domingo, 8 de junho de 2025

A EROSÃO DA CREDIBILIDADE DA CLASSE POLÍTICA. - Artigo: junho/2025


 

O acúmulo de expectativas frustradas, promessas não cumpridas e utilização de mentiras como forma de convencimento eleitoral, é o grande responsável pela crescente crise de confiança que se instala no imaginário coletivo.
 

O que se percebe é a predominância na maioria da população do sentimento de que o país patina sem rumo, e que o governo Lula não sabe o que fazer diante dos desafios que se acumulam. Os motivos que embasam ess sentimento social são inúmeros: Frustração com o aumento do caos na segurança pública, seguidos e crescentes casos de corrupção nas instituições públicas, declínio dos imprescindíveis serviços básicos que são usados como moeda política eleitoral através de promessas de solução que caem no vazio e destroem a esperança de uma população cansada de ser enganada, dentre outras necessidades sempre emergente e não resolvidas, que estende o contínuo sofrimento a uma imensa parcela da sociedade que vive de forma precária, no limite da decadência que a coloca na marginalidade social. 


Esse retrato da atual realidade política em nosso país tem aprofundado a cisão entre os políticos de um modo geral e a grande massa popular, que olham com grande desconfiança e descrença a classe politica.


Por fim, destaco o fato de nos últimos 8 a 10 anos ter aumentado a ocorrência do excesso de protagonismo politico do judiciário (STF) que tem levado a percepção da população o enfraquecimento de dois poderes da república, que, por coincidência são diretamente eleitos pela população, se encontram fragilizados diante da superexposição do poder judiciário. Esse fato tem levado a fragilização do poder executivo, na figura do presidente da República, e do poder legislativo, na figura dos membros do Congresso Nacional, ou seja, deputados federais e senadores. Entendo que a permanência dessa situação ameaça o Estado Democrático de Direito e a própria democracia.

Esse é o meu ponto de vista!


Amaury Cardoso 

Graduação em Física, Pós Graduação em Gestão Pública, Pós Graduação em Políticas Públicas e Governo, Pós Graduação em Marketing, Comunicação, Planejamento e Estratégia em Campanhas Eleitorais, Especialização em Política e Estratégia, Especialização em Ciências Políticas.

sábado, 31 de maio de 2025

EM UMA DEMOCRACIA A SOBERANIA É DO POVO! - Artigo: Maio/2025


Nenhum poder da república pode a pretexto de fazer valer a democracia exercer o direito de cassar mandatos, restringir a liberdade de expressão e atuar fora das suas atribuições constitucionais. Em uma democracia o poder soberano pertence ao povo, ou seja, a autoridade política para decidir e legislar reside nos cidadãos, e não em um único indivíduo, grupo ou instituição. Em um regime democrático a soberania popular é exercida de diversas formas: através de eleições, referendos e plebiscitos. Ela implica que os governantes sejam responsabilizados por suas ações, promovendo a transparência e a participação do povo na administração pública. Além disso, garante que os direitos e interesses do povo sejam sempre representados e protegidos e a Constituição Federal é a sua principal guardiã.


Entendo que soberania e democracia são, de fato, instituições gêmeas, sendo ambas fundamentos do Estado Democrático de Direito. Contudo, quando a ordem social é autoritária, restringe-se a soberania popular, o povo passa de sujeito a vítima do Estado, o golpe militar de 1964 é um exemplo dessa minha afirmação. Só a ordem democrática permite restaurar os poderes da Nação, devolver legitimidade aos eleitos pelo povo, exercer livremente os direitos de cidadania e reconstruir o Estado Nacional e os poderes da República. 


Nos últimos anos a sociedade brasileira tem presenciado um conflito entre os poderes da República, com foco na crise institucional entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que vem se manifestando através de debates e decisões e decisões polêmicas tomadas, em especial, pelo poder judiciário através da suprema corte, STF, que vem causando grande impacto na sociedade repercutindo negativamente na qualidade da democracia no Brasil, levantando questões sobre o funcionamento das instituições e o respeito à Constituição.


Essa disputa por poder e a falta de diálogo entre os poderes levam a uma instabilidade institucional e comprometem a capacidade de tomar decisões eficazes para o país. A quebra da harmonia é o maior risco a nossa jovem democracia. O Congresso se apropriou de competências e prerrogativas que eram próprias do Executivo, praticamente levando ao colapso do presidencialismo de coalizão e prefigurando uma espécie de Parlamentarismo congressual, em que o presidente da Câmara tem tantos ou mais poderes que o presidente da República nas decisões sobre o orçamento do governo. 


Já o STF, de acordo com a Constituição, tem o poder de declarar inconstitucionais leis aprovadas pelo Congresso Nacional. Essa função, conhecida como controle de constitucionalidade, é fundamental para garantir que as leis estejam de acordo com a Constituição. Tenho o entendimento de que o Supremo Tribunal Federal (STF) não pode agir como legislador e sua missão se restringe a interpretar leis. Porém, não é o que está acontecendo nos últimos anos, em especial a partir de 2019. A Constituição Federal é clara: O Supremo Tribunal Federal-STF tem garantido o direito de atuar como defensor da Constituição Federal, agindo como suprema corte do Brasil, julgando casos de constitucionalidade e inconstitucionalidade, além de atuar como última instância de recurso. Não cabe recurso perante as decisões do STF.


A corte do Supremo não é permitido cometer abusos de poder ao extrapolar suas funções constitucionais. Ao contrário, é dever do STF realizar ações para impedir abusos de poder cometidos por membros de outros poderes. É uma forma existente no nosso sistema político de impedir que haja acúmulo de poder e o estabelecimento de potenciais governos autoritários. Por ser o STF o guardião da Constituição possui o papel de garantir o devido respeito as leis brasileiras, podendo, somente em claro desrespeito a Constituição, intervir em ações cometidas por outros poderes que estejam em desobediência as suas prerrogativas constitucionais. Mas, não é isso que vem acontecendo. A uma clara interferência do STF em questão que não possuem competência constitucional para atuar. 


Diante do exposto, me permito afirmar que a quebra da harmonia entre os poderes republicanos não esconde, ao contrário evidencia, a grave crise institucional que se instalou em nosso país face aos problemas reais que estão impedindoo perfeito funcionamento das instituições democráticas. Em suma, o conflito entre o Congresso e o presidente e entre o Parlamento e o STF reforça a tendência à perda de legitimidade, que é tão importante para a democracia ter capacidade de resolver em paz os conflitos próprios de sociedades complexas e desiguais como o Brasil. Isso afeta a qualidade da democracia.


Amaury Cardoso

Graduação em Física, Pós Graduação em Gestão Pública, Pós Graduação em Políticas Públicas e Governo, Pós Graduação em Marketing, Comunicação, Planejamento e Estratégia em Campanhas Eleitorais, Especialização em Política e Estratégia, Especialização em Ciências Políticas.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

“OLHA, TEM COISA ERRADA NO INSS!” FALSOS CONTROLES FACILITAM A CORRUPÇÃO. - ARTIGO: abril/2025


Os constantes casos de corrupção que assola, em especial, os recursos públicos praticados por agentes políticos “representantes do povo” com a complacência de altos escalões da máquina pública têm sido o principal fator do crescente sentimento de indignação, frustação e indiferença da sociedade, que enxerga a maioria dos políticos com desconfiança e descredito e tem causado um enorme abalo na confiança do cidadão/eleitor na classe política, com isso enfraquecendo a já combalida democracia representativa.

A corrupção é amplamente vista na sociedade brasileira como um problema grave, que prejudica a economia, a política e a vida social. Também é vista como um obstáculo ao desenvolvimento social, pois afeta a qualidade dos serviços públicos e a efetivação de direitos sociais, bem como causa profundos danos ao bem-estar dos cidadãos, pois causa o desperdício de recursos públicos e a redução dos investimentos em áreas como saúde, educação e segurança. Enfim, a corrupção é vista como um fator que contribui para a desigualdade social e a exclusão, pois afeta mais diretamente os mais pobres, que têm menos acesso aos serviços públicos e aos direitos sociais. 

São séculos de corrupção enraizados em nossa história. É uma situação que não vai mudar "do dia para a noite. Entendo que a sociedade percebe hoje a corrupção como algo muito mais estrutural do que o mero desvio de conduta individual ou de um grupo aqui ou ali. Mas, a meu ver, o necessário combate a corrupção, em especial na administração pública, exige uma abordagem multifacetada, focada na prevenção, detecção e punição, além de fortalecer a ética e a integridade. Isso inclui a implementação de políticas de transparência, mecanismos de controle interno, melhoria do sistema de fiscalização, e promoção da participação cívica. 

A recente descoberta de um esquema bilionário de fraudes praticada contra aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social- INSS caiu como uma bomba no seio da sociedade, evidenciando a falta de limites dos envolvidos nessa inescrupulosa ação de corrupção que no que foi investigado e constatado até o momento chega a inimaginável cifra de 6,3 bilhões de reais, além dê revelar que entidades envolvidas na farra dos descontos indevidos pagaram pelo menos R$ 110 milhões a empresários e empresas que operam crédito consignado.

O ministro Carlos Lupi, que fora avisado a tempos atrás das ilicitudes que ocorriam no INSS: “Olha, tem coisa errada no INSS!”, revelou não ter tido competência para gerir a crise na instituição a ele subordinada e pior, cometeu o erro de defender publicamente o ex-chefe do INSS Alessandro Stedanutto, nomeado por ele e que foi afastado da presidência do INSS pela polícia federal face comprovação do rombo bilionário no INSS. Diante da grande repercussão negativa nos veículos de comunicação e a reação de indignação popular ao escândalo de corrupção no INSS, sobretudo por se tratar de descontos indevidos de benefícios de idosos que recebem uma aposentadoria que não cobre suas despesas e vivem com dificuldades financeira, me pareceu estranho a demora do presidente Lula em demitir o seu ministro da previdência Carlos Lupi, que aliás é reincidente uma vez que fora demitido do ministério do trabalho pela ex-presidente Dilma pelos mesmos motivos de esquema de corrupção em sua pasta. Conheço o Carlos Lupi, militamos politicamente juntos durante 20 anos e sinceramente lamento profundamente o fato de, salvo melhor juízo, estar envolvido em atos ilícitos de corrupção. Brizola deve estar profundamente decepcionado com a mancha de corrupção que recai sobre o partido que fundou, o PDT, a décadas presidido por Carlos Lupi.

Os descontos indevidos nos benefícios dos aposentados, que pôr sinal já é gravíssimo, ganha novo desdobramentos em virtude de um novo tronco de investigação envolvendo outra instituição do governo, a DATAPREV, que mira possíveis fraudes nos empréstimos consignados, firmados por meio do INSS, com aposentados e pensionistas.

Os envolvidos nesse inadmissível crime cometidos através dos descontos e dos empréstimos consignados indevidos, que tantas dificuldades e prejuízo causou às pessoas humildes de todo o Brasil, precisam ser combatidos pela Polícia Federal, pela Receita Federal e pelo Ministério Público Federal. Os autores, sem deixar de atingir os bancos e banqueiros envolvidos que se beneficiaram com o esquema de corrupção, devem ser presos e seus bens têm de ir a leilão para cobrir parte do rombo. Só assim será feito justiça! Vamos aguardar!


Amaury Cardoso (blog de artigos; www.amaurycardoso.blogspot.com.br)

Graduação em Física, Pós Graduação em Gestão Pública, Pós Graduação em Políticas Públicas e Governo, Pós Graduação em Marketing, Comunicação, Planejamento e Estratégia em Campanhas Eleitorais, Especialização em Política e Estratégia, Especialização em Ciências Políticas.

quarta-feira, 2 de abril de 2025

A COP 30 E SEUS CRESCENTES DESAFIOS. - ARTIGO: março/2025



Os olhares e expectativas dos representantes de diversos organismos ambientais, cientistas, líderes mundiais, ambientalistas, líderes de organizações não governamentais se voltam para o Brasil que irá sediar esse ano, no mês de novembro, a trigésima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima para discutir o futuro do planeta frente as crescentes mudanças do clima.

Os debates sobre o enfrentamento da crescente crise climática, com destaque para temas cruciais, dentre tantos, o financiamento climático para mitigação das emissões de gases de efeito estufa a adaptação dos países às graves consequências da crise climática, bem como a reparação das perdas e danos.

Diante dos fracassos dos encontros anteriores, renovam-se as esperanças de que a COP 30 consiga se tornar uma plataforma que alinhe políticas climáticas com foco na promoção da justiça social. A retomada das discussões globais sobre clima, por ser sediada no Brasil, terá como um dos pontos principais a sustentabilidade, cujo o destaque será a Amazônia, que é vista pelos cientistas, estudiosos sobre questões climáticas e ambientalistas como elemento-chave para à regulação climática mundial, o que coloca o atual governo brasileiro no centro das discussões globais no campo da sustentabilidade.

O Brasil precisará demonstrar seus esforços em áreas fundamentais como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, como também avançar em processos multilaterais apresentados na ECO 92 e na RIO + 20, com destaque no fortalecimento da resiliência das comunidades vulneráveis. Para isso é esperado que a COP 30 encontre e aprove soluções para limitar o aquecimento global a 1,5 graus célsius.

Diante do lamentável histórico de fracassos dos encontros climáticos das conferências sobre mudanças climáticas, a COP 30 está diante de um enorme desafio que é o de conseguir avanços efetivos e significativos, cujo os principais são o de obter o real compromisso dos países desenvolvidos e em desenvolvimento em relação ao financiamento climático, obter garantias que as metas de redução de emissões sejam compatíveis com as desejadas pelos cientistas climáticos e, principalmente conseguir lidar com os impactos socioeconômico causados pelas mudanças climáticas, em especial, as populações vulneráveis.

As discussões sobre as mudanças climáticas sempre encontraram dificuldade de construir um discurso coeso entre os governantes, a sociedade civil e o setor privado. Percebo que o Brasil está politicamente enfraquecido na sua capacidade de articular demandas e soluções efetivas na COP 30. O governo brasileiro irá sofrer uma forte pressão internacional para apresentar resultados reais, sobretudo na redução do desmatamento, que no atual governo vem aumentando, e na transição energética.

O fato é que o nosso planeta se encontra diante de extremos perigos em face das obsessões predatórias que vem produzindo calamidades em todo o mundo. Não há dúvidas que a humanidade está diante de um problema grave e aterrador, e de que quanto mais tempo demorar a ser tratado com a necessária responsabilidade, mais terrível será o legado deixado para as próximas gerações. Os sinais climáticos não deixam dúvida. Caso não seja feito nada, não sabemos que tipo de mundo sobreviverá a essa voraz investida predatória dos gananciosos de plantão.


 Amaury Cardoso

Graduação em Física, Pós Graduação em Gestão Publica, Pós Graduação em Políticas Públicas e Governo, Pós Graduação em Marketing, Comunicação, Planejamento e Estratégia em Campanhas Eleitorais, Especialização em Políticas e Estratégia, Especialização em Ciências Políticas.

segunda-feira, 3 de março de 2025

O CRESCIMENTO DO CRIME ORGANIZADO AMEAÇA O ESTADO BRASILEIRO. - Artigo: fevereiro/2025


A segurança pública é um desastre no Brasil! O crescimento e avanço do domínio do crime organizado em nosso país em particular tem levado os cidadãos brasileiros vivenciar um contexto onde a violência está sempre presente. Na última década, a questão da segurança pública passou a ser considerada um problema seríssimo e principal desafio ao estado de direito no Brasil. Com isso, os problemas relacionados ao aumento da taxa de criminalidade, o aumento da insegurança, sobretudo nos grandes centros urbanos, as superlotações nos presídios, somado aos casos de ineficiência das instituições responsáveis pela segurança pública e pelo alto índice de corrupção do país, representam os desafios para o sucesso do processo de consolidação política da democracia no Brasil. 

É frequente nos depararmos com a afirmação de que a pobreza é a causa da criminalidade, o que, particularmente, não concordo com essa posição a meu ver simplista. Para mim é evidente que o estado brasileiro nunca cumpriu nem medianamente a principal função de todo o estado: dar segurança a seus cidadãos, um direito muito valorizado por todos.

Entendo que os desafios em torno do sistema de segurança pública apresentam-se como um problema de caráter social que afeta continuamente a população. Isso se deve, sobretudo, à falta de recursos e investimentos do poder público destinados ao sistema de segurança do País, e, também, à ausência de uma educação mais qualificada e expansiva, que ensine os indivíduos a respeitarem os princípios sociais. Logo, são necessárias mais ações dos órgãos governamentais e sociais, visando o enfrentamento dessa questão. É importante destacar o papel da educação no combate a essa temática, já que, assim como preconizado pelo educador brasileiro Paulo Freire, “se a educação não pode transformar sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

O que se observa é que os investimentos públicos na área da segurança pública priorizam o aumento do efetivo e o aprimoramento da tecnologia, que é importante, mas de pouca eficácia pelo fato dê estarem se concentrado somente em ações "visíveis”, que tendem a ser menos efetivas. O que eu percebo são ações de combate ao crime organizado de pouca efetividade, que tenta inibir o crime/violência ou agir depois que ele aconteceu, mas que não considera a necessidade da prevenção. Os governos se sucedem e as estratégias de segurança são direcionadas com enfoque no curto prazo, de caráter policial ostensivo, ações cuja a grande maioria tem se revelado ineficazes. Há muitas operações, mas pouco resultado eficaz, além do fato de não se construir políticas públicas de longo prazo, envolvendo desde enfoques sociais com a juventude até investigação com qualificada inteligência e mais robusta sobre mercados paralelos.

Estamos diante de um crescimento assustador e extremamente preocupante do crime organizado que tem gerado um altíssimo índice de violência que vêm exigindo do Estado medidas de contenção efetivamente severas e eficazes. Entendo, diante da ousadia dos criminosos, haver a necessidade de se implantar uma política de segurança pública de tolerância zero, baseada no duro enfrentamento, além de urgentes mudanças no código penal brasileiro com aplicação de leis penais severas. 

Cabe ao Estado promover políticas públicas de segurança consistentes, caso não o faça irá perder< em curto tempo, o monopólio sobre as facções criminosas. Os criminosos precisam deixar de ter a certeza da impunidade, só dessa forma irão parar de barbarizar absurdamente a sociedade. As pessoas não podem continuar a viver em cidades conflagradas e dominadas pelo crime organizado. Dentro de fortes parâmetros legais, o estado precisa reagir e voltar a ser o protagonista na garantia das liberdades individuais, sobretudo, na garantia do direito de ir e vir dos cidadãos. O estado brasileiro não pode se permitir chegar a um ponto de não retorno. Essa condição está próxima de acontecer se o estado continuar se valendo de medidas de segurança pública baseadas em operações de manutenção, ou seja, adotando políticas públicas de segurança com a intenção de tão somente tentar evitar a expansão do crime organizado, o que convenhamos não está conseguindo. O estado está perdendo a guerra contra o crime! É imprescindível que está gravíssima situação seja evitada!


Amaury Cardoso

Graduação em Física, Pós Graduação em Gestão Publica, Pós Graduação em Políticas Públicas e Governo, Pós Graduação em Marketing, Comunicação, Planejamento e Estratégia em Campanhas Eleitorais, Especialização em Políticas e Estratégia, Especialização em Ciências Políticas.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

O DILEMA DA “ESCOLHA DE SOFIA” DO PRESIDENTE LULA DIANTE DAS ELEIÇÕES DE 2026. - Artigo: Janeiro/2025


As incertezas e fortes ameaças de colapso da economia brasileira em 2027 se devem ao fato do presidente Lula se colocar relutante a promover com a necessária eficácia ajustes fiscais e corte de gastos em seu governo. O presidente Lula tem afirmado que se depender dele não haverá novas medidas fiscais. Ocorre que o governo Lula ao se manter irredutível em relação a promover profundos e eficazes cortes de gastos públicos irá se deparar com um inevitável problema do crescimento dos gastos obrigatórios, que possuem regras específicas por leis, que já é elevado e ocupa uma fatia enorme do orçamento e que progressivamente no curto prazo tomara o pequeno espaço orçamentário dos chamados gastos discricionários .

O chamado “arcabouço fiscal”, aprovado no primeiro ano do governo Lula (2023), prevê que as despesas do governo não poderá crescer mais de 2,5% ao ano acima da inflação. Caso ocorra o crescimento das despesas públicas acima desse percentual estabelecido elas irão aos poucos consumir os parcos recursos disponíveis para os gastos públicos livres dos ministérios, com o grave risco de, caso não seja realizado um profundo corte de gastos, ocorrer uma paralisação  da máquina pública federal. Com esse cenário, adeus qualquer possibilidade de reeleição do presidente Lula!

Pelos cálculos da Consultoria da Câmara Federal, esse risco de paralisia do governo existe e se intensifica a partir de 2027, ou seja, o próximo presidente irá assumir um governo com um orçamento totalmente inviabilizado. A realidade é que o governo federal possui hoje um espaço orçamentário muito pequeno para gastos livres dos ministérios, algo em torno de R$ 29,6 bilhões, o que é considerado muito pouco para atender todas as despesas provenientes das demandas do governo Lula.

Essa possibilidade cria o grave risco de que o arcabouço fiscal tenha que ser descumprido, o que eleva o endividamento do governo federal, com isso provocando a elevação das taxas de juros, afetando diretamente o setor produtivo e pessoas físicas. Um quadro de desastre econômico, fiscal e social total!

O governo federal, até o momento, tem se mostrado incapaz de evitar o crescimento dos gastos públicos obrigatórios nas áreas do setor previdenciário, dos servidores federais, das emendas obrigatórias individuais, de bancadas e de comissão, dentre outras. 

O governo Lula a continuar relutando em adotar medidas severas de corte de gastos caminha para um cheque mate fiscal e orçamentário. Especialistas no campo econômico apontam no sentido de que a equipe econômica do governo deve seguir insistindo na adoção de políticas severas de austeridade fiscal, cortando gastos considerados mais altos que o necessário. O conselho está dado, mas será que o desgastado e enfraquecido ministro da Fazenda, Fernando Hadad, terá força política para quebrar, já em 2025, a forte resistência do presidente Lula? Só o tempo dirá! A verdade é que, ao se aproximar as eleições de 2026, o presidente Lula se encontra diante do dilema da “escolha de Sofia”. E agora, qual será a sua decisão política?



Amaury Cardoso

Graduação em Física, Pós Graduação em Gestão Publica, Pós Graduação em Políticas Públicas e Governo, Pós Graduação em Marketing, Comunicação, Planejamento e Estratégia em Campanhas Eleitorais, Especialização em Políticas e Estratégia, Especialização em Ciências Políticas.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

A BUSCA PELO SENTIDO DA EXISTÊNCIA. - Artigo: Dezembro/2024



Desde os primórdios da humanidade muitas pessoas se perguntam sobre qual o sentido da vida. Este é um enigma que intriga a muitos que não sabem a razão do porque vivem. Um número expressivo de pessoas ainda não encontraram um sentido para sua existência e se depararam com o sentimento da incerteza e a convivência com o sentimento de estarem perdidos.

Entre os seres vivos, os seres humanos precisam encontrar um sentido para sua vida e se perguntam: Qual o propósito da minha existência? O que se observa é que para a maioria das pessoas, o que a leva a questionar o sentido da sua existência e não a essência da vida (para muitos por desconhecimento), mas sim a sensação do vazio,  a sensação de que em um momento tudo pode mudar, e em razão disso surge o medo, o sentimento de impotência que causa uma mistura de angústia e ansiedade, tendo como consequência o sofrimento.

No livro “Em busca de sentido”, o autor Viktor Frankl relata: “Precisamos aprender que nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós”. Entendo ser esse o ponto central, o grande dilema da nossa existência. 

Partindo do entendimento de cada ser humano é unico e singular, nenhum ser humano pode ser comparado com outro e nem pode ser substituído no processo, que é próprio de cada um.

Culturalmente o sentido da vida está associado a harmonia e felicidade e, sem o sentir deles, a vida acaba perdendo o sentido para alguns. O propósito da vida passa, então, a ser preencher o desejo de felicidade. Cria-se uma expectativa e, quando a felicidade não é alcançada a existência torna-se uma lamentável experiência, um grande sofrimento. 

A resposta para o sentido da vida, com certeza, não será uma resposta que seja satisfatória a todos, pois o que se percebe é que o que importa não é o sentido da vida de um modo geral, mas sim o sentido específico da vida de uma pessoa, em determinado momento de sua existência.

Cada um tem sua vocação, seu nível educacional, cultural e espiritual, sua missão pessoal, para a qual precisa executar tarefas específicas. E é neste ponto que a pessoa não pode ser substituída, somente ela pode realizá-la.

Encontrar caminhos que façam sentido para nós é uma maneira de vivermos plenamente. O desafio é saber escolhe-los, e trilhá-los com o coração e uma considerável dose de responsabilidade, pois tudo que nos acontece vem em decorrência das nossas escolhas, atitudes, comportamentos e decisões.

Na verdade, acredito que o ser humano precisa aprender a se relacionar com sigo mesmo, com o seu próximo e com a magnitude da natureza que compõem o seu incrível mundo!


Amaury Cardoso 

Graduação em Física, Pós Graduação em Gestão Publica, Pós Graduação em Políticas Públicas e Governo, Pós Graduação em Marketing e Comunicação, Estratégia e Planejamento de Campanhas Eleitorais, Especialização em Política e Estratégia, Especialização em Ciências Políticas.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

VIVEMOS EM UMA REPÚBLICA, CONTUDO MUITAS PESSOAS ENTRAM EM CONFLITO COM OS SEUS CONCEITOS! - Artigo: novembro/2024


O conceito de República esteve associado ao longo dos anos a um Estado que retrata a preocupação com o bem comum, independente do tipo de regime. O fundamento de uma república está alicerçado na preocupação com o bem comum, ou seja, coletivo.

Aprendi que a expressão valores republicanos tem um leque de significados positivos, a exemplo de eleições livres, separação entre Estado e Igreja, separação entre público e privado, a educação universal, dentre outros.

Contudo, é fato que os princípios republicanos são os mesmos conceitualmente, mas sua aplicabilidade e a capacidade de exercer seus princípios variam em conformidade com a sociedade. Por exemplo: tentar aplicar princípios liberais em uma sociedade que não nutre as bases do princípio liberal irá resultar em uma política conflituosa. Se não vejamos: Público, passa a visão de que é de todos nós, razão pela qual temos a responsabilidade de cuidar do que é público, ou seja, nosso. No entanto, culturalmente no Brasil, o que é público não é de ninguém. A maioria das pessoas individualmente não se considera responsável pelo que é público. Se a rua está suja, os bueiros estão cheios de lixo a calçada da sua casa está cheia de mato, a culpa é da prefeitura, não do cidadão que não cuida do público, ao contrário contribui para deteriorar o que é público porque entende que quem tem que cuidar do público é o poder público. Esse comportamento não é uma atitude republicana, no sentido de que res + publica tem dimensão de compromisso compartilhado (cidadão e governo) com o que é público.

Portanto, não se trata apenas de intuições, mas de cultura, educação, valores e compromisso em zelar pelo que é público. Mudar esse comportamento é uma tarefa muito difícil e de longo prazo, que passa pelo entendimento e reconhecimento de que espaço público é um bem de todos e, portanto, deve ser preservado, cuidado por todos.

O livro “Acabeça do brasileiro” do cientista político Alberto Carlos de Almeida, comprova por meio de uma pesquisa nacional sobre valores enraizados de nossa sociedade, que a maioria da população não tem a visão de mundo de república idealizada pelos acadêmicos e professores universitários das áreas de ciências sociais. Assim, essas elites exigem algo que o Brasil não tem condições de entregar.

É fato que a visão de mundo e os valores de uma sociedade mudam, mas é um processo muito lento. Em função dos nossos valores sociais, o Brasil ainda não é uma república na sua essência.


Amaury Cardoso

Graduação em Física; Pós graduação em Gestão Publica; Pós graduação em Políticas Públicas e Governo; Especialização em Estratégia Política; Especialização em Ciências Políticas; Especialização em Marketing Político, Comunicação, Gestão e Estratégia.

A EROSÃO DA CREDIBILIDADE DA CLASSE POLÍTICA. - Artigo: junho/2025

  O acúmulo de expectativas frustradas, promessas não cumpridas e utilização de mentiras como forma de convencimento eleitoral, é o grande r...