“Brasil, País do
Futuro” precisa parar de andar em circulo. Quando, definitivamente, iremos
erradicar a pobreza, combater as mazelas sociais, permitindo mais dignidade aos
mais pobres.
Até quando a população brasileira permanecerá subjugada, humilhada
e sofrida?
Infelizmente nossa realidade, em pleno século XXI, é outra. O marketing político utilizado eleições após eleições não convence mais. Estamos estacionados na condição de um país pobre, atrasado na sua educação e com grandes desigualdades sociais, com o agravante da falta de oportunidades que se mantém por gerações.
Atravessamos governos
que nos levaram a perder décadas, mantendo o país no atraso social e econômico,
por falta de investimentos em infraestrutura e não realização de reformas
estruturantes que possibilitassem a modernização da gestão e diminuição do
tamanho da máquina do Estado.
Segundo dados colhidos
em pesquisas recentes, há uma previsão de cerca de mais de 20 milhões de
brasileiros vivem na linha da pobreza e cerca de 9 milhões vivendo abaixo da
linha da pobreza, ou seja, em situação de miséria.
O “Brasil do Futuro” a décadas apregoado e prometido pelas elites dominantes esta diante de uma realidade onde quase a metade da população sobrevive com até um salário mínimo, sendo que no nordeste está concentrado o maior percentual, algo em torno de 70%.
Mesmo diante de políticas assistencialistas implementadas nos últimos anos, o cenário do país é estarrecedor e a dependência de milhões de famílias aos programas sociais revela a nossa pouca perspectiva de futuro. O agravante fosso da tragédia a que é acometida a população brasileira se sustenta na deficiência do nosso sistema educacional, onde cerca de 50 milhões de pessoas são analfabetas.
Nosso ensino como um todo amarga um déficit de qualidade que nos tira a possibilidade de recuperação e avanço no campo do desenvolvimento social e econômico nos levando a permanecer na condição de país emergente.
Outro agravante, é o caos no campo dos serviços básicos de saneamento e saúde. Cerca de 35 milhões de brasileiros não possui acesso a água tratada, 100 milhões sem acesso a coleta de esgoto, 17 milhões sem acesso a coleta de lixo e o nosso sistema de saúde pública esta entre os mais ineficiente. O paradoxo é que esse atraso não está associado à pobreza do país e muito menos a baixa cobrança de impostos, que chega a 36% do PIB.
Diante de todo esse quadro, estamos atravessando um momento de grande incerteza no campo político, agravada pelo fato de 73% dos brasileiros não veem no horizonte uma saída para a crise de representação política e não identificam ninguém capaz de tirar o país do momento que vive, onde para 92% dos eleitores afirmam que todo o político é ladrão. Esses dados afirmam que a sociedade está indignada com a alta imoralidade que confirma o enfraquecimento geral dos valores morais através do volume exagerado de casos ilícitos.
O desafio de vencer a descrença na política institucionalizada é muito grande. No momento em que prevalece no imaginário das pessoas que a política é espaço de corrupção. Esse desinteresse pode ser visto como um sinal da necessidade de revisão de modelos democráticos e nos tipos de organizações, que possibilitem um canal de reinvenção da política, com pratica cotidiana, o que não se encontra na política tradicional velha, ultrapassada e desacreditada pelos escândalos de corrupção.
Amaury Cardoso