sexta-feira, 27 de maio de 2016

A IMPORTÂNCIA DO ESTADO SOCIAL BRASILEIRO, DIANTE DAS PROFUNDAS DESIGUALDADES SOCIAIS.- ARTIGO: MAIO/2016.

 Segundo o entendimento de Pontes de Miranda, quando afirma: “Que as transformações que ocorrem na sociedade são responsáveis pelas mudanças de paradigmas e, muitas vezes, de objetivos e valores, onde desta forma, tem-se que de acordo com o movimento social surgem novas necessidades, problemas e aspectos éticos a serem discutidos. O homem é o elemento fundamental da sociedade e é nela que desenvolve as relações sociais e as normas jurídicas”.
Partindo do princípio de que em nosso país persiste a necessidade da intervenção do Estado para amenizar os problemas das classes menos favorecidas, o estado de bem-estar social se coloca em nosso país como fator essencial para garantir e ampliar a justiça social voltada para uma camada majoritária da população brasileira, visando dar acesso a condições materiais que satisfaça as necessidades mínimas para uma existência humana digna.
Diante do contexto da realidade social existente no Brasil, se evidencia uma importância fundamental do Estado como agente de promoção de políticas públicas de alcance social e garantidor de serviços públicos básicos essenciais, tais como: saúde, educação, assistência social, dentre outros, sem o qual se aprofundaria o fosso da exclusão social, cujos efeitos para a sociedade como um todo seria trágico em razão de gerar o caos no âmbito social.
No atual estágio econômico e social em que se encontra o nosso país, a intervenção estatal se coloca como indispensável no sentido de amenizar os problemas das classes menos favorecidas, evitando conflitos sociais e o aumento das injustiças existentes no país.
Deve-se destacar um ponto que é considerado de relevância que é evidência de uma mescla de modelos, o que torna contemporânea a forma de estado social com certas diretrizes do estado subsidiário, ou seja, estado social - que interfere nas atividades dos indivíduos a fim de realizar o bem comum e o interesse público – com o modelo de estado que privilegia a livre iniciativa e a livre concorrência.
Outro aspecto a ser considerado é com relação ao processo de formação social e política da sociedade brasileira ter se forjado numa profunda dependência econômica, cultural, política e burocrática, marcadamente patrimonial, resultante do Brasil colonial, que permanece até hoje subordinada a uma pequena elite capitalista autônoma e auto sustentada, tendo implantado uma estrutura de poder responsável pelas desigualdades abissais existentes entre as classes sociais.
Compreende-se que o desenvolvimento econômico e social brasileiro deve ser alicerçado na solidariedade do Estado Nação, e que precisa ser cada vez mais ressaltado. O Brasil, não pode abdicar do direito de fazer política de desenvolvimento social, se habilitando para prestar serviços públicos de qualidade, tão ausente na estrutura governamental atual, se refletindo no agravamento dos problemas sociais.
É fato que o estado social, através de suas políticas sociais, especialmente no cenário brasileiro, tem sido de fundamental relevância no sentido de abrir canais de acesso aos direitos essenciais do cidadão, com vistas a diminuir a exclusão social.
Torna-se evidente que o atraso nos métodos produtivos e as enormes seqüelas sociais produzidas prolongam-se causando o atraso e, conseqüentemente, as profundas desigualdades sociais que levaram grandes contingentes da população a pobreza.
Diante disso, surge a necessidade de profundas mudanças estruturais, capazes de levar aos processos de mudança e inovação. A realidade do Brasil contemporâneo mostra a necessidade de maior ação programada, de planejamento e gestão estratégica, tanto nos processos sociais como nos de âmbito econômico, que formam, afinal, a sustentação e o equilíbrio da sociedade.
Analisando o pensamento do economista Celso Furtado, que se encaixa no conteúdo desta análise, quando afirma que o processo não surge necessariamente da lógica da história, mas está inscrito no horizonte de possibilidades do homem, e o caminho para alcançá-lo é perceptível pelo sentido comum. Afirma, ainda, que tudo se resume em dotar a sociedade de instituições que possibilitem ao indivíduo realizar plenamente suas potencialidades.
Neste sentido, tem-se a conclusão, que o estado social, através de suas instituições nacionais, tem o dever de oferecer oportunidades a todos, para que cada um possa contribuir para seu próprio bem-estar e o da sociedade.

                                                                                                Amaury Cardoso
                                                                          Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com
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