sexta-feira, 7 de março de 2008

CICLO NEFASTO. (JAN/2008)

CICLO NEFASTO.

O que há de comum entre as questões ambientais que tanto nos afligem ultimamente e a problemática social da população de rua?

Ambas tratam da degradação do sistema político e dos mais nefastos resultados do modo de produção capitalista. De um lado a poluição ambiental, resultado do desenvolvimento industrial desenfreado e do outro a miséria humana, resultado da acumulação de capital.

Os paliativos adotados em escala nacional atacam suavemente os sintomas evidentes, mas não chegam nem de perto a tocar nas origens e raízes das questões mesmo porque para se enfrentar seriamente esses problemas é preciso alterar a natureza do sistema e seu processo evolutivo.

O desenvolvimento sustentável ainda não passou da teoria à prática, uma renda digna para todos e com projetos sociais decentes com efetivos resultados não passam de discursos.

Será que veremos um governo que troque o desperdício pela austeridade? Que troque a corrupção pela decência? Que troque o cinismo pela sinceridade? Que troque a mentira pela verdade? A indiferença pela solidariedade? Essas indagações, presente em cada cidadão, por quanto tempo ficarão sem resposta?

A construção de uma nova ordem que resgate e restaure os valores é inadiável. Por outro lado estamos próximos das eleições municipais que ocorrerão em outubro deste ano e temos diante de nós uma grande oportunidade de darmos um sopro de esperança as novas gerações escolhendo com sapiência nossos novos dirigentes tanto no executivo como no legislativo.

È necessário que saibamos avaliar com olho clínico todos que se apresentarem postulando cargos eletivos para que não cometamos enganos dos quais nos arrependamos depois.

Vejamos em especial a situação do município do Rio de Janeiro onde presenciamos a total degenerescência dos serviços públicos essenciais a melhor qualidade de vida de nossa população: A favelização de áreas de proteção ambiental, o descaso quanto à preservação urbanística da cidade, demonstram uma total falta de planejamento do solo urbano. O aumento da população de rua, a ausência de serviços sociais e suas políticas públicas, revelam a imensa distância entre as instituições públicas municipais e a população da cidade, causando uma falta de interação necessária para se produzir ações que resultem em ganhos para a comunidade.

Estamos diante de uma situação surrealista governados por um prefeito alheio, que troca o indispensável contato humano no dia a dia por uma onipresença virtual. Um ator que confunde imagem e idéia achando que uma substitui a outra. Esse ciclo nefasto que já dura mais de uma década, já nos desgastou demasiadamente e essas figuras que fazem parte desse contexto precisam e vão, a bem da saúde política, serem extirpadas nas eleições de 2008.

A realidade em nosso município, onde, volto a afirmar, o desgoverno e a degenerescência dos serviços essenciais à população são profundos, sinaliza para a população a necessária mudança de rumo. O continuísmo do modelo de gestão governamental implantado pelo senhor César Maia, se vier a ocorrer, levará a falência a frágil infra-estrutura da nossa cidade, que não suportará o desmando e a permanência do caos.

Outra instituição importante para garantir o exercício da cidadania é o poder legislativo em nosso município que, com raras exceções, vem sofrendo nos últimos anos uma enorme queda em sua qualidade, passando a câmara municipal a ter figuras despreparadas e caricatas, que não possuem a necessária sensibilidade e visão dos graves problemas de uma cidade metropolitana.

A mudança do quadro atual só ocorrerá através do voto, e as eleições municipais que ocorrerão este ano são a nossa oportunidade. Não podemos errar! Nós somos responsáveis pela cidade que queremos.




AMAURY CARDOSO
e-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br

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