Vivemos momentos de total impotência diante do cenário extremamente grave no campo econômico, fiscal, político e de valores morais e éticos, o que me leva a ter a percepção de que a sociedade está exaurida na sua esperança quanto à derrubada do sistema que se instalou e controla as instituições brasileiras, salvo rara exceção.
O Estado do Rio de
Janeiro se esgota, paralisado em virtude da alta corrupção e má gestão que o
coloca no fundo do poço ameaçando paralisar serviços básicos fundamentais com
sérios riscos de haver uma convulsão social. Vencer esse quadro, que a cada dia
se revela mais difícil em virtude de tudo levar a crer que esta longe de
terminar, uma vez que suas principais instituições estão apodrecidas e refém de
um sistema que levou o Estado à falência.
Fazer parte do sistema institucionalizado da corrupção virou regra e sobrevivência política para muitos, que se associam aos interesses econômicos e vende seu mandato, servindo a grupos empresariais através da venda de emendas, medidas provisórias, leis e relatórios conclusivos de comissões parlamentares de inquérito, serviços bem pagos com propina, e com isso desmoralizam o parlamento. Uma vergonhosa contradição e agressão a Democracia Representativa.
Diante dessa turbulência causada pelas avalanches de denúncias e delações nos restou a confirmação de que a grande novidade é a independência do ministério público, da polícia federal e do poder judiciário, que nos revela o avanço dessas instituições, em razão de estarem denunciando o poder político no legislativo, executivo e órgãos auxiliares, causando um impacto político enorme e imediato, em alguns casos ferindo e em outros aniquilando a biografia de poderosos. É o começo do fim da moribunda pratica da velha política.
As listas que por etapas são divulgadas causam profundos abalos a República, ao implodirem o sistema político vitima da metástase da corrupção que tomou conta das instituições brasileiras.
Embora sejam muitas as
tentativas por parte dos atingidos pelas investigações de enfraquecer através
da aprovação da lei de abuso de autoridade e a resistência ao fim do foro
privilegiado, a operação Lava-Jato não tem volta em razão de estar dando um
basta ao continuísmo da impunidade e sangrando mortalmente o sistema de
corrupção que se revelou sistêmica e institucionalizada.
A nação e a sociedade brasileira estão pagando um alto preço diante da sangria de recursos públicos, proveniente da alta escala de corrupção, que nos tem levado ao atraso econômico e social. A República, diante desse tsunami de escândalos, esta diante de duas vertentes. Uma negativa, em razão da grave crise que o país atravessa, é o fato de aumentar a instabilidade política no Congresso, comprometendo a aprovação de reformas em curso da previdência, trabalhista e política, tão necessárias para tirar o país do atoleiro, colocando-o nos trilhos que irá levá-lo a saída da crise econômica e fiscal. Outra positiva, em razão da possibilidade de se iniciar uma transição face a exaustão da pratica da “velha política”, abrindo caminho para a tarefa de reconstrução da renovação da representação política, diante do vácuo político que se estabelece pela ausência de credibilidade da grande maioria da atual classe política, que sofrerão rejeição de grande parcela do eleitorado no processo eleitoral que se aproxima, cabendo a sociedade renovar através da escolha de novas lideranças nas eleições nacional de 2018.
Amaury Cardoso
e-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br
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