domingo, 21 de fevereiro de 2016

DESIGUALDADE SOCIAL SE CORRIGE COM EDUCAÇÃO DE QUALIDADE E UNIVERSAL. ARTIGO: FEVEREIRO/2016

 Desde quando comecei a me interessar pela política e militar politicamente, na década de 70, aos 15 anos de idade, que ouço o jargão da luta pela desigualdade social em nosso país.
Embora o dilema da desigualdade social esteja incorporado no processo histórico da humanidade, vários países, hoje desenvolvidos, diminuíram suas desigualdades investindo fortemente na educação de qualidade para todos, demonstrando que o investimento em educação é a forma mais eficaz e eficiente de reduzir a pobreza e a desigualdade de renda no país.
No caso da degradante situação em que se encontra a educação brasileira, podemos atribuir nosso baixo nível educacional a uma irresponsabilidade e negligência do conjunto de governos pós golpe militar de 1964, com um destaque maior aos últimos treze anos dos governos do Partido dos Trabalhadores, que nos insulta com o slogan “Pátria Educadora”, chamariz da sua política pública na área da educação.
O governo petista, através do programa Bolsa Família, cujo objetivo é induzir as famílias pobres a deixar seus filhos na escola em lugar de direcioná-los para o mercado de trabalho, e desta forma, aumentar a renda destas crianças quando se tornarem adultas, tem sido tratado como um programa tradicional de transferência de renda cujo objetivo é diminuir a pobreza no presente. A pouca importância dada as condições educacionais e a busca de “portas de saída” mostram que seus admiradores e detratores não entenderam a importância da educação. Se a prioridade for melhorar a educação das crianças pobres, a única porta de saída do programa é escola em tempo integral e ensino público de qualidade.
Poucos políticos brasileiros tiveram ou têm como prioridade a melhoria da educação fundamental pública. O primeiro político brasileiro de importância nacional que colocou a educação como prioridade foi o governador Leonel Brizola, que implementou o programa dos CIEPs. E a reação da sociedade não foi muito positiva. Cabe destacar que o senador Cristovam Buarque tem feito uma cruzada a favor da educação pública de qualidade, mas os resultados, em termos de opinião pública e programas de governo tem sido medíocre.
Debate-se muito sobre a necessidade de reduzir a desigualdade da renda no Brasil. Mas a renda é desigualmente distribuída porque algumas pessoas têm maiores oportunidades do que outras.
“A desigualdade de oportunidade depende de forma fundamental da desigualdade educacional. Se os mais ricos têm acesso a educação de melhor qualidade do que os mais pobres, é impossível reduzir a desigualdade de renda de forma sustentável.”
A maior desigualdade que assola o nosso país é a desigualdade de oportunidades educacionais, que se aprofunda, permitindo que a pequena casta dos mais educados continuem a ganhar mais do que a grande maioria dos menos educados, e com isso a desigualdade se mantém, persistindo o domínio daqueles que detém o conhecimento.
Finalizo estas considerações, destacando um trecho do artigo do senador Cristovam Buarque, sob o título “Perdemos feio”, quando afirma: ...Perdemos a guerra da educação. Com mais de 50 milhões de brasileiros adultos sem ensino fundamental, ainda que um governo sério decida fazer a revolução na educação de base, as crianças já nascidas chegarão à idade adulta despreparadas para enfrentar o desafio da era do conhecimento. Não serão capazes de levar o Brasil ao desenvolvimento que precisamos.
Perdemos feio a guerra contra a desigualdade social. Mesmo depois de 15 anos de Bolsa Escola/Família, continuamos campeões de desigualdade, e os resultados na luta contra a fome estão regredindo por causa da inflação.
Perdemos feio a guerra do desenvolvimento científico e tecnológico, da inovação e da competitividade. E nossa educação, nossas empresas, nossas universidades não estão preparadas para enfrentar este desafio.”
O saudoso Professor Darcy Ribeiro definia em uma frase a realidade da educação brasileira: “A CRISE DA EDUCAÇÃO NO BRASIL NÃO É UMA CRISE; É UM PROJETO”.
Esse projeto de grande parcela das elites políticas e econômicas em nosso país, com a complacência dos governos, tem condenado a ignorância e ao atraso social milhões de brasileiros, e vem comprometendo o futuro de várias gerações.
ATÉ QUANDO IRÃO CONTINUAR TRATANDO A NOSSA EDUCAÇÃO COM DESCASO?????

                                                                  Amaury Cardoso
                                                  Blog: www.amaurycardoso.blogspot.com
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