quarta-feira, 31 de março de 2021

A PANDEMIA EVIDENCIA AS DESIGUALDADES EXTREMAS NO BRASIL. - ARTIGO: ABRIL/2021

 



Neste artigo pretendo expor de forma geral, portanto sem me aprofundar para não ficar muito extenso, o meu ponto de vista referente a alguns aspectos econômicos e sociais que colocam o Brasil em situação desvantajosa perante a maioria dos países, em relação às grandes dificuldades e desafios que se apresentam e se apresentarão após pandemia.

Com o surgimento da pandemia em novembro de 2019, que teve origem na China, a sociedade começou a experimentar mudanças de hábitos que a levou a ter que se adaptarem as mudanças indesejadas diante do abalo sofrido na economia, que foi afetada com a perda de milhões de empregos, redução dos salários, queda na produção industrial, no comércio e nos serviços.

Alinho-me aqueles que acreditam que iremos passar pela maior crise na geração e manutenção de empregos com consequente elevação do trabalho informal, que em nosso país já é alto.

Em razão de ter se transformado no epicentro mundial da proliferação descontrolada da Covid-19, o Brasil deverá ser a economia mundial mais atingida pela pandemia. Esta afirmativa se justifica pelo fato do nosso país estar diante de um processo de estagnação sem perspectivas de, em curto prazo, superar a crise pós-pandemiaem face da perda de milhões de postos de trabalho e o consequente aumento do trabalho informal, portanto sem proteção social, o que exigirá do Estado à adoção de uma ampla política de proteção social e uma inovadora política pública de empreendedorismo social com forte apoio as micro e pequenas empresas, em especial.

O Brasil vai sair da pandemia com a urgente necessidade de promover sua reestruturação diante das enormes mazelas sociais, que já eram preocupantes, e que agora se agravaram, evidenciando nossos antigos e graves problemas estruturais, que terão, de uma vez por todas, que ser equacionados.

O momento que o país atravessa evidencia a emergencial necessidade de uma efetiva e profunda mudança estrutural da organização do Estado brasileiro, respeitando as cláusulas pétreas da nossa constituição. Afirmo isso em razão do fato do Brasil está diante de um grande desafio que é o de promover uma mudança de métodos de governança que possibilite alcançar a garantia de um Estado mais ágil e eficaz no trato das suas responsabilidades e decisões governamentais no campo social e econômico que visem à garantia do necessário e fundamental investimento em infraestrutura, destacando que a margem orçamentária para investimento em nosso país tem sido nos últimos anos muito pequena.

A pandemia tem evidenciado nossas fragilidades, em especial no tocante as desigualdades extremas que assolam o nosso país expostas, principalmente, no campo da saúde e educação que precisam ser tratadas com a máxima urgência a fim de evitar o alto e crescente risco de revolta social e desordem pública. O grande desafio pós-pandemia será o de promover o avanço de maiores investimentos na área social e inserir milhões de brasileiros que se encontram na marginalidade econômica e social, e que precisam de oportunidades para viver com dignidade e, para tal, irão precisar de trabalho e renda. Porém, para que isso ocorra será necessário investir em qualificação profissional voltada para a realidade do mercado de trabalho do século XXI, e a vocação empreendedora do brasileiro é uma opção como canal facilitador para a qualificação da categoria do microempreendedor individual (MEI), o que abriria inúmeras possibilidades de renda.


A pandemia ampliou o que já vinha ocorrendo de forma gradual no Brasil, a mudança do método convencional de trabalho, que persistirão se fazendo necessária a adoção de novas ferramentas no campo digital e a consequente capacitação dessa nova forma de trabalho. Com relação às empresas, estas terão que revisar seus procedimentos de trabalho e suas cadeias de produção e comercialização, com isso se adequando a nova forma de competição de mercado. Agindo dessa maneira se inserem no processo de novas oportunidades que se abrirão.

É fato que se torna imprescindível à realização de profundas reformas estruturais reconhecidas como necessárias, mas politicamente evitadas por razões diversas. A começar por uma adequação na reforma da previdência, urge a necessidade da realização das reformas política e eleitoral, que considero uma das mais importantes, administrativa, tributária e fiscal, que terão o efeito de renovar o sistema político e reduzir a desigualdade de renda, bem como melhor adequar o uso dos recursos públicos, respectivamente.

Mesmo diante do fato da desigualdade de renda ter diminuído nos últimos 20 anos, é preciso deixar claro que o Brasil continua a transferir mais riqueza para os ricos em detrimento dos mais pobres, o que configura que há um longo caminho a percorrer para que deixe de figurar como um dos países mais desiguais do mundo. Esse desiquilíbrio se mantém na razão dos pobres, na proporção de sua renda, arcarem com o pagamento de impostos quase na mesma proporção que os ricos.

O agravante é o fato dessa secular desigualdade de renda e de oportunidades existir mais dos nossos governantes em razão da nossa cultura política patrimonialista, corporativa, fisiológica e corrupta. Esse cenário tem sido responsável pela crescente fragilidade da democracia representativa, cuja chance de ser contida, no meu ponto de vista, se dará através de uma profunda reforma no sistema político com capacidade de provocar uma mudança na nossa arraigada e atrasada cultura política.

Estudos e ações já comprovam que um programa eficaz de combate e redução da desigualdade está alinhado ao aumento dos investimentos públicos em setores importantes no campo social: educação, saúde, infraestrutura, transportes segurança, saneamento e meio ambiente, e que quando os investimentos são realizados com eficiência e planejamento estratégico o retorno se reflete na melhoria da qualidade de vida da população, em razão da melhoria dos serviços públicos nestas áreas.

Acredito que os efeitos devastadores nos campos da saúde e economia devem provocar uma estagnação antes da recuperação o que se revela imprescindível que o governo não descuide da necessidade de manter o orçamento público equilibrado, pois um endividamento excessivo irá significar um sacrifício maior para as gerações futuras.

Os números apontam para o pior desastre da economia desde a grande depressão da década de 30 tendo em vista que o Brasil entrou numa recessão em 2020 sem ter se recuperado das perdas da recessão ocorrida nos anos 2014 a 2016, onde tudo leva na direção de que o Brasil pós-pandemia terá um processo de reabertura da economia lento e gradual e com muitas restrições indicando que a recuperação será lenta, com a possibilidade de somente em 2026 voltarmos ao crescimento econômico sustentável.


Diante da inabilidade do governo brasileiro de construir e coordenar uma estratégia nacional de combate à disseminação do vírus, o país atravessa o ápice do contágio nesse primeiro semestre de 2021 e com grande risco de colapsar o sistema hospitalar. A crise sanitária provocada pelo coronavírus escancarou a vulnerabilidade social em nosso país, a elevada desigualdade e a extrema pobreza que irá aumentar significativamente o que irá exigir uma maior demanda dos serviços socioassistenciais.

O trágico momento que o Brasil atravessa diante dos efeitos da pandemia, exige do Executivo Federal e do Congresso Nacional a adoção urgente de medidas efetivas no que tange a aprovação de reformas macroeconômicas que venha a desobstruir gargalos que dificultam, quando não impedem, o nosso desenvolvimento econômico.

Por fim, o que parece é que as consequências econômicas e sociais trazidas pela pandemia irão permanecer por um bom tempo entre nós, pois face o endividamento do Estado brasileiro, seguido pelas suas unidades da federação e municípios, fará com que ocorram dificuldades em financiar políticas públicas voltadas para a recuperação do trabalho e renda da população e o combate à extrema pobreza através de programas de transferência de renda mínima. O quadro geral é grave e de difícil previsão de até quando perdurará. A situação atual do Brasil indica que iremos vivenciar uma elevação nos níveis de pobreza. Entendo e torço que esta realidade que se desenha deva servir de alerta no sentido do nosso país preparar políticas públicas efetivas, e com alto grau de eficiência, em defesa da população.


Amaury Cardoso

sexta-feira, 19 de março de 2021

HÁ MUITO MAIS NO UNIVERSO DO QUE AQUILO JÁ SE DESCOBRIU E ENTENDEMOS. - ARTIGO: MARÇO/2021


Inicio este artigo com duas afirmações. Primeiro que o título desse artigo revela o obvio, segundo que não tenho a pretensão de convencer ninguém sobre o que acredito, pois sei que as pessoas precisam achar o seu entendimento no seu próprio tempo e espaço, mais simplesmente revelar o que acredito com relação ao sentido da vida de acordo com minhas experiências, crença e valores. Sinta-se a vontade para tirar suas próprias conclusões.

Há muito me pergunto: Qual é a natureza da consciência humana? Será que ela existe fora do corpo?

Uma pessoa vive respirando em um momento e de repente, um minuto depois, não é mais nada. Esse processo me deixa curioso, intrigado e ansioso para entender como é que isso acontece. Deixamos nossos corpos e o que acontece depois?


 Acho que não existe ninguém que não se pergunte: A vida continua após a morte?

Por ser espírita acredito que a consciência sobrevive à morte, e que continuamos vivendo após a nossa morte física. Acredito que fazemos parte de algo contínuo, portanto o nosso espírito continua a sua jornada.

A ciência se coloca diretamente em conflito não só com a religião, que é muito poderosa, mas com as ideias das pessoas sobre quem são no mundo. Alguns cientistas se questionam sobre o fato da mediunidade poder fazer uma ponte entre o mundo mecânico, o mundo físico e o mundo espiritual.


O médium é um instrumento para se conectar com o mundo espiritual. Há um momento em nossas vidas em que precisamos de algo, e é ai que o mundo espiritual entra em cena e nos ajuda a entender o que está acontecendo e o porquê neste momento, da nossa vida, ao nosso redor.
Somos questionadores, e é bom que sejamos. Mas, também devemos ser abertos à possibilidade do que pode acontecer. Tenho o entendimento de que a mediunidade se trata de amor e de cura. Ela é um instrumento para ajudar as pessoas a criar uma relação com seus próprios espíritos, com a alma, para começarem a viver sua verdadeira expressão nessa vida.


A mediunidade traz esperança para as pessoas, permite a sensação de que há algo mais do que a matéria física e que faz parte de quem somos. Isso abre a porta para realidades que são inexplicáveis, e também aponta para algo maior sobre quem somos e o que acontece com a gente quando morremos. Quando essa porta se abre, podemos encontrar essa conexão!

Existem coisas que a ciência não consegue atestar. Mas isso não quer dizer que elas não aconteçam!

Eu acredito que existe mais na existência humana do que a realidade física. Sinto que fazemos parte de uma existência muito mais ampla, razão pela qual precisamos saber viver cada ciclo de nossas vidas, pois esses ciclos são parte, complemento, da nossa eternidade, razão que me leva a acreditar que nossos ciclos de vida são oportunidades para evolução/aperfeiçoamento espiritual. Nossa energia não pode ser destruída, ela vive em algum lugar!


 Por fim, entendo que a vida não é um simples acaso, ou seja, não nascemos por um acaso! A vida é uma oportunidade que nos é concedida no sentido de buscarmos o nosso destino: o aprimoramento de nosso caráter, a superação de nossos conflitos, a busca e construção da nossa harmonia íntima, em suma, a conquista de níveis mais elevados de evolução voltados para a perfeição e consequente leveza espiritual.

Desejo a todos vida longa, luz, paz e prosperidade!


Amaury Cardoso









domingo, 7 de março de 2021

O IMPACTO DO PROFUNDO DESENCANTO DOS JOVENS. - ARTIGO: MARÇO/2021.




A desilusão dos jovens em virtude de suas incertezas de futuro é um fato já comprovado. O mais grave é a consequência dessa desilusão para o futuro de qualquer país. O relatório que aponta riscos globais elaborados pelo Fórum Econômico Mundial de 2021 evidencia como principal ameaça global a desesperança e desilusão dos jovens do século XXI.

Estamos diante de uma geração assustada com o crescente desemprego e o agravamento do seu despreparo diante das profundas transformações do mercado de trabalho face ao brutal avanço tecnológico, que tem provocado um profundo desencanto em virtude da enorme dificuldade que o jovem vem encontrando de ocupar um emprego convencional de carteira assinada.

Os jovens nascidos no século XXI vivenciam uma revolução muito mais rápida que as anteriores. A atual e futuras gerações precisam urgentemente entender essa forte revolução que os atinge, pois ela tem transformado sistemas econômicos, políticos, sociais e ambientais, exigindo que as pessoas se preparem constantemente para enfrentar e saber conviver com os impactos da “Quarta Revolução Industrial” em curso, que tem provocado uma nova ondade mudanças radicais na produção industrial, resultado da convergência da robótica, da nanotecnologia, da biotecnologia, das tecnologias de informação e da inteligência artificial.

Diante deste fato, temos o agravante do impacto da desigualdade de oportunidades, que se evidencia com a COVID-19, que tem sido enorme para os jovens, e a crescente taxa de desemprego na faixa etária de 15 a 29 anos tem sido uma grande ameaça social. Os jovens deste século enfrentam os efeitos da segunda grande crise global em pouco mais de uma década, caracterizado pelo agravamento das condições sociais, em especial no campo da educação, que contribui fortemente para o aumento da desigualdade de oportunidades.

Com a pandemia do coronavírus descoberta em novembro de 2019 na China e sua disseminação pelo mundo no início de 2020, vários países atravessaram o ano com enormes perdas no campo econômico e social com o agravante do fato de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo terem vindo a óbito em razão da gravíssima crise sanitária provocada pelo COVID-19. Iniciamos o ano de 2021, após completar um ano de restrições e isolamento, sentindo os efeitos dessa grande crise global e seu preocupante agravamento através de suas variantes e, em decorrência, todas as incertezas que estão por vir.

Sem boas perspectivas para a volta a normalidade, cujas consequências tendem a se agravar em todas as áreas o sentimento que temos é assustador. Mas, na área da educação em especial por ser de grande relevância para os jovensà volta ao ensino presencial, principalmente nas escolas públicas que possui milhões de jovens sem acesso à internet para seguir seus estudos através do aprendizado virtual, é primordial. Contudo, diante o agravamento da contaminação, tudo indica será mais um ano perdido o que é extremamente prejudicial aos jovens das classes sociais mais baixas.

Estou certo que os desdobramentos dessa interrupção veremos nos próximos anos, com o aprofundamento das desigualdades e da ameaçadora lacuna tecnológica deixando para trás quem não receber a atenção necessária agora. Diante dessa possibilidade, como engajar o jovem na construção do seu futuro? Como lidar com seus sentimentos de raiva, frustração, medo e apatia que alimentam suas inquietações?

Os jovens chegam ao mercado de trabalho em um momento de obsolescência, agravada pela pandemia, e torna-se imprescindível direcionar seu treinamento e crescimento profissional dentro da nossa realidade, uma vez que tecnologia significa empregabilidade, e a oferta de cursos de qualificação é fundamental, aliada a ampliação de educação profissionalizante, que objetive a formação de mão de obra necessária, capaz de criar novos mercados para os jovens.

Nesse cenário tão controverso, ao governo cabe aumentar seus investimentos em educação, fortalecendo o ensino como um todo e, em especial, de ciências e matemática com base em novos valores, e com isso estará ajudando na mudança de concepção do jovem do mundo contemporâneo.



Amaury Cardoso

Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br

VIVEMOS EM UMA REPÚBLICA, CONTUDO MUITAS PESSOAS ENTRAM EM CONFLITO COM OS SEUS CONCEITOS! - Artigo: novembro/2024

O conceito de República esteve associado ao longo dos anos a um Estado que retrata a preocupação com o bem comum, independente do tipo de re...