O LIVRO É O LIVRO. (NOV/2009.)

PONTO DE VISTA.

A tendência atual, que revela a crescente diminuição do número de freqüentadores das bibliotecas em todas as partes do mundo, principalmente nos países que estão inseridos na chamada ¨Era Digital¨ onde o acesso aos meios áudios visuais atinge praticamente 100% da população, é sintomática. Os jovens que fariam parte do público de novos leitores demonstram preferência pela ¨telinha¨, sejam laptops, vídeo games, televisão, e só, talvez, na escola lê, por obrigação pedagógica.

A célebre frase do escritor Monteiro Lobato, ¨Um país se faz com homens e livros¨ está cada vez mais distante da nossa realidade. Embora se possa afirmar, em defesa dos livros, que o conhecimento e a cultura adquiridos através da leitura são mais consistente, contribuindo de forma decisiva para a solidez das argumentações, e fortalecimento das personalidades, o livro não se compara ao fascínio exercido sobre os indivíduos pela luminosidade das imagens emanadas dos aparelhos os quais hoje quase todos têm acesso, seja no trabalho, na rua ou nas residências.

Já há quem afirme, a meu ver precipitadamente, que livro é coisa do passado, ultrapassado, superado. Isso é um equívoco típico da sociedade de consumo que cultua as novidades, como se o agora não fosse resultado do antes historicamente construído. Esses são os que almejam estar sempre ¨na crista da onda¨, na moda, aceitos como sempre insuperáveis, com opiniões incontestáveis, para eles, como diria o grande Drumonnd ¨se esta na moda ser moderno, serei eterno¨. Vale lembrar que, em recente pesquisa divulgada pela BBC, na Inglaterra, sete em cada dez internautas afirmaram não gostarem ou conseguirem ler livros pela internet, o que evidencia que as publicações tradicionais, mais do que nunca estão em voga.

Senhores o livro é o livro e sempre será, para aqueles como nós que se comprazem do silêncio aconchegante da biblioteca, do conforto da leitura agradável e sem pressa, e do sutil perfume das páginas novas ou antigas.

Amaury Cardoso

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