sexta-feira, 7 de março de 2008

JOGO ELEITORAL... DA IMPACIÊNCIA POPULAR ÀS VIAS DE FATO. HÁ OUTRO CAMINHO? Artigo / Abr de 2010


PONTO DE VISTA.



A chamada esquerda consciente e conseqüente, da política nacional, encontra hoje sérias dificuldades em manter acesa a chama da esperança no seio da sociedade brasileira. A política amesquinhou-se; a política de alianças da atual conjuntura é esdrúxula, onde no mesmo barco eleitoral vê-se a extrema direita, DEM e a suposta esquerda “light”,” verdes”. As alianças são feitas sem preocupação com a coerência político-ideológica, passando a ser prioritário ganhar as eleições não se importando com os retalhos, em caso de vitória, de um governo loteado e disforme na sua formação, onde o que predomina são os interesses e projetos pessoais de pequenos grupos. O eleitor assiste perplexo Gabeira e César Maia antes aos tapas, depois aos beijos, e recentemente, por uma preocupação meramente eleitoreira, voltar atrás se contradizendo, em face da rejeição do seu mais novo e já rejeitado aliado, o ex-prefeito do Rio, pela classe média, seu nicho eleitoral, caracterizando com isso o oportunismo político de certas candidaturas que se formam dentro do antagonismo de visões, idéias e programas. São candidaturas deformadas na sua origem, ou seja, candidaturas do tipo “retalho”. Adeus credibilidade. Ah sim, aliança tática. Há há há...

A perspectiva do poder entontece e inebria. Entre a possibilidade de perder com dignidade e ganhar sem postura ética, tende-se pela segunda opção. Por outro lado, os messiânicos de plantão, em greve de lucidez juntam-se aos petistas zumbis que zanzam entre o que foram: Petistas originais e o que pensam que são, ainda, petistas. O poder enlouquece.

A alternativa PSDBista é tragicômica, coveiros de um passado recente, entreguistas, gastam eloqüências estapafúrdias como se fossem a solução eleitoral. Não enganam nem a si mesmo.

Senhores nos resta rezar para que o Altíssimo tenha piedade de nós, ou a população perca a paciência e chegue às vias de fato.

Considerando-se a quantidade, cada vez maior a cada eleição, de votos brancos e nulos, fica bem nítido que a paciência popular esta por um fio, colocando a cada pleito a credibilidade das instituições políticas em xeque.

No momento em que a identidade ideológica perdeu a importância, descaracterizando e nivelando por baixo os partidos, a arte da política se reduziu à mesquinhez da barganha pura e simples, num grande mercado persa onde o eleitor busca a solução de seus problemas imediatos leiloando o seu voto, que de instrumento do exercício da cidadania, se converte em moeda de troca utilizada por políticos sem escrúpulos para a realização de projetos pessoais inconfessáveis que, não raro, comprometem a longo prazo os avanços sociais imprescindíveis à garantia de um porvir com maiores oportunidades para todos, com maior eqüidade e, principalmente, um amanhã no qual aqueles que com seu suor produzem a riqueza nacional sejam os primeiros e principais beneficiários do fruto de seu trabalho.

Em que pese este quadro tão sombrio que nos leva ao desalento, ainda é possível vislumbrar um horizonte onde brilha a luz da renovação, da mudança e de um caminho que, embora árduo, há de nos conduzir rumo às transformações tão ansiadas por nossa sociedade.

Tal caminho se manifesta em diversas maneiras de operar estas transformações que, em linhas gerais, já foram objeto de artigos anteriores, mas nunca é demais reafirmar que o resgate da instituição partidária, como maior e principal instrumento de organização política de um povo, é a mola mestra desse processo. E este resgate só pode se dar pela elaboração de um projeto político-partidário que contemple efetivamente todos os seguimentos sociais, em todas as suas nuances e matizes, em total sintonia com as questões da atualidade que se refletem no cotidiano de todos nós. E esta lacuna esta presente em todas as siglas partidárias. Esta conclusão é resultado de anos de militância política tanto nas esferas de poder, quanto junto às bases populares, que me indicaram sempre o rumo que deveria seguir sem jamais terem errado.

A crítica é necessária, pois é fruto da observação e da reflexão. A participação, entretanto, é fundamental, pois a covardia e a omissão não mudam o destino, nem dos homens e nem muito menos dos povos.

Amaury Cardoso.
e-mail: amaurycardosopmdb@yhaoo.com.br
Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com

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