A desilusão dos jovens em virtude de suas incertezas de futuro é um fato já comprovado. O mais grave é a consequência dessa desilusão para o futuro de qualquer país. O relatório que aponta riscos globais elaborados pelo Fórum Econômico Mundial de 2021 evidencia como principal ameaça global a desesperança e desilusão dos jovens do século XXI.
Estamos diante de uma geração assustada com o crescente desemprego e o agravamento do seu despreparo diante das profundas transformações do mercado de trabalho face ao brutal avanço tecnológico, que tem provocado um profundo desencanto em virtude da enorme dificuldade que o jovem vem encontrando de ocupar um emprego convencional de carteira assinada.
Os jovens nascidos no século XXI vivenciam uma revolução muito mais rápida que as anteriores. A atual e futuras gerações precisam urgentemente entender essa forte revolução que os atinge, pois ela tem transformado sistemas econômicos, políticos, sociais e ambientais, exigindo que as pessoas se preparem constantemente para enfrentar e saber conviver com os impactos da “Quarta Revolução Industrial” em curso, que tem provocado uma nova ondade mudanças radicais na produção industrial, resultado da convergência da robótica, da nanotecnologia, da biotecnologia, das tecnologias de informação e da inteligência artificial.
Diante deste fato, temos o agravante do impacto da desigualdade de oportunidades, que se evidencia com a COVID-19, que tem sido enorme para os jovens, e a crescente taxa de desemprego na faixa etária de 15 a 29 anos tem sido uma grande ameaça social. Os jovens deste século enfrentam os efeitos da segunda grande crise global em pouco mais de uma década, caracterizado pelo agravamento das condições sociais, em especial no campo da educação, que contribui fortemente para o aumento da desigualdade de oportunidades.
Com a pandemia do coronavírus descoberta em novembro de 2019 na China e sua disseminação pelo mundo no início de 2020, vários países atravessaram o ano com enormes perdas no campo econômico e social com o agravante do fato de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo terem vindo a óbito em razão da gravíssima crise sanitária provocada pelo COVID-19. Iniciamos o ano de 2021, após completar um ano de restrições e isolamento, sentindo os efeitos dessa grande crise global e seu preocupante agravamento através de suas variantes e, em decorrência, todas as incertezas que estão por vir.
Sem boas perspectivas para a volta a normalidade, cujas consequências tendem a se agravar em todas as áreas o sentimento que temos é assustador. Mas, na área da educação em especial por ser de grande relevância para os jovensà volta ao ensino presencial, principalmente nas escolas públicas que possui milhões de jovens sem acesso à internet para seguir seus estudos através do aprendizado virtual, é primordial. Contudo, diante o agravamento da contaminação, tudo indica será mais um ano perdido o que é extremamente prejudicial aos jovens das classes sociais mais baixas.
Estou certo que os desdobramentos dessa interrupção veremos nos próximos anos, com o aprofundamento das desigualdades e da ameaçadora lacuna tecnológica deixando para trás quem não receber a atenção necessária agora. Diante dessa possibilidade, como engajar o jovem na construção do seu futuro? Como lidar com seus sentimentos de raiva, frustração, medo e apatia que alimentam suas inquietações?
Os jovens chegam ao mercado de trabalho em um momento de obsolescência, agravada pela pandemia, e torna-se imprescindível direcionar seu treinamento e crescimento profissional dentro da nossa realidade, uma vez que tecnologia significa empregabilidade, e a oferta de cursos de qualificação é fundamental, aliada a ampliação de educação profissionalizante, que objetive a formação de mão de obra necessária, capaz de criar novos mercados para os jovens.
Nesse cenário tão controverso, ao governo cabe aumentar seus investimentos em educação, fortalecendo o ensino como um todo e, em especial, de ciências e matemática com base em novos valores, e com isso estará ajudando na mudança de concepção do jovem do mundo contemporâneo.
Amaury Cardoso
Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br
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