Ciência, Estado e Iniciativa Privada formam o triângulo que move as transformações que definem as mudanças na sociedade, e a cada avançar do tempo à humanidade aumenta a sua dependência as tecnologias resultantes da aplicação da pesquisa em ciência básica. Desde os primórdios da civilização se estabeleceu a aliança entre Estado e a Ciência em busca de um interesse comum, o progresso através de novas descobertas.
A partir do século XVII, com o surgimento da chamada Ciência Moderna, se torna mais evidente a intensidade dessa aliança onde o fomento, seja através do Estado os da Iniciativa Privada, passa a ser cada vez mais fundamental solidificando essa parceria, onde cada lado defende seus interesses estratégicos.
A ciência sempre foi essencial na disputa pelo poder e nos conflitos entre nações os resultados são devastadores, independente de quem saia vencedora, sendo certo que será o que têm as tecnologias mais avançadas. “Se a primeira guerra mundial foi a guerra dos químicos, a segunda foi a dos físicos”, destaca Marcelo Keiser. Essa constatação fez despertar uma maior conscientização do poder da ciência no processo histórico da humanidade.
Foi a partir do Pós-Guerra que ocorreu um substancial aumento no fomento a pesquisa científica, em razão ao estabelecimento da guerra fria que motivou a corrida armamentista. É fato que o progresso científico sempre foi a chave essencial para a segurança de uma nação, para a saúde da população, para a geração de mais empregos e para a melhoria da qualidade de vida em sociedade.
Discute-se, principalmente no meio acadêmico cientifico, os motivos dessa parceria entre Ciência/Estado/Iniciativa Privada, e a moralidade das escolhas dos cientistas que desenvolvem suas experiências e pesquisas as colocando a serviço de interesses dos seus patronos, Estado e Empresas, sem se importar se a utilização do resultado da descoberta científica será de caráter moral ou imoral. Contudo, há os que entendem e defendem que a ciência em si é imoral, o que demostra que a discussão sobre os resultados provenientes dessa parceria, no tocante a ser moral ou imoral, não terá uma resposta simples. Mas, concordo com os que entendem ser indiscutível o fato dos cientistas terem como princípio ético a clareza quanto à necessidade de refletir, criticamente, sobre a natureza e o uso do resultado da sua descoberta científica.
A moralidade e a ética não podem ser negociadas, sendo, o risco é imprevisível. A humanidade precisa de esperança! Diante dessa afirmativa, o que nos reserva o século XXI?
Segundo estudos de vários cientistas estima-se que a capacidade de saturação populacional em nosso planeta seja de 10 bilhões de pessoas e que este número será alcançado por volta do ano 2083. Estudiosos afirmam que estamos marchando em direção a um ponto de saturação que irão exaurir os recursos planetários. Diante disso, se torna imprescindível à necessidade de estarmos seguros da plena consciência das escolhas que iremos tomar. Ao fazê-las, é importante termos a consciência de que ela irá influenciar diretamente em nossas vidas presente e futura.
Concordo com a posição de parcela de cientistas que entendem que a fé cega na ciência e na criação de soluções tecnológicas é uma posição perigosa, dado que é impossível basear o sucesso futuro no sucesso passado. Tal posição deve-se ao fato do entendimento de que a ciência e suas aplicações práticas não avançam linearmente ou de forma previsível, mesmo supondo que o fomento à pesquisa continuará inalterado tanto em nível governamental quanto privado.
Por fim, não acredito que a ciência venha a nos dar todas as respostas que queremos, pois sempre que ela avançar mais indagações surgirá, e isso é o que tem acontecido durante o processo civilizatório. Não somos capazes de prever com exatidão o futuro, porém é certo que os computadores terão cada vez mais importância no processo do avanço científico, em especial no campo do avanço genético e da bioengenharia, bem como o terá na vida das pessoas.
Que Deus guie os passos da humanidade e que em nossas escolhas a razão seja um ponto a ser considerado!
Amaury Cardoso
Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br