quarta-feira, 29 de agosto de 2018

A REFUNDAÇÃO DO SISTEMA POLÍTICO, DIANTE DE UM CONGRESSO QUE NÃO REPRESENTA AS DEMANDAS DEMOCRÁTICAS DA SOCIEDADE. ARTIGO: JULHO/2018



O Brasil experimenta uma longa crise cuja sua permanência por mais tempo pode comprometer o seu futuro. Não falo de uma crise qualquer, mas de um conjunto de cinco crises – financeira, política, policial (com a Operação Lava Jato), de retração no mercado internacional e de valores morais, agravada por um déficit de liderança diante de um Brasil sem estratégia. E isso acontece em um momento onde o mundo se organiza em grandes espaços comerciais e de investimentos. 

O Brasil se encontra nesta situação em razão de nos últimos 15 anos ter negligenciado em fazer a lição de casa, o que lhe permitiria competir internacionalmente. Refiro-me ao fato de não terem sido feitas as reformas estruturais importantes para o nosso país aparecer bem lá fora. Em resumo, os governos passados não utilizarão os bons tempos da economia internacional para se preparar para os dias difíceis, que chegaram. Em razão desse irresponsável erro o Brasil paga um preço muito alto. Eu acredito que estamos no pior dos mundos neste momento. O presente não é bom e as perspectivas de futuro também não são boas. 

Como ter uma democracia forte diante do grande desencanto da sociedade com política? Como incorporar a sociedade a massa marginal de 27 milhões de desempregados? O que fazer com os milhões de não empregáveis, em razão de estarem fora do mercado de trabalho por baixa escolaridade, e que irá se agravar em razão do processo industrial de automatização?

O quadro é gravíssimo, e os cidadãos em desencanto e indignados já não percebem a democracia representativa como um canal de solução dos seus anseios.

È fato que estamos experimentando no sistema político uma transição do velho para o novo, onde a saída é a refundação do atual modelo político brasileiro, com fortes bases na ética política.

Diante deste quadro, o que mais nos preocupa é o fato de que seja qual for o próximo presidente eleito, ele terá uma enorme dificuldade de desarmar a “Bomba relógio” que irá assumir na elaboração do orçamento e, principalmente, resolver o grave desafio de eliminar o oportunismo no Congresso que inviabiliza qualquer governo. Temos presenciado que o executivo fica a mercê de corporações. Refiro-me as corporações do Serviço Público, a Ruralista e a Evangélica.

Há um desarranjo no sistema político com a prevalência do domínio das corporações no Congresso, onde seus interesses estão acima dos interesses do país e das necessidades primárias da sociedade.

Mesmo diante de um cidadão que clama por renovação na representação política, em razão de entender que o atual Congresso não representa as demandas democráticas da sociedade, arisco afirmar que muito embora tenhamos um crescimento no número de “Não Votos” a renovação esperada será alguém da vontade popular, pelo fato do parlamento brasileiro ter criado um sistema político/eleitoral que preserva seus mandatos. Entendo que de cada 10 parlamentares do atual Congresso, em torno de sete irão se reeleger.

As grandes reformas estruturais: Sistema Previdenciário, Sistema Político e Sistema Tributário são imprescindíveis para viabilizar investimentos que provoque o desenvolvimento, e desta forma garantindo o crescimento econômico e social do país. Essas medidas, pelas razões citadas acima, vem sendo proteladas pelos atores políticos no Executivo e no Legislativo, e a sociedade vem atravessando eleições sem que essas reformas estruturantes sejam aplicadas.

O que se observa nos processos eleitorais são, na maioria das vezes, propostas superficiais que são feitas sem sustentação pelos candidatos a presidente, e que não foram implantadas antes por uma simples razão: Os grupos que ditam o poder não têm interesse que essas reformas ocorram. E nesse campo estão às necessárias reformas estruturantes, em especial a do sistema político.

Por fim, diante de um cenário de grave crise econômica é obvio que se torna necessário que toda a política de gastos esteja assegurada em uma fonte de receita, bem como toda política pública de viés social tem que estar assegurada no amplo retorno social.


Amaury Cardoso
Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com.br
E-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br

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