Somos acometidos de muitas
perguntas sendo algumas tão intrigantes que chegam a nos inquietar: Quem somos?
Como é o mundo? Como são as coisas? Que lugar ocupamos no mundo? Para onde
vamos?
Essas indagações expressam nosso
desejo de descoberta, de conhecer cada vez mais sobre algo que seja do nosso
interesse e aguçam nossas reflexões, uma vez que observamos o mundo e os
acontecimentos que nos cercam a partir de perspectiva diferente.
Baseado no sentido de moral e
ética que nos remete a um conjunto de questões comportamentais ligados ao
dever, a como devemos agir em relação aos conceitos e valores pré-estabelecidos,
Platão e Aristóteles concordavam que a finalidade de todos os indivíduos é a
felicidade, contudo ela é vista por cada ser humano de forma diferenciada. Já o
filósofo Kant observava que o nosso comportamento deve servir de máxima universal, ou seja, deve servir de exemplo para todos os homens.
Há os que encontram a felicidade
no prazer das coisas mais simples, outros não concebem felicidade sem
liberdade, tem os que condicionam a felicidade a bens materiais. Enfim, os
elementos que levam a felicidade são dispares.
Dentro do plano das relações
humanas, somos seres profundamente sociais. Estudos confirmam que tanto a vida
familiar e conjugal, bem como o convívio com amigos e a relação com a
comunidade são fundamentais para a constituição de nossa identidade pessoal e
do sentido de nossas vidas. Esses ingredientes definem em grande medida a forma
com que nos posicionamos em relação ao mundo e nossas possibilidades de sermos
felizes. Uma coisa tenho certeza, a vida seria muito diferente se não houvesse
tanta necessidade de afirmação pessoal e competição.
Percebo que a busca desenfreada
de felicidade na sociedade contemporânea sinaliza no sentido de que grande
parte das pessoas tomou um rumo equivocado. A vida feliz é uma construção nossa
de cada dia, que sofre mudanças na medida da nossa compreensão de vida e
elevação interior (espiritual), que proporciona o nosso alto conhecimento.
Muitas vezes nos deparamos com
temas para os quais não encontramos respostas imediatas, e ficamos com dúvidas,
com uma necessidade inquietante de explicação racional para algo da existência
humana que nos parece incompreensível, ou cuja a compreensão existe mas não
satisfaz, tais como: Porque tanta maldade? O que é o ser humano?; e sentimos a
necessidade de construir uma explicação lógica, bem fundamentada, clara e
confiável, uma vez que investigar o mundo em que vivemos é uma experiência
básica e necessária para nossa adaptação à realidade, à vida, à existência, o
que é esse mundo que nos envolve e nos absorve.
Partindo do conceito elaborado
pelo filósofo Aristóteles, “Não acreditamos conhecer nada antes de ter apreendido
cada vez o seu porque”, devemos entender que esse algo mais é o efeito,
justamente aquilo que queremos compreender, o que nos remete a uma causa, pois
concordamos que para tudo que nos acontece existe um porque, uma razão, que nos
faça entender os acontecimentos, como as coisas são de verdade, livres das
aparências, ou seja na essência.
As diversas religiões existentes
apresentam explicações para o mundo, sobre como são as coisas. No entanto, as
explicações religiosas são conflitantes e insuficientes, não estão fundadas em
conhecimentos científicos obtidos por meio da razão, e sim se baseiam nas
chamadas verdades reveladas, ou seja, em concepções consideradas verdadeiras
pelo fato de constarem dos textos sagrados de cada religião, já que estes seriam
a transcrição de revelações trazidas pela divindade, como no caso do
Cristianismo, para ficar só neste exemplo, cuja a crença predominante no mundo
ocidental baseia-se nos relatos bíblicos do novo e velho testamento,
especialmente aquele contido no livro do Gênesis: “Deus criou o universo e tudo o que nele existe a partir do nada”.
Com o passar dos séculos
ocorreram uma série de transformações nas sociedades, no campo político,
econômico e social, que foram responsáveis pela construção de novas maneiras de
entender as coisas. Filósofos, e cientistas no passar dos tempos construíram
novas teorias que não apenas modificaram sistemas antigos de explicação da natureza
e do real, como também destruíram um mundo, substituindo-o por outro, que
causaram uma reforma na estrutura do pensamento e a maneira de entender a
realidade, situação que provavelmente irá perdurar nos séculos futuros, o
descobrimento se redescobrindo numa verdadeira revolução espiritual vinculada,
em grande parte, à física e à astronomia, cujos os sucessivos êxitos em
explicar a realidade se apresentam e se transformam em função do tempo,
trazendo a evolução, em virtude da revolução do pensamento e novos
experimentos.
Sou um homem inquieto, que vive a
angústia da busca do conhecimento, que diante de uma gama profusamente variada
de concepções sobre a origem, estrutura e organização da realidade já
formuladas por profetas, sábios, filósofos e cientistas de todas as partes, que
construíram distintas visões de mundo, se depara em desesperadora conclusão de
que nesta curta existência, que sequer sei o meu tempo, não decifrarei as
minhas várias dúvidas sobre inúmeras respostas que se acumulam na minha mente.
Sobre as coisas da vida e do meu
mundo, parafraseando Sócrates, o pouco que sei me revelam que na verdade menos
ainda sei, diante da grandiosidade de incertezas sobre determinadas coisas.
Concluo agradecendo a essa
energia suprema que rege o imenso universo, que chamamos de Deus, pela
oportunidade de estar neste plano astral chamado por nós de planeta terra, em
busca do conhecimento, alimento da minha alma, tão fundamental a minha
evolução.
“Nada do que foi será de novo do
jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará. A vida tem milhões de
ondas como o mar, num indo e vindo do infinito”.
Amaury Cardoso
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