Com base na afirmativa de que para ser um vencedor, o candidato precisa possuir não apenas preparo e um bom plano de governo, mas também ser capaz de se comunicar com eficácia para os mais diversos perfis de público, e face ao fato de que a cada eleição ficar mais evidente que, - em razão ao desinteresse que a grande maioria da sociedade tem em relação a classe política, que reflete sobre a política de um modo geral -, os processos eleitorais que se sucedem são vistos com desconfiança, descrédito e desinteresse pela maioria dos eleitores. Diante dessa realidade as campanhas eleitorais tem tornado cada vez mais difícil aos candidatos a um cargo eletivo conquistar a necessária confiança e credibilidade dos eleitores.
Esse fato tem exigido que o candidato esteja bem preparado e bem assessorado, pois é cada vez mais importante que o candidato se apresente com um perfil de seriedade e demonstre ao eleitor estar preparado, apresentando propostas factíveis voltadas para as questões sociais que mais afetam a população. Seu programa de governo precisa ser convincente aos olhos da população (eleitores), e para tal precisará, acima de tudo, convencer que são eficazes e eficientes.
Contudo, embora o afirmado acima seja fundamental, por si só não garante a eleição. Está claro que o sucesso de um político na sociedade contemporânea depende diretamente da visibilidade pública e da repercussão positiva de sua imagem no cenário em que está inserido. A imagem de um político pode ser comparada a um rótulo de um produto na prateleira de um supermercado. Trata-se da identidade que aquele candidato/político quer passar para a sociedade e seus atuais e futuros eleitores, seja tradição ou quebra dela, confiabilidade, competência administrativa ou outros atributos que possam atrair determinado público ou segmento. Tenha certeza, esse perfil será determinante!
Durante todo o longo período de campanha as imagens do candidato devem ser construídas com relativa facilidade, utilizando códigos ou formulas calcadas, sobretudo, na dramatização da vida do candidato, principalmente no horário eleitoral gratuito. Entendo ser necessário apresentar histórias recheadas de valores sociais moralizantes e aspectos intimistas do candidato em questão - o candidato precisa expor seu lado humano, seu lado família.
Precisa estar claro para o concorrente a um pleito eleitoral que hoje esse cenário/personagem/roteiro construído corre sérios riscos de ser desvendado em um tuíte, uma foto ou stories no Instagram ou na marcação em postagem no Facebook. Qualquer informação torna-se pública em tempo real - e a todo tempo. Logo, construir se torna palavra perigosa.
O eleitor, do outro lado da tela - e são várias, TV, celular, computador -, tem a possibilidade de interagir, se posicionar e até ajudar a construir uma imagem positiva de um candidato - na mesma medida em que está com a faca e o queijo na mão para destruir qualquer história bem ou mal contada.
O novo modelo de propaganda da informação - com o advindo da internet - mudou radicalmente a forma de "construção" de uma imagem. Uma aliada contraditória surge com a sociedade em rede: as mídias sociais. Ou ferramentas de redes sociais. Isso, porque imagens podem ser construídas, mas a impossibilidade de serem mantidas talvez não valha o risco. Faço essas observações para afirmar que lidamos com o que já conhecemos, redes sociais, mas com o acréscimo de ferramentas que mudam a rotina das antigas interações - aplicativos de mensagens instantâneas, chat, Facebook, Instagram, dentre outras chamadas mídias sociais.
O que aprendemos é que na sociedade em rede em que vivemos, o trabalho realizado em torno da construção da imagem de um candidato deve ser pautado pela valorização das características positivas e distanciando das menos aceitas ou negativas. Impor sua imagem e saber responder, reagir (ou não) a crítica com sabedoria e estratégia. Importante destacar que a credibilidade é fundamental. Em uma campanha eleitoral não se deve construir algo que não possua base sólidas. É um grave risco, um erro irreparável, criar um personagem distante do perfil do candidato. O necessário é lapidar o perfil que o candidato possui.
Essas observações que faço estão calcadas em décadas de aprendizado prático através da minha trajetória política e a experiência reunida com suas mudanças e nos diversos processos eleitorais vivenciados. É verdade que o fato de estar finalizando o curso de MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia tem me oportunizado aprofundar meus conhecimentos no campo das renovadas estratégias política/eleitoral.
Por fim, aprendi que em processos eleitorais o objetivo principal de um candidato deve ser o de persuadir o eleitor, conquistar sua confiança e assegurar o seu voto, e a retórica argumentativa, bem elaborada e aplicada é peça fundamental para o convencimento e consequente conquista da confiança do voto, que é garantido quando o político/candidato consegue cativar o público. Outro aliado de fundamental importância é possuir “jogo de cintura", pois será de grande valia para enfrentar e vencer as adversidades que se apresentarem. Humildade, habilidade de ouvir, ter postura, perfil de seriedade, boa aparência, agir com naturalidade e demonstrar preparo e competência sobre os temas abordados são primordiais perante o julgamento do público eleitor.
Amaury Cardoso
Físico, Pós graduado em Gestão Pública, Especialização em Estratégia e Política, Especialização em Ciências Política e MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia.
PONTO DE VISTA
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