPÇÃO JÁ CONFESSADA E PROVADA.



Afinal, para a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal não importou os seis anos de investigação, elaboração de provas que confirmaram o monstruoso sistema de corrupção sistêmica e institucionalizada que provou através de investigação, denúncias e confissões, a ligação de empresas a políticos, partidos políticos e aos governos.

Venceu o velho sistema dominante, alimentado pela velha política, e perdeu o sentimento de decência e indignação da grande maioria da população brasileira que se viu humilhada e vilipendiada na sua esperança a duras penas renovada!



A frase do ministro Luís Roberto Barroso foi cirúrgica: A velha política agora quer vingança. Quer colocar na cadeia o ex-juiz Moro e o procurador Deltan Dellagnol.

O STF tem estabelecido uma insegurança jurídica em nosso país e com a decisão de anular a condenação de Lula, e, por consequência, dos demais 174 condenados nas ações penais deflagradas pela operação Lava-Jato acaba com a tentativa de combater a corrupção praticada, a longo tempo, por pessoas que entendem pertencerem a casta dos intocáveis, e assim agindo reafirma que o Brasil volta a ser à terra fértil da corrupção.



Não tenho conhecimento jurídico para discordar se existe motivos jurídicos que justifique a decisão tomada pela maioria dos ministros do STF, mas posso afirmar que é inegável que o efeito foi nefasto para a sociedade brasileira, pois sacramenta o fim da maior operação de corrupção já vista no mundo. Uma operação que levou o Brasil a ser admirado a nível internacional por ter levado a prisão altos empresários e grandes políticos acostumados a prática de atos ilícitos.


AFIRMO SER UM GRAVE ERRO, DE REPERCUSSÃO IMPREVISÍVEIS, SEGUIRMOS NATURALIZANDO OS ATOS ILÍCITOS!!!



Amaury Cardoso 

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Artigo: Abril / 2021



O processo civilizatório é marcado por importantes transformações resultado de novas descobertas influenciadas, principalmente a partir dos séculos XIX, XX e XXI, pelo avassalador avanço do desenvolvimento tecnológico.


Destaco um trecho da minha participação na live “SOCIEDADE EM DEBATE”, onde abordei as transformações ocorridas nos séculos XIX, XX e início do século XXI que influenciaram nas profundas mudanças sociais e econômicos que resultaram no aumento das desigualdades em diversas nações que, por falta de investimento em educação, ciência & tecnologia, não acompanharam o progresso científico e tecnológico tendo como consequência o subdesenvolvimento e marginalização da maioria da população.


Amaury Cardoso 

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Artigo: Abril / 2021



Carlos Sardenberg, em artigo, faz uma análise, ao meu ver, perfeita e irretocável sobre a decisão da maioria do colegiado do STF que ao votarem pela anulação das condenações de Lula abre a PORTEIRA DA IMPUNIDADE para os demais condenados com algum ponto de conexão com os casos de Lula de se sentirem no direito de reclamarem o mesmo “entendimento jurídico”, uma vez que houve a decisão de que a décima terceira vara federal de Curitiba é incompetente para julgar os atos ilícitos de corrupção de Lula, por que não seria para os demais membros da quadrilha denunciada pela Lava-Jato, mesmo tendo sido condenados em três instâncias.


Observa o fato do STJ ter, há anos, tido o entendimento de que a décima terceira Vara era competente para julgar os casos de Lula e argumenta que crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, do tamanho que foi evidenciado pela investigação da Lava-Jato, são praticados em diversos lugares ao mesmo tempo, pois o dinheiro foi roubado em contratos superfaturados com a Petrobras, cuja a sede fica no Rio de Janeiro.


Esse dinheiro circulou pelo sistema financeiro internacional e viajou pelo país inteiro, financiando desde triplex e sítio, que ficam em São Paulo, até campanhas eleitorais do PT em todos os estados, mas centralizadas em Brasília, o que propicia argumentos para sustentar a competência em muitos lugares.


Destaca que com isso se estabelece um ambiente propício para os advogados da turma da Lava-Jato avançarem no terreno que dominam: o das FORMALIDADES, dos DETALHES TÉCNICOS SECUNDÁRIOS, das FIRULAS PROCESSUAIS, e com isso evitam a discussão dos FATOS OBJETIVOS - SE HOUVE OU NÃO CORRUPÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO.


O QUE FICA CLARO É A EVIDÊNCIA DE QUE TODA A INVESTIGAÇÃO DA OPERAÇÃO LAVA-JATO PODE SER DESMONTADA NAS FIRULAS PROCESSUAIS, E SE NO JULGAMENTO SOBRE A SUSPEIÇÃO O STF DECIDIR PELA PARCIALIDADE DO EX-JUIZ SÉRGIO MORO, O FIM DA LAVA-JATO ESTARÁ DECRETADO!


DIANTE DESSES ARGUMENTOS CONCLUO QUE O BRASIL IRÁ SAIR ENVERGONHADO CASO ISSO OCORRA, E A GRANDE MAIORIA DA POPULAÇÃO DESENCANTADA E INDIGNADA COM ESSE ABSURDO RETROCESSO!


Amaury Cardoso
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quarta-feira, 31 de março de 2021

A PANDEMIA EVIDENCIA AS DESIGUALDADES EXTREMAS NO BRASIL. - ARTIGO: ABRIL/2021

 



Neste artigo pretendo expor de forma geral, portanto sem me aprofundar para não ficar muito extenso, o meu ponto de vista referente a alguns aspectos econômicos e sociais que colocam o Brasil em situação desvantajosa perante a maioria dos países, em relação às grandes dificuldades e desafios que se apresentam e se apresentarão após pandemia.

Com o surgimento da pandemia em novembro de 2019, que teve origem na China, a sociedade começou a experimentar mudanças de hábitos que a levou a ter que se adaptarem as mudanças indesejadas diante do abalo sofrido na economia, que foi afetada com a perda de milhões de empregos, redução dos salários, queda na produção industrial, no comércio e nos serviços.

Alinho-me aqueles que acreditam que iremos passar pela maior crise na geração e manutenção de empregos com consequente elevação do trabalho informal, que em nosso país já é alto.

Em razão de ter se transformado no epicentro mundial da proliferação descontrolada da Covid-19, o Brasil deverá ser a economia mundial mais atingida pela pandemia. Esta afirmativa se justifica pelo fato do nosso país estar diante de um processo de estagnação sem perspectivas de, em curto prazo, superar a crise pós-pandemiaem face da perda de milhões de postos de trabalho e o consequente aumento do trabalho informal, portanto sem proteção social, o que exigirá do Estado à adoção de uma ampla política de proteção social e uma inovadora política pública de empreendedorismo social com forte apoio as micro e pequenas empresas, em especial.

O Brasil vai sair da pandemia com a urgente necessidade de promover sua reestruturação diante das enormes mazelas sociais, que já eram preocupantes, e que agora se agravaram, evidenciando nossos antigos e graves problemas estruturais, que terão, de uma vez por todas, que ser equacionados.

O momento que o país atravessa evidencia a emergencial necessidade de uma efetiva e profunda mudança estrutural da organização do Estado brasileiro, respeitando as cláusulas pétreas da nossa constituição. Afirmo isso em razão do fato do Brasil está diante de um grande desafio que é o de promover uma mudança de métodos de governança que possibilite alcançar a garantia de um Estado mais ágil e eficaz no trato das suas responsabilidades e decisões governamentais no campo social e econômico que visem à garantia do necessário e fundamental investimento em infraestrutura, destacando que a margem orçamentária para investimento em nosso país tem sido nos últimos anos muito pequena.

A pandemia tem evidenciado nossas fragilidades, em especial no tocante as desigualdades extremas que assolam o nosso país expostas, principalmente, no campo da saúde e educação que precisam ser tratadas com a máxima urgência a fim de evitar o alto e crescente risco de revolta social e desordem pública. O grande desafio pós-pandemia será o de promover o avanço de maiores investimentos na área social e inserir milhões de brasileiros que se encontram na marginalidade econômica e social, e que precisam de oportunidades para viver com dignidade e, para tal, irão precisar de trabalho e renda. Porém, para que isso ocorra será necessário investir em qualificação profissional voltada para a realidade do mercado de trabalho do século XXI, e a vocação empreendedora do brasileiro é uma opção como canal facilitador para a qualificação da categoria do microempreendedor individual (MEI), o que abriria inúmeras possibilidades de renda.


A pandemia ampliou o que já vinha ocorrendo de forma gradual no Brasil, a mudança do método convencional de trabalho, que persistirão se fazendo necessária a adoção de novas ferramentas no campo digital e a consequente capacitação dessa nova forma de trabalho. Com relação às empresas, estas terão que revisar seus procedimentos de trabalho e suas cadeias de produção e comercialização, com isso se adequando a nova forma de competição de mercado. Agindo dessa maneira se inserem no processo de novas oportunidades que se abrirão.

É fato que se torna imprescindível à realização de profundas reformas estruturais reconhecidas como necessárias, mas politicamente evitadas por razões diversas. A começar por uma adequação na reforma da previdência, urge a necessidade da realização das reformas política e eleitoral, que considero uma das mais importantes, administrativa, tributária e fiscal, que terão o efeito de renovar o sistema político e reduzir a desigualdade de renda, bem como melhor adequar o uso dos recursos públicos, respectivamente.

Mesmo diante do fato da desigualdade de renda ter diminuído nos últimos 20 anos, é preciso deixar claro que o Brasil continua a transferir mais riqueza para os ricos em detrimento dos mais pobres, o que configura que há um longo caminho a percorrer para que deixe de figurar como um dos países mais desiguais do mundo. Esse desiquilíbrio se mantém na razão dos pobres, na proporção de sua renda, arcarem com o pagamento de impostos quase na mesma proporção que os ricos.

O agravante é o fato dessa secular desigualdade de renda e de oportunidades existir mais dos nossos governantes em razão da nossa cultura política patrimonialista, corporativa, fisiológica e corrupta. Esse cenário tem sido responsável pela crescente fragilidade da democracia representativa, cuja chance de ser contida, no meu ponto de vista, se dará através de uma profunda reforma no sistema político com capacidade de provocar uma mudança na nossa arraigada e atrasada cultura política.

Estudos e ações já comprovam que um programa eficaz de combate e redução da desigualdade está alinhado ao aumento dos investimentos públicos em setores importantes no campo social: educação, saúde, infraestrutura, transportes segurança, saneamento e meio ambiente, e que quando os investimentos são realizados com eficiência e planejamento estratégico o retorno se reflete na melhoria da qualidade de vida da população, em razão da melhoria dos serviços públicos nestas áreas.

Acredito que os efeitos devastadores nos campos da saúde e economia devem provocar uma estagnação antes da recuperação o que se revela imprescindível que o governo não descuide da necessidade de manter o orçamento público equilibrado, pois um endividamento excessivo irá significar um sacrifício maior para as gerações futuras.

Os números apontam para o pior desastre da economia desde a grande depressão da década de 30 tendo em vista que o Brasil entrou numa recessão em 2020 sem ter se recuperado das perdas da recessão ocorrida nos anos 2014 a 2016, onde tudo leva na direção de que o Brasil pós-pandemia terá um processo de reabertura da economia lento e gradual e com muitas restrições indicando que a recuperação será lenta, com a possibilidade de somente em 2026 voltarmos ao crescimento econômico sustentável.


Diante da inabilidade do governo brasileiro de construir e coordenar uma estratégia nacional de combate à disseminação do vírus, o país atravessa o ápice do contágio nesse primeiro semestre de 2021 e com grande risco de colapsar o sistema hospitalar. A crise sanitária provocada pelo coronavírus escancarou a vulnerabilidade social em nosso país, a elevada desigualdade e a extrema pobreza que irá aumentar significativamente o que irá exigir uma maior demanda dos serviços socioassistenciais.

O trágico momento que o Brasil atravessa diante dos efeitos da pandemia, exige do Executivo Federal e do Congresso Nacional a adoção urgente de medidas efetivas no que tange a aprovação de reformas macroeconômicas que venha a desobstruir gargalos que dificultam, quando não impedem, o nosso desenvolvimento econômico.

Por fim, o que parece é que as consequências econômicas e sociais trazidas pela pandemia irão permanecer por um bom tempo entre nós, pois face o endividamento do Estado brasileiro, seguido pelas suas unidades da federação e municípios, fará com que ocorram dificuldades em financiar políticas públicas voltadas para a recuperação do trabalho e renda da população e o combate à extrema pobreza através de programas de transferência de renda mínima. O quadro geral é grave e de difícil previsão de até quando perdurará. A situação atual do Brasil indica que iremos vivenciar uma elevação nos níveis de pobreza. Entendo e torço que esta realidade que se desenha deva servir de alerta no sentido do nosso país preparar políticas públicas efetivas, e com alto grau de eficiência, em defesa da população.


Amaury Cardoso

sexta-feira, 19 de março de 2021

HÁ MUITO MAIS NO UNIVERSO DO QUE AQUILO JÁ SE DESCOBRIU E ENTENDEMOS. - ARTIGO: MARÇO/2021


Inicio este artigo com duas afirmações. Primeiro que o título desse artigo revela o obvio, segundo que não tenho a pretensão de convencer ninguém sobre o que acredito, pois sei que as pessoas precisam achar o seu entendimento no seu próprio tempo e espaço, mais simplesmente revelar o que acredito com relação ao sentido da vida de acordo com minhas experiências, crença e valores. Sinta-se a vontade para tirar suas próprias conclusões.

Há muito me pergunto: Qual é a natureza da consciência humana? Será que ela existe fora do corpo?

Uma pessoa vive respirando em um momento e de repente, um minuto depois, não é mais nada. Esse processo me deixa curioso, intrigado e ansioso para entender como é que isso acontece. Deixamos nossos corpos e o que acontece depois?


 Acho que não existe ninguém que não se pergunte: A vida continua após a morte?

Por ser espírita acredito que a consciência sobrevive à morte, e que continuamos vivendo após a nossa morte física. Acredito que fazemos parte de algo contínuo, portanto o nosso espírito continua a sua jornada.

A ciência se coloca diretamente em conflito não só com a religião, que é muito poderosa, mas com as ideias das pessoas sobre quem são no mundo. Alguns cientistas se questionam sobre o fato da mediunidade poder fazer uma ponte entre o mundo mecânico, o mundo físico e o mundo espiritual.


O médium é um instrumento para se conectar com o mundo espiritual. Há um momento em nossas vidas em que precisamos de algo, e é ai que o mundo espiritual entra em cena e nos ajuda a entender o que está acontecendo e o porquê neste momento, da nossa vida, ao nosso redor.
Somos questionadores, e é bom que sejamos. Mas, também devemos ser abertos à possibilidade do que pode acontecer. Tenho o entendimento de que a mediunidade se trata de amor e de cura. Ela é um instrumento para ajudar as pessoas a criar uma relação com seus próprios espíritos, com a alma, para começarem a viver sua verdadeira expressão nessa vida.


A mediunidade traz esperança para as pessoas, permite a sensação de que há algo mais do que a matéria física e que faz parte de quem somos. Isso abre a porta para realidades que são inexplicáveis, e também aponta para algo maior sobre quem somos e o que acontece com a gente quando morremos. Quando essa porta se abre, podemos encontrar essa conexão!

Existem coisas que a ciência não consegue atestar. Mas isso não quer dizer que elas não aconteçam!

Eu acredito que existe mais na existência humana do que a realidade física. Sinto que fazemos parte de uma existência muito mais ampla, razão pela qual precisamos saber viver cada ciclo de nossas vidas, pois esses ciclos são parte, complemento, da nossa eternidade, razão que me leva a acreditar que nossos ciclos de vida são oportunidades para evolução/aperfeiçoamento espiritual. Nossa energia não pode ser destruída, ela vive em algum lugar!


 Por fim, entendo que a vida não é um simples acaso, ou seja, não nascemos por um acaso! A vida é uma oportunidade que nos é concedida no sentido de buscarmos o nosso destino: o aprimoramento de nosso caráter, a superação de nossos conflitos, a busca e construção da nossa harmonia íntima, em suma, a conquista de níveis mais elevados de evolução voltados para a perfeição e consequente leveza espiritual.

Desejo a todos vida longa, luz, paz e prosperidade!


Amaury Cardoso









A SOCIEDADE ESTÁ REJEITANDO O ESTABLISHMENT POLÍTICO ALHEIO AO INTERESSE GERAL. - Artigo: Março/2024

O mundo contemporâneo tem nos revelado que as coisas ficam complicadas no trato do campo político, em que a dimensão de significado e interp...