“A moral só tem consistência quando é iluminada por
princípios éticos de respeito, justiça e solidariedade”.
Como educar direito os filhos e até onde manteremos a
integridade num país em que valores se esgarçam. O Congresso renuncia à
moralização e a corrupção se tornou sistêmica, a classe política insiste em
ignorar o clamor por princípios morais e éticos de 80% da população brasileira?
Numa democracia, políticos não existem sem eleitor, e a
política deve ser exercida com excelência, assegurada por boas intenções, pelo
compromisso com a justiça social e pautada na transparência e eficiência.
Mas, infelizmente, uma grande parcela dos políticos ignora o
peso da opinião pública e desafiam a tolerância e a indignação do cidadão
brasileiro, avançando com suas práticas políticas arcaicas comprometendo a sobrevivência
da democracia representativa, que convalesce por falta de credibilidade do
atual sistema político e eleitoral, ainda vigente em nosso país.
Entendo que quem dirigi uma nação, tem que ter a condição e a
competência de nos levar por caminhos seguros, tem que passar confiança e ter
compromisso com a verdade. Quem governa uma nação precisa ter grandeza de
valores, não pode se perder, e muito menos se render, aos encantos do poder
efêmero, e se tornar presa do sistema dominante.
Estamos exaustos de manchetes que desnudam políticos
envolvidos no emaranhado do dinheiro público. Estamos exaustos de cinismo e
mentiras que nos fazem perder a confiança, enfraquecendo a nossa esperança. Até
quando assistiremos improvisos governamentais e pagaremos a conta das decisões
erradas?
A chegada de um governo de esquerda em 2002 representou um
grande teste para a democracia brasileira. Jamais poderíamos prever que fosse
ocorrer um aparelhamento do Estado para fins imorais e escusos, alimentado por
uma corrupção sistêmica e epidêmica, que trouxe o desmantelamento da
representação partidária, o retrocesso da democracia representativa, e a crise
econômica que ameaça os avanços sociais. O resultado do julgamento do mensalão
e as revelações trazidas pelas investigações da operação Lava-Jato nos revela o
mundo real brasileiro.
A luta contra a corrupção e o resgate dos valores morais, precisa
ser levada até as últimas consequências.
Triste é descobrir o “caráter impostor de lideranças que
abusaram durante anos da confiança de seus eleitores”. O lamentável é ouvir
Lula e seus aliados enquadrarem milhões de cidadãos brasileiros que se
manifestam nas ruas contra a corrupção e a prática da mentira política, ser
chamados de golpistas. Serão golpistas 80% dos cidadãos brasileiros, segundo
pesquisas recentemente divulgadas, que desaprovam o governo petista? Serão
golpistas as instituições da Polícia Federal, Ministério Público Federal e o
Superior Tribunal Federal, que apuram com total transparência e garantindo o
direito de defesa e do contraditório aos investigados?
As redes sociais estão mobilizando a sociedade. Estão
amadurecendo o senso crítico do cidadão. Se o Brasil e sua jovem democracia
ganham ou perdem com o atual descrédito do sistema político e eleitoral, o
tempo irá nos revelar. Contudo, não resta dúvida quanto a importância de o
Brasil seguir sendo passado a limpo. E durante esse processo a sociedade está
pagando um preço alto.
Amaury Cardoso
e-mail:
amaurycardosopmdb@yahoo.com.br