segunda-feira, 18 de novembro de 2024

VIVEMOS EM UMA REPÚBLICA, CONTUDO MUITAS PESSOAS ENTRAM EM CONFLITO COM OS SEUS CONCEITOS! - Artigo: novembro/2024


O conceito de República esteve associado ao longo dos anos a um Estado que retrata a preocupação com o bem comum, independente do tipo de regime. O fundamento de uma república está alicerçado na preocupação com o bem comum, ou seja, coletivo.

Aprendi que a expressão valores republicanos tem um leque de significados positivos, a exemplo de eleições livres, separação entre Estado e Igreja, separação entre público e privado, a educação universal, dentre outros.

Contudo, é fato que os princípios republicanos são os mesmos conceitualmente, mas sua aplicabilidade e a capacidade de exercer seus princípios variam em conformidade com a sociedade. Por exemplo: tentar aplicar princípios liberais em uma sociedade que não nutre as bases do princípio liberal irá resultar em uma política conflituosa. Se não vejamos: Público, passa a visão de que é de todos nós, razão pela qual temos a responsabilidade de cuidar do que é público, ou seja, nosso. No entanto, culturalmente no Brasil, o que é público não é de ninguém. A maioria das pessoas individualmente não se considera responsável pelo que é público. Se a rua está suja, os bueiros estão cheios de lixo a calçada da sua casa está cheia de mato, a culpa é da prefeitura, não do cidadão que não cuida do público, ao contrário contribui para deteriorar o que é público porque entende que quem tem que cuidar do público é o poder público. Esse comportamento não é uma atitude republicana, no sentido de que res + publica tem dimensão de compromisso compartilhado (cidadão e governo) com o que é público.

Portanto, não se trata apenas de intuições, mas de cultura, educação, valores e compromisso em zelar pelo que é público. Mudar esse comportamento é uma tarefa muito difícil e de longo prazo, que passa pelo entendimento e reconhecimento de que espaço público é um bem de todos e, portanto, deve ser preservado, cuidado por todos.

O livro “Acabeça do brasileiro” do cientista político Alberto Carlos de Almeida, comprova por meio de uma pesquisa nacional sobre valores enraizados de nossa sociedade, que a maioria da população não tem a visão de mundo de república idealizada pelos acadêmicos e professores universitários das áreas de ciências sociais. Assim, essas elites exigem algo que o Brasil não tem condições de entregar.

É fato que a visão de mundo e os valores de uma sociedade mudam, mas é um processo muito lento. Em função dos nossos valores sociais, o Brasil ainda não é uma república na sua essência.


Amaury Cardoso

Graduação em Física; Pós graduação em Gestão Publica; Pós graduação em Políticas Públicas e Governo; Especialização em Estratégia Política; Especialização em Ciências Políticas; Especialização em Marketing Político, Comunicação, Gestão e Estratégia.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

ERRA QUEM RELATIVIZA O CRESCIMENTO DA FORÇAS POLÍTICA DE CENTRO, CENTRO DIREITA E DIREITA! - Artigo: novembro/2024.


Com o resultado das eleições presidenciais e do Congresso nos EUA, erra quem relativiza o crescimento das forças políticas no campo ideológico de centro, centro direita e direita em varias partes do mundo.

Em julho escrevi um artigo sobre o processo eleitoral nos EUA no momento em que Trump sofreu um atentado contra sua vida. Nesta oportunidade eu afirmei que o episódio alavancaria a eleição de Trump ao ponto de assegurar a eleição dele.

O partido democrata sentiu o golpe, e reconheceram que Biden não seria capaz de conter o crescimento e a vitória de Trump, não só por ele não reunir condições políticas e físicas de vencer, mas principalmente porque seus grandes apoiadores financeiros, ao visualizar a derrota de Biden, estavam abandonando a campanha democrata.

Para evitar um fiasco eleitoral o partido democrata apresentou uma nova alternativa, e Biden escolheu sua vice-presidente Kamala , que, também em julho, afirmei que não era o perfil mais apropriado para levar a vitória dos democratas, em razão dela ter sido uma vice-presidente apagada e vacilante em três questões fundamentais para os americanos: a econômica, a migratória e a fragilidade em lidar com à questão dos conflitos internacionais. 

Durante o processo eleitoral as pesquisas falharam ao sinalizar a possibilidade de vitória dos democratas com a candidatura de Kamala, fato que deu a ela a confirmação, em convenção democrata, de sua candidatura em detrimento aos seus oponentes no partido, mesmo sendo dois governadores experientes que governam estados importantes e estratégicos. 

A vitória de Trump se mostra fragosa e humilhante para os democratas. Trump vence todos os estados pêndulos decisivos. Trump vence com grande vantagem no numero de delegados e de eleitores. Essa diferença na vitória de Trump vem em decorrência de uma melhor estratégia que focou em temas importantes para o eleitorado conservador dos EUA, em especial o fator econômico.É fato que essa vitória da direita nos EUA foi determinante para o avanço da direita no cenário político internacional!

Meu ponto de vista sobre a vitória de Trump, apresentado em julho desse ano, se confirma! Trump vence com poderes significativos!

Vence na Suprema Corte com 6 ministros conservadores e nas casas legislativas vence com folga: Senado - Partido Republicano conquista 52 cadeiras; Câmara - Partido Republicano conquista 198 cadeiras. Nos 11 estados americanos que houve disputa para governador, o partido republicano vence em 09, vencendo, também, na Suprema Corte com 06 ministros conservadores.

O Partido Democrata no senado conquista 41 cadeiras e na Câmara, conquista 180 cadeiras.

Até o fechamento desse artigo, Trump conquistou 292 delegados e Kamala 226. Esse resultado consagra a força política do presidente que irá governar os EUA pelos próximos quatro anos. Isso traz um significado com grande repercussão política internacional que irá influenciar mudanças políticas e econômicas em várias partes do mundo.

Esse é o meu ponto de vista!!!

Abraço!


Amaury Cardoso

Bacharel em Física, Pós Graduação em Gestão Pública, Pós Graduação em Políticas Públicas e Governo, Especialização em Estratégia e Política, Especialização em Ciências Políticas, Pós Graduação em Marketing Político, Comunicação Eleitoral, Gestão e Estratégia.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

O QUE ME REVELA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2024. - Artigo: outubro/2024



Com o encerramento das eleições municipais de 2024, ficou evidente o avanço das forças políticas de centro, centro direita e direita em todo território brasileiro, avanço que se iniciou em 2018 e foi conquistando forças e ampliando espaço nos processos eleitorais de 2020, 2022 e 2024.

Esse novo arranjo político que se desenhou nas eleições municipais deste ano certamente indica uma nova composição de forças politicas que irá influenciar o processo eleitoral nacional de 2026, principalmente nas duas casas legislativas do Congresso Nacional, mas também com a expansão dessas forças nos governos estaduais e casas legislativas estaduais na grande maioria dos Estados.

A nova configuração de forças que se estabelece em todo país revela o crescimento e fortalecimento dos partidos com perfil político de centro e direita que passaram a ocupar a grande maioria das prefeituras das capitais e cidades de médio e grande porte populacional e predominam em 75% das 5.570 prefeituras brasileiras.

Outro aspecto que se evidencia nessa eleição é o enfraquecimento das forças tradicionais de esquerda (PT, PDT, PSB, PSOL e PCdo B) em todas as regiões do país. Ficou clara a crescente rejeição aos candidatos do segmento político de esquerda, desta vez não só nas capitais e grandes metrópoles, mas também em um numero expressivo dos  municípios das periferias. 

Em síntese, os partidos do segmento ideológico de centro, centro direita e direita (PSD: 891, MDB: 864, PP: 752, UNIÃO: 591, PL: 517, REPUBLICANO: 440 e PSDB: 312) conquistaram 4.367 prefeituras. Já os partidos do segmento de esquerda e centro esquerda (PSB: 312, PT: 252, PDT: 151, PCdoB: 19 e PSOL: 0) conquistaram 748 prefeituras. Com esse resultado  eleitoral pífio, com o agravante do péssimo resultado eleitoral do partido do presidente da república, o PT, ficou claro que os partidos de segmento político de esquerda receberam neste processo eleitoral sinais de desgaste que atribuo a falta de renovação de suas pautas e na estratégia politica e eleitoral, bem como as dificuldades de comunicação com o eleitorado brasileiro e a dificuldade de se adaptar às demandas locais e de apresentar propostas atrativas a um eleitorado que não aceita promessas, que por serem repetitivas não convencem mais, e exige resultados.

Atribuo, também, ao descrédito que enfrentam os partidos de esquerda ao fato desses partidos não conseguirem mais falar para a população e insistirem em ficar repetindo o discurso tradicional, de certa forma ultrapassado, e totalmente desconectado da realidade da sociedade brasileira e das demandas mais imediatas e programáticas dos eleitores, que priorizam pautas focadas na competência de gestão  e eficiência administrativa, associada a programas e projetos factíveis que de fato leve a garantia de respostas e entregas de demandas essenciais a população.

Outra leitura que para mim fica evidente é que a sociedade não se interessa por discursos ideológicos e posicionamentos políticos excessivamente radicais e sim deseja posicionamentos voltados para propostas de soluções centradas em resolver problemas cruciais do cotidiano das cidades.

Por fim, essas eleições municipais revelam uma nova configuração de forças políticas demonstrando que a grande maioria do eleitorado prefere dar o seu voto a alguém que melhor lhe passar a certeza de ser um gestor competente e o convencer possuir eficiência administrativa, associada a um perfil político que transmita credibilidade. Arrisco afirmar que está desenhada a eleição nacional de 2026. Percebo que os critérios de escolha estão se consolidando e serão os mesmos a definir os candidatos no próximo processo eleitoral, dessa forma, indicando a continuidade do avanço dos segmentos ideológicos de centro, centro direita e direita. Esse é o meu ponto de vista!


Amaury Cardoso 

Graduado em Física, Pós graduado em Gestão Publica, Especialista em Gestão e Estratégia, Especialista em Ciências Políticas, MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia.

www.amaurycardoso.blogspot.com.br

terça-feira, 17 de setembro de 2024

A IMPORTÂNCIA DO DOMÍNIO DA COMUNICAÇÃO NAS REDES SOCIAIS. - Artigo: setembro/2024


Aprendi em meus estudos sobre marketing político e eleitoral, gestão e estratégia, bem como na vivência como militante político, que a construção da imagem pública e o papel do marketing político e eleitoral são imprescindíveis para o sucesso de um político na sociedade contemporânea, pois depende diretamente da visibilidade pública e da repercussão positiva de sua imagem no cenário em que o candidato/político está inserido. Virou um jargão no marketing político e eleitoral que a imagem de um candidato/político pode ser comparada a um rótulo de um produto na prateleira de um supermercado. Trata-se da identidade que àquele político quer passar para a sociedade e seus atuais e futuros eleitores, seja tradição ou quebra dela, confiabilidade, competência administrativa ou outros atributos que possam atrair determinado público ou segmento.

Feita esta importante observação, passo a responder a pergunta da questão em tela: Disserte sobre a facilidade que os meios de comunicação de massa eletrônicos (rádio, televisão, internet e redes sociais) proporcionam à difusão das mensagens políticas dos mais diversos candidatos eleitorais.

Durante um longo período as imagens foram construídas com relativa facilidade, utilizando códigos ou fórmulas baseadas, sobretudo, na dramatização da vida do candidato, principalmente no horário eleitoral gratuito. Era comum a apresentação de histórias recheadas de valores sociais moralizantes e aspectos intimistas do candidato.

Com a entrada dos meios de comunicação de massa eletrônicos, esse cenário/personagem/roteiro construído corre sérios riscos de ser desvendado ou desmascarado nas redes sociais. Qualquer informação se torna pública em tempo real e a todo tempo, logo, construir uma imagem tornou-se palavra perigosa. Hoje o eleitor, do outro lado da tela tem a possibilidade de interagir, se posicionar e ate ajudar a construir a imagem positiva de um candidato, contudo, na mesma medida esse eleitor pode desconstruir e destruir qualquer história bem ou mal contada.

Com a chegada da Internet, das redes sociais e todas as suas ferramentas disponíveis o candidato/político passou a ter uma enorme condição de difundir sua imagem e as suas mensagens. Esse novo modelo de propagação da informação, através das ferramentas de redes sociais, mudou radicalmente a forma de “construção” de uma imagem. Destaco esse ponto, por entender que na sociedade em rede em que vivemos, o trabalho realizado em torno da construção da imagem deve ser pautado pela valorização das características positivas e distanciamento das menos aceitas ou negativas.

É fato que com a democratização e ampliação do acesso a informação e a garantia de comunicação em massa nas redes sociais o candidato/político passou a ter uma enorme condição de propagar sua imagem. Contudo, entendo haver a necessidade de ter muita cautela em transitar nesse universo conectado e cheio de informação. O candidato/político precisa saber aproveitar o que as ferramentas de marketing político e eleitoral lhe oferecem para fugir dos estereótipos cansativos e já manjados pelas pessoas. É fundamental ser autentico, sob o risco de vir a ser questionado por alguma atitude que não venha a condizer com aquela imagem anteriormente construída. Reverter essa situação será bem mais complicado do que trabalhar positivamente seu marketing pessoal e político. Destaco que a mensagem do candidato/político precisa ser meticulosamente planejada e disseminada, se possível, com antecedência, pois se trata da construção de um processo de imagem. Esse cuidado se estende ao discurso, falas e palavras utilizadas, a tonalidade da voz, à gesticulação, à expressão facial e outros mecanismos de comunicação que podem contribuir para vencer ou perder uma eleição.


Amaury Cardoso


Graduado em Física, Pós graduado em Gestão Pública, Especialista em Ciências Política e MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

O POVO VENEZUELANO ESTÁ REFÉM DO DITADOR MADURO E SEUS ALIADOS MILITARES, SÓCIOS NO PODER. - Artigo: Agosto/2024


Triste realidade de um país que possui 94% de seu povo vivendo em condições socias muito precária, abaixo da linha da pobreza, e é impedida de exercer o seu direito  de lutar por mudanças!

O que assistimos na Venezuela é um insulto, um desrespeito, uma agressão ao povo venezuelano!!! Milícias armadas oprimindo a manifestação de repúdio da população que não suporta mais a tirania imposta pelo ditador Maduro, que se auto proclama, as pressas, vencedor de uma eleição fraudulenta. O que está por vir é lamentável!!!

Os "líderes" mundias que se omitem e pior apoiam a opressão que acontece por anos na Venezuela, são irresponsáveis ao desrespeitarem o direito de um povo de viver em uma democracia!!!

No meu entender é grave a crise que se instalou na Venezuela, e ela tem tudo para aprofundar o número de dezenas de mortos e milhares de presos, e se desdobrar numa guerra civil com muito derramamento de sangue. Maduro tem endurecido e não irá titubear em colocar o exército nas ruas para reprimir as grandes manifestações populares, bem como perseguir e eliminar suas lideranças. É fato que a explosão da violência terá consequências imprevisíveis! Diante de um país em grave crise política,  econômica e social, temo pelo destino de muitos venezuelanos!

O governo brasileiro, na posição de líder na América Latina, precisa assumir o seu papel e se movimentar diplomaticamente no sentido de evitar o avanço do caos. O presidente Lula é o único na América Latina que têm essa legitimidade junto ao presidente Maduro, mas se coloca de forma timida e relutante, condicionando a se posicionar após Maduro apresentar as atas das eleições, o que não irá acontecer, pois é fato que sua anunciada vitória está sendo sustentada por uma vergonhosa e criminosa fraude eleitoral. 

O governo e o Estado brasileiro erra, depois de terem se passados vários dias do processo eleitoral, ao não ter se manifestado diante do que acontece e as evidências das fraudes que ocorreram nas eleições venezuelanas! 

O Brasil detêm uma influência política e econômica sobre a América Latina, o silêncio do governo brasileiro diante do processo fraudulento das eleições na Venezuela, bem como diante da postura ditatorial do presidente Maduro que se impõe na presidência sem, notadamente, a aprovação da grande maioria do povo venezuelano é constrangedora para a nação brasileira. 

O presidente Lula se encontra numa situação delicada face o partido dos trabalhadores - PT, do qual é a maior liderança e as decisões relevantes não são tomadas sem consultá-lo e obter sua concordância, ter oficialmente emitido nota reconhecendo que o processo eleitoral na Venezuela transcorreu de forma democrática e com perfeita lisura. Fica a pergunta: Sem a devida transparência e sem a necessária apresentação das atas da eleição,  em que base o PT pode afirmar que a reeleição de Maduro é um fato indiscutível?

Diante do posicionamento da OEA e de vários países que cobram transparência e apresentação das atas da eleição, cresce a rejeição à forma como se deu o processo eleitoral na Venezuela, o que coloca o governo brasileiro, em razão da sua demora em se posicionar, em uma posição politicamente delicada no cenário internacional. 

Um fato no mínimo equivocado foi o pronunciamento do presidente Lula, feito dois dias após as eleições, que suou de maneira desastrosa e equivocada ao passar "panos quentes" na falta de transparência do processo eleitoral e no caos social em que se encontra a Venezuela diante da relutância de grande parcela dos venezuelanos em aceitar o golpe eleitoral do ditador Maduro.  


Amaury Cardoso 

Bacharel e Licenciatura Plena em Física, 

Pós graduação em Gestão Pública, Especialista em Ciências Políticas, MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia. 

Blog artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br

segunda-feira, 1 de julho de 2024

O SEGMENTO POLÍTICO DE DIREITA VEM CRESCENDO EM VÁRIOS PAÍSES DO MUNDO, A QUE DEVEMOS ATRIBUIR? - Artigo: julho/2024



No contexto político histórico geral, principalmente depois do pós II Guerra Mundial, podemos encontrar muitos fatores pode tentar explicar esse fenômeno, dentre os quais, arrisco destacar que a ascensão da extrema direita constitui mais um movimento, que começou com o avanço da hegemonia neoliberal, no sentido da completa destruição das conquistas civilizatórias e democráticas do pós-Segunda Guerra Mundial.


O que temos visto nos últimos anos pós virada do século XX para o século XXI, é um avanço da extrema-direita nas sucessivas últimas eleições. O seguimento político conservador vem aumentando seu lastro de poder político passando, a meu ver, uma clara mensagem de que é preciso pensarmos o que está gerando nas populações esse desejo por governos conservadores. 


Porque esse avanço da direita vem sendo desejado por muitos? 

Arrisco afirmar que esse avanço do conservadorismo seja pelo fato de encarna os valores e as formas de pensar de milhares de pessoas no país, onde  uma multidão de pessoas se vê nele representados. Ele é a encarnação de um tipo de subjetividade, de desejos, de valores, de ideias, de conceitos e preconceitos que estão disseminados na sociedade mundial.


Porque foi desejado por muitos? 

Porque encarna os valores e as formas de pensar de milhares de pessoas no país, porque uma multidão de pessoas se vê nele representados.


Entendo que precisamos levar em conta essa insegurança existencial crescente produzida pela nova etapa do capitalismo. Essa insegurança se acentua a medida em que o avanço tecnológico significa a redução dos postos de trabalho e a desaparição de muitas atividades e profissões. Essa, a meu ver, é apenas uma das razões. 


Outra razão é a retórica da direita e da extrema-direita, com o reavivamento do nacionalismo, com críticas à globalização, aos acordos de livre-comércio, bem como o crescimento da concentração da riqueza e, consequentemente, o avanço da miséria em vários países do mundo têm feito com que ocorra um alinhamento com as forças da reação melhor representadas pelas forças políticas conservadoras de centro, de direita e de extrema-direita. 


Essas políticas de recuperação econômica, aplicadas, inclusive, por sucessivos governos ditos socialistas levaram a desmoralização e ao descrédito crescente dos partidos mais à esquerda no espectro político, o que também favoreceu o crescimento da direita e da extrema-direita em vários países. No Brasil, não foi diferente.


O capitalismo é gerador de insegurança a medida que está permanentemente alterando sua própria regulamentação, seus regramentos, suas formas de funcionamento, suas bases tecnológicas, deslocando sua produção de espaços, alterando as relações de trabalho e emprego. 


Quando as pessoas no mundo, em especial no Brasil, estão clamando por segurança, elas atribuem a insegurança que sentem aqueles que são execrados como bandidos ou como corruptos todos os dias na televisão. A insegurança, que é existencial, que é promovida pelas formas de vida precarizadas pelo capitalismo, é atribuída a um outro que se torna o bode expiatório do mal estar causado por vivermos em constante incerteza. A busca de forças políticas que representam a ordem e a segurança é resultado, portanto, da crescente insegurança existencial promovida pelo próprio capitalismo.


Por fim, destaco um trecho da minhapesquisa que afirma: "O estágio atual do capitalismo se caracteriza pela criação de formas vida e de trabalho cada vez mais precárias. A informalidade crescente das relações de trabalho, o crescimento das formas de trabalho temporário, a rotatividade dos postos de trabalho, a previsão de possíveis reduções de salário previstas em contratos de trabalho, a chamada flexibilização do trabalho, o fim mesmo da ideia de especialização e profissão, a competição crescente por postos de trabalho precarizados, a destruição permanente de postos de trabalho e de profissões, a exigência neoliberal de que cada um seja um empresário de si mesmo, que se vejam como capital humano, que tenham sucesso e poder sem que as condições para isso sejam dadas, produzem subjetividades e sujeitos inseguros, carentes de certezas e de ordem, o que é um caldo de cultura extremamente favorável para o crescimento de forças políticas conservadoras de centro-direita, direita e extrema-direita que se propõem a produzir a ordem, a segurança e a certeza, em todos os âmbitos. Num mundo em que tudo parece naufragar, em que todos parecem surfar sobre ondas enfurecidas, em que tsunamis varrem periodicamente as praias e as casas de nossas vidas, essas forças reativas e reacionárias aparecem como a tábua de salvação, o restolho salvador, o último porto e lugar seguro para se habitar. O encarniçamento, a violência, o aferramento com que as pessoas combatem a favor dessas forças da reação só demonstram o quanto para elas essas opções reacionárias são importantes existencialmente, o quanto elas parecem ser o único e último refúgio em um mundo hostil e perigoso."


Amaury Cardoso 

Bacharele Licenciatura emFísica, Pós em Gestão Pública, Especialista em Ciências Políticas, MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia. 

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sábado, 8 de junho de 2024

CRISE DO ESTADO, EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO E NOVAS FORMAS DE PODER. - Artigo: junho/2024

(Esse texto foi objeto de estudo a ser aplicado em aula inaugural.)


A globalização pode ser entendida como processos multidiencionais que não se restringe só à vertente econômica, mas envolve também dimensões políticas, de segurança, cultural e ambiental. Este processo está associado ao crescimento dos fluxos de comércio e investimentos internacionais, reforço da concorrência, à celeridade e facilidade das comunicações, ou ainda,à convergência de valores culturais e da consciência sobre os problemas globais, especialmente os ambientais.

O surgimento deste novo modelo induz os Estados à nova condição socioeconômica, obrigando-os à uma reavaliação de seu papel nos processos decisórios e modificações de postura em relação a questões como desigualdade social, o desequilíbrio no acúmulo de capital e a corrupção, tidos como efeitos causados pela globalização. 

Ao mesmo tempo, a evolução tecnológica é a interdependência de mercados internacionais permitem que as ocorram em um espaço de tempo cada vez menor, causando impactos cada vez mais intensos.  Estes impactos provocam a necessidade de acompanhamento do capital humano dos países, principalmente daqueles que estão em processo de desenvolvimento, de modo a se tornarem aptos para concorrerem com outros países no mercado internacional. 

Em razão dessas transformações, as novas  relações tanto políticas, quanto econômicas permitiram que empresas  se internacionalizassem graças ao aperfeiçoamento da tecnologia em vários países e, com isso, instaurando um processo de co-dependência entre nações.  Esta condição, do ponto de vista da economia política, resultou no denominado "tecnocapitalismo", cujas características relacionam-se ao aumento do poder do mercado e ao declínio do Estado nação, acompanhado do crescente poder de influência das corporações transacionais nas decisões estatais, de modo a facilitar e criar condições favoráveis à reprodução do capital. 

Em suma, o capitalismo contemporâneo ou tecnocapitalismo, baseia-se na estrutura do capital e da tecnologia, que produzem novas formas de cultura, sociedade e cotidiano social. 

A exemplo de outros países onde vigorar o sistema capitalista,  o Brasil também adotou as novas regras e as formas de tecnologia com o objetivo de inserir-se ao mundo globalizado, onde as relações econômicas se tornam cada vez mais competitivas. Ressalto neste sentido, que não somente aderiram a estas regras os países capitalistas, como também a China, onde as relações socioeconômica s até então, eram essencialmente de cunho socialista. 

É importante destacar que a globalização, em suas diferentes modalidades de expressão e realização, tem o Estado cada vez mais sob o controle das organizações e das corporações transacionais,  onde instituições que normalmente controlam poderes econômicos e políticos se tornam aptos a se sobrepor e impor controle sobre os Estados. Tem poder de influenciar governos,  aparelhos estatais, burocracias e tecnocracias e estabelecem objetivos e diretrizes que se redirecionam às sociedades civis, no que concerne às políticas econômicas-financeiras. 

Por fim, obviamente não se pode creditar aos Estados o dinamismo da globalização, mas sim aos mercados comuns que buscam a conexão econômica e as empresas transacionais que detém a maior parte da produção, do comércio, da tecnologia e das finanças internacionais, que determinam estratégias cada vez mais agressivas tendo em vista a conquista do mercado e o poder de decisão no mundo global.


Amaury Cardoso
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quinta-feira, 30 de maio de 2024

AS VERDADES APRESENTADAS DE FORMA PARCIAL, QUE SÃO CONTRÁRIAS AOS FATOS, ME LEVA A MANIFESTAR O MEU PONTO DE VISTA. - Artigo: Maio/2024




Precisamos sair dessa "disputa ideológica extremista" e cobrar uma série de incoerências  e desfaçatez que impera nas rivalidades raivosas no campo ideológico. 

Desfaçatez das negativas daqueles, comprovadamente, associados aos rombos bilionários ocorridos aos cofres públicos realizados através de ilícitos de corrupção deslavada. 

Desfaçatez daqueles que cometem improbidade administrativa que, mesmo comprovadas, são descaradamente negadas e adjetivadas como golpe e perseguição. 

Desfaçatez daqueles que promovem anulações de penalidades, antes até por eles referendadas e depois ao sabor das conveniências de momento ou motivadas por preferências política,  são anuladas sem embasamento jurídico convincentes. 

Desfaçatez daqueles falsos moralistas que se apresentam como "salvadores da patria", e mesmo depois de terem deixado de combater o que afirmaram que iriam combater, fazem pior, se permitem serem aliciados, entram e participam do esquema corrupto que é alimentado pelo sistema excludente e perverso. 

Desfaçatez daqueles que insistem em mentir para uma população que, em nosso país são facilmente enganadas por não possuírem a educação e cultura que lhes são negadas, não alcançam o necessário poder de análise crítica, em razão da ignorância não lhes permitir.

Por fim, Desfaçatez e descaramento de muitos que, em virtude de seus atos ilícitos e atitudes indecorosas contribuem para o declínio da credibilidade da democracia representativa!

Destaco, que opiniões sem o devido cuidado de serem  apresentadas de forma parcial, que ignoram realidades inquestionáveis, com um  único propósito de defender o indefensável, deixando claro suas preferências, e evidenciam erros somente daqueles a quem são contrários, seja por qual motivo, estas atitudes são desprovidas de credibilidade e devem ser ignoradas. 

Esse é o meu ponto de vista!!!


Amaury Cardoso 

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VIVEMOS EM UMA REPÚBLICA, CONTUDO MUITAS PESSOAS ENTRAM EM CONFLITO COM OS SEUS CONCEITOS! - Artigo: novembro/2024

O conceito de República esteve associado ao longo dos anos a um Estado que retrata a preocupação com o bem comum, independente do tipo de re...