A corrupção atingiu um grau elevado de rejeição, se tornando
a maior preocupação dos brasileiros. Pesquisas realizadas em Dezembro/2015
revelam que 92% dos entrevistados têm a percepção de que “sempre vai existir
corrupção no país”.
As práticas de corrupção são, segundo historiadores, herança
de uma formação de país baseada em um Estado centralizado, burocratizado e
clientelista.
A corrupção é uma
característica do comportamento humano, não faz parte de um código genético
nacional. Desde a
época da colônia, o Brasil foi construído de cima para baixo, sem que a maioria
da população fosse autorizada a dar palpite. Como consequência, hoje somos um
país messiânico, onde políticos se apresentam como salvadores da pátria.
Devido ao elevado desgaste da Democracia Representativa,
causada pela prática da corrupção na máquina pública, pela frustração das
promessas em ano eleitoral não cumprida e pelas mentiras descaradas utilizadas
como forma de iludir o eleitor, para obter o voto fácil, as pessoas fogem da
atividade política, desprezam os partidos, não ligam para sindicatos e
associação de bairro, mas, contudo, esperam e cobram muito do Estado.
Assistimos a falência da prática da “velha política”, a
decadência trágica de “mitos” da política, simbolizada pela figura emblemática
do ex-presidente Lula, onde 70% afirmam que Lula não tem mais moral para falar
de ética e para 67% ele é tão corrupto quanto os outros políticos, e seu
partido (PT) são apontados, por 72% dos entrevistados, como sendo o mais
corrupto dos partidos. Essa mesma pesquisa revela que 82% das pessoas não
confiam e nem tem preferência por nenhum partido.
O PT, portador de tanta esperança, se deteriorou pela sede de
poder e pela ganância, matando a esperança da valorização dos princípios morais
e a defesa da boa prática política cultivada pela grande maioria da população
brasileira, hoje decepcionada, desiludida e indignada com o elevado grau a que
chegou a corrupção em nosso país, nestes treze anos em que o partido dos
trabalhadores governa o Brasil.
A democracia brasileira foi atingida na sua base fundamental,
que é a instituição partidária, que se encontra em processo de desmantelamento
agravada pela proliferação de siglas que nada representam a não ser a
acomodação de interesses a uma estratégia de sobrevivência eleitoral.
Diante desse quadro de crise no campo político, que se
instalou em nosso país, e cujo processo de mudança levará tempo, gostaria de
destacar, reforçando o meu ponto de vista, o artigo “Podridão e Esperança” de
Carlos Alberto Di Franco, publicado no jornal “O Globo”, quando cita a
afirmação do juiz Marlon Reis sobre a política brasileira e o nosso sistema
eleitoral: “A política brasileira esta
podre. Ela é movida a dinheiro e poder. Dinheiro compra poder e poder é uma
ferramenta poderosa para se obter dinheiro. É disso que se tratam as eleições,
o poder arrecada o dinheiro que vai alçar os candidatos ao poder. Saiba que
você não faz diferença alguma quando aperta o botão verde da urna eletrônica
para apoiar aquele candidato... O jogo é comprado, vence quem paga mais, quem
gasta mais”.
Deste diagnóstico,
podemos concluir que teoricamente, as eleições são livres, embora o resultado
seja bastante previsível. Não se elegem os melhores, salvo raríssima exceção,
mas os que têm mais dinheiro para financiar campanhas sofisticadas e movida a
grandes recursos. Esse quadro só tem chance de ser alterado quando o cidadão
eleitor possuir maior poder de análise política e passar a nortear o seu voto
pela qualificação do candidato, aliada a sensibilidade de perceber o caráter da
pessoa que se apresenta para representá-lo. Esse processo só será alcançado com
a elevação do nível de educação e com maior interesse e participação do cidadão
no processo político, que, convenhamos, historicamente não faz parte da cultura
do povo brasileiro.
Esse quadro eleitoral
só mudará de fato quando o cidadão eleitor, demonstrar interesse em participar
e perceber que só através de seu voto consciente e qualificado, exercido de
forma mais seletiva e criteriosa, buscando conhecer o caráter do candidato que
pede o seu voto, ele muda para melhor o exercício da política.
O cidadão deve
preservar a sua dignidade não aceitando qualquer tipo de compra de seu voto e
não se deixando iludir pelas mentiras e falsas promessas dos políticos
oportunistas de plantão. Agindo dessa forma, estará contribuindo no sentido de
afastar os políticos oportunistas e mal intencionados.
REFLITA! VOCÊ FAZ PARTE
DA MUDANÇA. NÃO JOGUE SEU VOTO NO LIXO. DÊ MAIS IMPORTÂNCIA AO SEU VOTO,
QUALIFICANDO-O.
Amaury Cardoso