Uma democracia se
fragiliza pelo fato de não garantir oportunidades iguais para todos,
principalmente, no campo da EDUCAÇÃO.
Tenho defendido o ponto
de vista, em vários artigos onde abordo o tema da educação, destacando a
importância da educação de qualidade na vida das pessoas e o fato dela ser
vital para o desenvolvimento de uma nação. Tenho afirmado, também, que o
sistema dominante em nosso país tem impedido o acesso à educação de qualidade a
grande maioria dos brasileiros e que esse sistema é sustentado por uma
significativa parcela da classe política, que por longo tempo tem servido como
instrumento desse sistema, em razão de por ele ser financiado.
Para mim esta claro que
o nosso sistema político não consegue apoiar o desenvolvimento da educação em
nosso país, o que é lastimável uma vez que nós precisamos de uma evolução
emergencial do nosso sistema de ensino que entenda as questões do mundo real
que ocorrem em decorrência das grandes transformações trazidas com a revolução
industrial 4.0, onde as transformações no campo da tecnologia são
avassaladores.
O ensino convencional
brasileiro, além de ser de baixa qualidade, esta atrasado diante da realidade
do mundo contemporâneo em constante e rápida transformação. Se cidadãos não
tiverem esperança de futuro, e a educação é o alimento a essa esperança de
futuro, como as gerações se sentirão vendo suas oportunidades serem negadas por
esse sistema elitista, perverso ao negar oportunidades iguais e, em razão
disso, excludente?
As pessoas precisam ter
a oportunidade de acreditar que podem construir o seu futuro, e o futuro está
no direito de todos a ter acesso a uma educação de qualidade, voltada para o
seu mundo real!
É um crime negar as
pessoas o direito de ter um sentido para suas vidas. A negação do direito a
educação é um crime hediondo que tem levado milhões a marginalidade social por
conta de submeta-las a ignorância, dificultando seu desenvolvimento humano e
excluindo-as do mercado de trabalho cada vez mais competitivo que exige alto
conhecimento tecnológico agregado.
O que se percebe é que
com o crescente avanço da tecnologia, o processo educacional tem utilizado o
aparato tecnológico, mas são poucas as instituições de ensino fundamental e
médio que disponibilizam essas ferramentas, e as que disponibilizam são na
grande maioria escolas privadas, o que evidência o aumento da desigualdade no
campo educacional, visível entre o ensino público e o privado, salvo poucas
exceções.
O mundo caminha para o
aumento da desigualdade no campo da educação, caso não ocorra à democratização
e universalização do ensino qualificado em todas suas etapas de aprendizado. A
educação é um campo em disputa e neste século XXI tornou-se urgente que a
metodologia de ensino renove sua capacidade de ensinar, pensando e aprendendo
maneiras diferentes de ensinar, utilizando metodologia pedagógica que atendam
as expectativas dos alunos que vivem o cotidiano de uma sociedade cada vez mais
interativa, imperativa e impulsionada por constantes avanços tecnológicos.
O educador do século
XXI precisa não só utilizar ferramentas tecnológicas, mas, sobretudo utilizar o
aporte de redes sociais, principalmente, saber utilizar conhecimentos de
diversas áreas, no formato interdisciplinar, resolvendo-as de forma concreta. A
educação do século XXI precisa estabelecer relação com outros saberes,
respeitando as diferenças.
A educação é um campo
em disputa no sentido de produzir conhecimento e enfrentar o desafio da
mesmice. Ela precisa de um professor fortalecido no campo intelectual, que o
torne um transformador, um líder acadêmico e político com protagonismo no
processo de transformação da metodologia de ensino, que precisa ter como
objetivo principal ensinar o aluno, a saber, o que fazer com o conhecimento
adquirido.
A educação
contemporânea precisa ter sentido para alunos e professores! É fato que o
desafio transformador da educação brasileira é enorme e antigo, contudo, também
é fato que transformar a atual, e ao mesmo tempo antiga e ultrapassada
metodologia de ensino em nosso país é imprescindível. É preciso romper
paradigmas que sustentam há décadas o atual sistema educacional que não tem
acompanhado as grandes transformações sociais, tecnológicas, culturais e
econômicas, e aprendermos com essas transformações que moldam novos
comportamentos, a construir e implementar a nossa educação do futuro, com isso,
evitando vir à sofrer apagões de talento e insuficiência de mão de obra com
alto valor de especialização profissional.
Amaury
Cardoso
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