domingo, 4 de janeiro de 2015

REDES SOCIAIS, E SUA INFLUÊNCIA NA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO - ARTIGO: JANEIRO/2015


Uma das principais mudanças no comportamento das pessoas, em particular crianças e jovens da primeira geração do século XXI, são as novas ferramentas digitais. Uma das principais preocupações da sociedade contemporânea, em particular os pais e avós, é com relação ao uso que a nova geração esta fazendo dessas novas tecnologias, que passam a maior parte do tempo conectados, fascinados, hipnotizados, anestesiados, distantes do mundo real.

A visão que tenho é que para a atual e futuras gerações, não existe o mundo aqui fora, em razão de toda atenção se concentrar no visor das variadas modalidades de comunicação virtual. Essa conexão as máquinas e menos as pessoas, tem sido o principal foco, e exagerado efeito exercido pela "modernidade tecnológica", sofrido por essa geração que se relaciona com inúmeras pessoas, recebendo e enviando uma enorme quantidade de mensagens de texto por dia, em detrimento da indispensável interação social, principalmente no seio familiar.

Sobre esse tema, li um artigo recente do acadêmico Zuenir Ventura onde ele destaca que pesquisas revelam que o circuito social e emocional do cérebro de uma criança aprende através do contato e das conversas com os que encontra durante o dia, ou seja, horas passadas com gente são mais úteis do que diante de uma tela digitalizada. Contudo, é impressionante o fato dos adolescentes de hoje receberem diversos estímulos e processá-los simultaneamente. Mas, por outro lado, é terrível o resultado desse vício digital, em virtude do fato de levar a dispersão e a preguiça mental, que retardam o raciocínio, privilegiando o reflexo ao invez da reflexão, onde a principal vítima é o hábito pela leitura. Hoje o livro é considerado maçante e talvez obsoleto, pela geração dos textos rápidos e abreviados, chegando em certos casos a serem incompreensíveis.

Nesses novos tempos somos forçados a velhas reflexões sobre convivência, chances de divulgação das culturas e maneiras de interação entre os diversos grupos sociais. Por um lado as crianças, os jovens e mesmo os adultos e idosos curtem jogos eletrônicos e redes sociais, por outro lado a família, cada vez mais sobrecarregada, oferece atividades sócio recreativas para os filhos: aulas de escolinha de futebol,  teatro, música, dança, etc.

A pós modernidade tem seus prós e contras: Acesso as novas tecnologias, aplicativos, compras pela internet, comunicação instantânea com todas as partes do mundo, em contra partida dá um crescente culto ao individualismo, egoísmo exacerbado, massificação cultural, dominação midiática, política de resultados, e, inerente ao sistema, o predomínio do TER sobre o SER, aparência sobre a essência.

Longe de nós sugerir, ou sequer comentar, soluções miraculosas, milagrosas nesses tempos de consumismo e beligerância. Somos observadores da realidade, o diálogo da esquina, conversa na calçada ou na mesa de bar, são substituídas pelas salas de bate papo, a paquera do dia a dia pelos sites de relacionamentos, os salões de bilhar pela sinuca virtual, etc.

Diante dessas grandes e rápidas mudanças de comportamentos e convivência social, por serem inevitáveis em razão do choque tecnológico, creio que devemos adaptarmo-nos aos novos tempos, porém, sem perder de vista a imprescindível convivência pessoal, o velho papo furado, saudável e estimulante, porque não afirmar renovador.

Temos esperanças sobre a possibilidade dessa convivência harmoniosa, pois, afinal, somos brasileiros, e como dizia o saudoso antropólogo e intelectual professor Darcy Ribeiro, "o futuro é aqui".


                                        Amaury Cardoso                                                             
              Presidente Estadual da Fundação Ulysses Guimarães / RJ
                      blog: www.amaurycardoso.blogspot.com
                       site: www.fug-rj.org.br
                   e-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br

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