"O empreendedorismo é uma revolução silenciosa,
que será para o século XXI mais do que a revolução industrial foi
para o século XX" (Jeffry Timmons, 1990)
O processo histórico civilizatório sempre foi marcado por grandes revoluções que provocaram mudanças bruscas na sociedade, em especial no aspecto dos costumes e culturas. As transformações provocadas durante o tempo quebraram paradigmas e causaram significativas mudanças de comportamento na sociedade. A luta travada entre ciência e religião é milenar, e seus conflitos foram e são sentidos pela sociedade. Entender e aceitar sem resistência essas mudanças sempre foi um dilema societário.
A humanidade viveu três revoluções industriais desde o século XIX. A primeira introduziu a máquina a vapor, passou pela segunda caracterizada pelo uso da eletricidade e da produção em massa, em seguida a terceira, que teve como referência a tecnologia e a automação, chegando à atual, a quarta, da era digital.
Essas transformações sucessivas na civilidade humana permitiram o atual grau de civilização e o desenvolvimento de nossa época, no entanto, esse processo não seria obra de planejamento de uma única pessoa ou grupo de pessoas. Foi a somatória dessas transformações que permitiu a constituição da atual civilização. A primeira revolução industrial, ocorrida no século XIX, talvez por ter promovido a passagem de um longo período agrícola feudal para um ciclo industrial, onde a partir dela passou a influenciar fortemente a cadeia de ciclos sociais futuro, razão pela qual foi considerado o maior impacto civilizatório em vários aspectos da forma de vida em sociedade, em especial o sócio econômico, onde o cotidiano da população foi mudado completamente.
O século XXI se apresenta como uma nova onda de mudanças radicais na produção industrial, resultado da convergência da robótica, da nanotecnologia, da biotecnologia, das tecnologias de informação e da inteligência artificial. Esta nova revolução industrial, a quarta, também conhecida como Indústria 4.0, está provocando mudanças muito rápidas na indústria e no modo como os negócios ocorrem no mercado de trabalho, na relação com os clientes e na demanda de seus produtos.
A revolução que estamos vivenciando é mais rápida que as anteriores e provoca sensíveis mudanças na forma como produzimos, distribuímos e consumimos. A quarta revolução industrial em curso se caracteriza pela aceleração de todos os processos inovadores. De acordo com Klaus Schwab, em seu livro “A quarta revolução industrial”: “Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes”. A atual e futuras gerações precisam urgentemente entender essa forte revolução que o atinge, pois ela transforma sistemas econômicos, políticos, sociais e ambientais, exigindo se preparar constantemente para enfrentá-la e saber conviver com ela.
É fato que as tecnologias emergentes criam novas formas de mobilidade, de comercialização, de geração de valor e distribuição de oportunidades. O desafio mais importante que temos hoje é garantir que essas oportunidades sejam distribuídas de modo equitativo. A história nos ensina que todas as revoluções têm ganhadores e perdedores.
Há, portanto, urgente necessidade de garantir que mais pessoas, tanto quanto seja possível, participem desse futuro de tecnologias cada vez mais sofisticadas. Ao governo cabe aumentar seus investimentos em educação, fortalecendo o ensino como um todo e, em especial, de ciências e matemática com base em novos valores. A produção industrial dependerá, cada vez mais, da educação em áreas que possibilitem a formação de talentos capacitados a criarem e gerirem processos de alto desempenho com base em valores como respeito ao meio ambiente e à diversidade humana.
Sinto a necessidade e poderia aprofundar um pouco mais sobre os impactos da Revolução Industrial 4.0 para sociedade contemporânea, contudo corro o risco de ficar muito longo, pois pretendo, também, fazer um paralelo sobre a fundamental importância para a atual e próximas gerações de vir a ter uma forte atuação no aspecto do Empreendedorismo, ou seja, no mercado globalizado Empreendedor.
”Com cerca de 27 milhões de pessoas envolvidas num negócio próprio ou na criação de um, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial de empreendedorismo. O país fica atrás da gigante China, com 369 milhões de empresários e Estados Unidos, com 39 milhões de empreendedores.” A conclusão é de uma recente pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor feita entre 54 países, considerado o principal mapa do empreendedorismo do planeta.
Segundo opinião de vários especialistas sobre o tema, dos quais concordo, Não há cenário mais apropriado para se tratar de empreendedorismo que o cenário globalizado. Afinal o empreendedor busca oportunidades, e a Globalização por sua vez, às oferece. Globalização é a integração econômica, social, cultural e política, entre os países, é o encurtamento das distâncias. Ela afeta todas as áreas da sociedade, ao mesmo tempo em que isso nos permite maior acessibilidade às novas tecnologias, medicamentos, estudos, comércio, etc.
Nesse cenário tão controverso, multicultural, e extremamente competitivo o empreendedor, profissional que além de recursos e conhecimento, deve ser dotado de talento para empreender, é capaz de identificar os pontos negativos da Globalização, e criar barreiras para eles. E ainda aproveitar-se das tantas oportunidades oferecidas, e transformá-las em negócio lucrativo. Com todo seu conhecimento e experiência, esse profissional é essencial para o desenvolvimento econômico e social do seu Município, Estado e até seu País, atuando não só nas empresas privadas, mas também em empresas públicas, na própria Administração Pública ou de forma autônoma, o que chamamos de empresário independente. Nesse contexto, é possível observar a importância do empreendedorismo no sucesso profissional e das organizações.
Definir um perfil empreendedor não é fácil, mas para aproximar do ideal não podemos deixar de reunir os aspectos: liderança, riscos, independência, criatividade, energia, tenacidade e originalidade. Segundo Cavalcanti (2001) no Brasil, somente há pouco tempo as escolas e o ensino superior apresentaram a preocupação com a formação de novos empreendedores. Entidades voltadas às Micro, Pequenas e Médias empresas têm apresentado uma preocupação maior, como Sebrae, Senac, Senai e Simpi.
Os empreendedores genuínos possuem o sentimento aguçado de realizar coisas novas, são aqueles que dão importância às pequenas coisas, pois acreditam que elas se tornarão, no futuro, grandes conquistas. Inovação e crescimento são considerados duas palavras-chave para se definir um empreendedor.
Para um grande empreendedor o dinheiro não é o mais importante, e sim mais uma ferramenta. Talvez a melhor definição para qualificar o que torna um empreendedor diferente é o modo como “ele se posiciona e o seu foco na sua área de negócios”. Um empreendedor busca transformar um sonho, uma visão de oportunidade, num negócio que gere valor e riqueza para a sociedade. Segundo Cavalcanti, ele deve estar sempre pensando no futuro!
Na visão do sociólogo Carl Rhode, os empreendedores precisam escolher entre dois caminhos: trabalhar para atender as necessidades de um mundo digital, ou focar em todas as coisas que os computadores não podem fazer que envolvam experiência, empatia, hospitalidade. “Uma opção interessante para os empreendedores é focar em todas as coisas que os computadores não podem fazer. Smartphones podem fazer um monte de coisas, mas não pode oferecer empatia, criatividade, afetividade. Então há espaços para quem souber investir em hospitalidade, autenticidade, trabalhos feitos à mão, turismo de experiência, comidas típicas. Há espaço para quem souber contar boas histórias, que sobreviveram ao teste do tempo.”
Finalizando, cabe destacar que a concepção do jovem do mundo contemporâneo esta mudando e muito. Os jovens do século XXI, a chamada geração Y, possui um perfil de empreendedores, questionador e, até certo ponto, revolucionário por querer mudar o mundo. Parecem querer contrariar tudo que seus pais ou outras pessoas de mais experiência tentam lhes fazerem acreditar ser o correto.
O que se verifica é que um elevado percentual de jovens, o que atribuo à baixa oportunidade de ocupar um emprego convencional de carteira assinada, tem trilhado a experiência no ramo do empreendedorismo em razão de oferecer muitas vertentes, contudo a vertente mais procurada é o Marketing Multinível ou Marketing de Rede em razão da oportunidade de criar seus próprios ativos e adquirir Riqueza, sendo algo sem grande risco e sem grande investimento onde o jovem entra no empreendedorismo com relativa facilidade, realizando o sonho de, através de treinamento apropriado, ser autônomo não tendo chefes pegando no pé, submetendo os resultados, tão somente, as conseqüências direta de seu esforço.