As expectativas da população carioca são grandes com o início da nova administração Eduardo Paes, que assume seu terceiro mandato e, como mesmo resume, ele se sente a “pessoa mais feliz do mundo”. Eu, particularmente, acredito que o prefeito esta diante do desafio de superar o seu melhor.
Arrisco afirmar que o prefeito Eduardo Paes, não obstante toda sua grande capacidade de trabalho e reconhecida e comprovada gestão, irá enfrentar o maior desafio de sua bem sucedida carreira política aliada a de gestor público, em face da inoperância administrativa, a inépcia de gestão e a apatia do ex-prefeito Marcelo Crivella que governou a cidade do Rio de Janeiro de forma populista e sem avaliar as consequências de seus desatinos e atos de irresponsabilidade no trato da gestão pública, cujas consequências que advirão do caos que ele instaurou na cidade vão além do estrondoso déficit fiscal e financeiro que ameaça comprometer seriamente o primeiro ano da administração Eduardo Paes, que precisa dar respostas urgentes e eficazes a uma população que renova suas esperanças em sua gestão em razão do recall dos oito anos de seu governo (2009 a 2016).
A herança maldita da gestão Crivella não se resume tão somente ao desastre nas contas públicas do município, que se não fossem tratadas com as medidas enérgicas, já anunciadas, de contenção de gastos, com novos parâmetros para execução orçamentária e programação financeira, redução de encargos e custos de cargos comissionados em demasia, reavaliação de grandes contratos e auditagem de todos os gastos da máquina pública, dentre outras medidas de extrema necessidade, a administração corre o sério risco de não conseguir reduzir as degenerescências dos serviços públicos causados pelo desgoverno Crivella, que tanto tem sacrificado à população carioca.
Não obstante esse, por si só, grave quadro o prefeito Eduardo Paes terá que lidar com um crescente mercado informal que cresceu em grande proporção em todos os bairros da cidade, colocando em xeque a necessária e emergencial ordem pública, somando-se a expansão predatória das atividades de “empreendedoras organizações criminosas” que contaram com a complacência da gestão Crivella. É obvio que o futuro da nossa cidade não pode ficar nas mãos de especuladores inescrupulosos, e reverter esses dois grandes desafios não será tarefa fácil!
Talvez o desafio mais fácil para o prefeito Eduardo Paes, e eu não tenho dúvidas de que irá conseguir, é o de fazer a cidade voltar à normalidade através do pleno e eficaz serviço público no campo da infraestrutura operacional de manutenção e conservação, da urbanização – em especial nas comunidades periféricas das zonas norte e oeste da cidade e nas favelas –, nos serviços da saúde – em especial nas ações preventivas -, na educação com o programa de dois anos em um e a expansão do turno ampliado e a recuperação dos serviços de transporte público de qualidade com a devida eficiência em sua fiscalização, além da recuperação nas vias, viárias e de ligação.
Por fim, não tenho dúvida de que o prefeito tem a dimensão plena de seus enormes desafios, tem a clareza de que irá administrar uma cidade com problemas incomparavelmente maiores dos já por ele enfrentado em suas duas gestões anteriores e que a realidade, com o agravante das graves questões sociais e econômicas decorrentes da pandemia, será outra bem diferente.
Sem dúvida estamos torcendo pelo seu pleno sucesso na superação desses grandes desafios, que, assim ocorrendo, irá consolidar o seu capital político o credenciando para assumir desafios maiores. A cidade do Rio, com o seu histórico, precisa voltar a dar certo!
Amaury Cardoso
Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br
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