terça-feira, 26 de agosto de 2014

O DESAFIO DO BRASIL É ENORME. ARTIGO: AGOSTO/2014.

Diante de uma economia global que passa por transformações profundas, o atual governo perde a oportunidade de adequar a produção brasileira e o desempenho do país aos novos tempos.

A história política e econômica do Brasil se formou através da existência de ciclos que se alteram nas fases de prosperidade e de atrasos. Dispensando a análise de ciclos anteriores, a partir de 2003 inicia-se no Brasil um ciclo marcado por quatro pontos principais: taxa de juros internacionais baixissíma; elevados preços das matérias primas (commodities); um alto contingente de desemprego; e apreciação cambial que possibilitou o país crescer, foram “anos dourados”, descontado o curto período da crise econômica de 2008.

Contudo, as circunstâncias econômicas favoráveis foram se modificando a partir de 2009: o preço das commodities perde força; os juros internacionais começa a se elevar; o desemprego começa a cair e a cotação do Real frente ao Dólar sofre mudança com a estagnação da queda do dólar.

Diante desse novo quadro o que fez o governo brasileiro, continuou cometendo equívocos na política econômica a ponto de causar enorme desgaste, cujo o aperto monetário tem se revelado insuficiente para inibir as expectativas pessimistas quanto a trajetória da inflação que começa a contaminar a confiança da sociedade, em especial a classe empresarial, face o governo Dilma não ter conseguido dar provas de que será capaz de colocar em ordem as finanças públicas.

O governo Dilma protagoniza um final de ciclo econômico mediocre em comparação aos países que compõem os BRICS, e, o que é pior, entre os países que formam a América Latina, pois esta amargando um pífio crescimento comparativo na faixa média de quatro anos, mal chegando a 2%.

No momento em que grande parcela dos países estão se preparando com afinco para um mundo de muita competitividade, o Brasil esta caminhando em direção contrária, deixando a desejar, sendo um dos mais urgentes problemas a escassa mão de obra qualificada, que se agrava em razão do nosso fraco nível educacional.

As medidas para contrapor esse quadro preocupante já foram por demais sinalizadas pelos especialistas econômicos, sendo as principais: Investimento através da melhoria da infraestrutura, na eficiência dos gastos públicos e no investimento na educação de qualidade tornando-a universal, mas que o governo Dilma reluta ou tem dificuldade em implantar.

Ao contrário, os investimentos estão se retraindo. O Banco Central já sinaliza que o país esta em leve recessão, e as didiculdades no setor elétrico contribuem para a retração dos investimentos em razão da ameaça da falta de energia ou do seu já inevitável encarecimento. “O governo do PT preferiu politizar o que deveria ser encarado de forma objetiva e técnica”.

A incompetência da gestão Dilma e o fato de não ter valorizado o planejamento com visão de longo tempo, esta causando um retrocesso econômico que começa a atingir os cidadãos naquilo que mais teme, a inflação crescente e o mal-estar provocado pelos péssimos serviços públicos, em especial nas grandes metrópolis.

Até quando permitiremos que a realidade social em nosso país e seus graves problemas continuem a serem banalizados?

Até quando conviveremos com o desconforto de sermos, pela avaliação da UNESCO, o 88º lugar em educação, segundo o PNUD, o 85º lugar no índice de desenvolvimento humano, na avaliação do Banco Mundial o 8º pior país em concentração de renda e o 54º país em competitividade no mercado mundial?

Não podemos nos conformar e nos acomodar com esse desastre em que nosso país se encontra. Parafrasendo Eduardo Campos: “NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL”.

Já não basta ter que aceitar que o ajuste de tudo que nos leva ao atraso econômico e social ficará para o próximo governo? E com qua garantia?

A conta desse descaso não pode chegar depois do fechamento das urnas, com a tentativa do atual governo de continuar a nos iludir. Até porque os argumentos são frageis e não mais convencem.



    Amaury Cardoso  Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com
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domingo, 10 de agosto de 2014

O CORONELISMO POLÍTICO PRATICADO NOS CENTROS SOCIAIS. ARTIGO: JULHO/2014

O Rio de janeiro outrora cidade maravilhosa, antiga capital da república, ambiente efervescente onde as decisões políticas nacionais eram tomadas, berço cultural onde eventos aconteciam diariamente, a arte em todos os níveis se desenvolviam, cidade mãe da bossa nova, movimento que ganhou o mundo, e dezenas, centenas de atividades que faziam do Rio de Janeiro atração e lugar desejado por todos.

Com a mudança da capital, em 1960, para Brasília, o Rio de Janeiro aos poucos foi perdendo a qualidade de vida que faziam dele exemplos para o país. É relevante notar que políticos de diferentes ideologias debatiam idéias fervorosamente, porém diferentemente de hoje, eram de alto nível intelectual, defendendo suas idéias com argumentos sólidos fundamentados em suas convicções. O que vemos hoje? Os serviços de saúde precários incapazes de atender a demanda, o transporte ineficiente, com engarrafamentos permanentes, a educação num nível extremamente baixo onde os alunos sem condições, devido ao ambiente social desfavorável, assistem aulas dadas por professores desmotivados com salários que mal dão para o seu sustento.

A cidade inchada devido a famigerada especulação imobiliária e ocupações irregulares agoniza. Por outro lado os políticos locais que deveriam lutar para que esse caos minimizasse, de forma acintosa procuram se beneficiar dessa insuficiência e ineficiência de serviços, não se interessando em melhorar esse quadro, se utilizando, face essas carências, do artifício do clientelismo e assistencialismo para “comprar” votos, através do cúmulo da criação de “Centros Sociais” onde oferecem serviços de baixa qualidade a população, quando deveriam cobrar do poder público o cumprimento das atribuições  que lhe são exclusivas.

É vergonhoso, esses políticos deveriam ser alvo de repúdio por parte da população e o Ministério Público investigá-los levando-os de volta ao anonimato de onde nunca deveriam ter saído.

A ampliação da utilização de “Centro Sociais” vinculados a atividade política, nos quais candidatos demagogos oferecem serviços a eleitores em troca de votos, configura-se em clientelismo descarado, explicitando em terras fluminenses o exercício da política no mais atrasado dos sertões, retornando a época do coronelismo político, ou seja, “compra” do eleitor através do fornecimento de serviços do quais já tem direito.

Os “Centros Sociais” tem dissiminado um clientelismo que distorce e desqualifica a representação política, por se utilizar da troca de favores estabelecendo o vínculo de gratidão do cidadão (eleitor) com aquele que o beneficia através dos serviços que oferece, tais como: tratamento dentário, consulta médica, orientação e apoio jurídico, cursinhos de baixa qualidade profissional e até mesmo “ajuda” em dinheiro, que passa a ser retribuído pelo beneficiado por votos, fato que tem sido recorrente nas regiões mais atrasadas e carentes, com deficiências na prestação de serviços público.

A pratica da política clientelista é um sintoma da degradação na forma de fazer política. A sensação absurda que se tem é a de que os políticos que se beneficiam desses métodos não se interessam pela mudança desse quadro, e não trabalharão para que serviços essenciais a população, como saúde e educação, melhorem de qualidade.

O clientelismo praticado nesses “Centros Sociais” é um eficaz instrumento de distorção da representatividade, cuja a qualidade é essencial para o aprimoramento da democracia. A demagogia, o clientelismo e o “toma lá dá cá” na prática política cresceu em alto grau, fazendo vítima o sistema eleitoral e político, que pela distorção sofrida amarga a indiferença de um eleitor indignado e incrédulo diante das imoralidades que são praticadas por aqueles que deveriam honrar com seriedade, correção e eficiência o mandato recebido.

É lamentável ter que admitir que do ponto de vista da consciência de muitos se aceite o princípio do “rouba mais faz”, “me ajuda com alguma vantagem que eu voto” e do “toma lá dá cá”, o que vem a comprovar que a ética não é uma questão decisiva para eleger e ou deixar de eleger em nosso país, e, infelizmente, exemplos são muitos.

Concluo com uma citação bem apropriada ao tema do poetinha Vinícius de Morais, que a cada eleição se torna mais atual: “POLÍTICOS, MELHOR NÃO OUVI-LOS. MAS, SE NÃO OS OUVIRMOS, COMO SABÊ-LOS?”.

É certo afirmar que, melhoramos a qualidade da política qualificando o nosso voto.



                                                                   Amaury Cardoso
                                             Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com
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