Os ciclos políticos se
fundamentam em consequência das transformações da sociedade no aspecto
educacional e cultural, movidos, principalmente, por questões de âmbito econômico
e social. Em razão desses fatores eles se diferenciam, na forma e no tempo, nas
diversas e diversificadas partes do mundo.
Com a consolidação do processo de
Globalização ocorrido no final do século XX, possibilitado em razão do avanço tecnológico
nos campos da comunicação, proporcionando o fácil acesso a informação instantânea
sobre o que ocorre no mundo, propiciou o aceleramento das influencias de uma
região sobre outras, ou seja, dos centros sobre a periferias.
As redes sociais vem de certa
forma revolucionando o processo de organização social, em particular no campo
político face a facilidade da divulgação de opiniões e criticas, e, neste caso,
em decorrência do atraso no sistema político brasileiro que tem levado de forma
acelerada o desinteresse na instituição partidária e, por conseqüência, na
democracia representativa em razão da elevada descrença na classe política.
As manifestações ocorridas neste 15 de março se caracterizou no maior
protesto enfrentado por um governante brasileiro desde as passeatas pelo
impeachment de Collor, em 1992.
Trinta anos após a posse do
primeiro presidente civil, 15 de março de 1985, que pôs fim a um ciclo de 21
anos de regime (ditadura) militar, grande parcela da sociedade brasileira, numa
demonstração de exercício pleno de cidadania, promove de forma pacifica seu
direito democrático de livre manifestação, numa demonstração de que o
sentimento de indignação levados as ruas não ocorre mais através de bandeiras partidárias.
Entendo ter ficado comprovado que
no atual cenário político em nosso país, as manifestações, em especial a
ocorrida em 15 de março, a maior manifestação espontânea já realizada em um
domingo, tenha expressado uma grande lição da sociedade diante de um governo
fragilizado, desacreditado pela maioria da população, que cada vez mais cobra
rigor no comportamento ético e moral dos gestores públicos, bem como, de seus “representantes”
nas três esferas do legislativo (Municipal, Estadual e Federal).
O governo da presidente Dilma inicia seu segundo mandato desacreditado
pela maioria da população, devido a institucionalização da corrupção, da
ineficiência dos serviços públicos, da alta do processo inflacionário, da crise
econômica e pela estagnação do crescimento que começa a refletir negativamente
no índice de desemprego. Este atual quadro tem contribuído para o aumento da
grande incerteza sobre o futuro, confirmando o sentimento de que o governo esta
sem rumo, tendo três anos e oito meses pela frente.
Ocorre, que ao negar essa
realidade a presidente Dilma incorre num grave erro político, cujas as conseqüências
começam a ter reflexo na sociedade que percebe que foi enganada.
A estratégia do governo e da
direção do PT em desqualificar as manifestações, adjetivando os que ousam
protestar com o rotulo de “burgueses brancos elitistas manipulados pela mídia golpista”,
por arrogante e descabida, só tem contribuído para aumentar a rejeição da
sociedade, exemplo claro ocorrido nas manifestações com panelaços e buzinaços
que ocorrem em resposta aos pronunciamentos oficiais do governo, reação, até
então, nunca vista em governos anteriores.
Diante da crise de credibilidade política
em que nos encontramos, a sociedade brasileira evidência que não se sente
confiante com o atual governo, externando seu clamor por líderes que reúnam valores
éticos e morais, e com competência de gestão para conduzir o país a um projeto
de conciliação nacional.
Uma reforma política profunda se
coloca, mais uma vez, em pauta e desta vez de forma urgente e emergencial, sob
o agravante para a democracia brasileira da falência das instituições partidárias.
O trágico, que se coloca de forma triste, é que o partido dos
trabalhadores, que surge no cenário político brasileiro com a promessa de ser “diferente
dos outros partidos”, com a promessa de ser o “guardião da ética e da
moralidade”, tenha, neste 13 anos de poder, cometidos erros morais e éticos em
grande escala, e com isso desconstruído o sentimento de esperança que semeou na
sociedade, em decorrência de um projeto de poder, que para ser levado a cabo
precisou institucionalizar a corrupção em diversas esferas do governo, não se
importando com as conseqüências que adviriam dessa atitude para o avanço da
democracia em nosso país.
TRISTE ENREDO EM
SUA HISTORIA!!!!!!
AMAURY CARDOSO
Presidente estadual da FUG/RJ
E-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br