sexta-feira, 7 de março de 2014

O FUTURO POLÍTICO DO PMDB DIANTE DA ALIANÇA COM O PT. Artigo: Mar de 2014

Inicio esse artigo, dirigido em especial aos meus companheiros de partido, com a citação da afirmativa: “Política é que nem nuvem, muda a todo momento ao sabor do vento”, frase do falecido político mineiro Magalhães Pinto, que nos remete ao fato de que devemos ter muito cuidado ao assumir posições no campo de alianças políticas. O processo histórico brasileiro esta cheio de exemplos de alianças realizadas e desfeitas por conveniências de momento.

Contudo, ocorre que o momento político é outro, onde as instituições partidárias são tantas e tão desacreditadas no seio da sociedade que não há espaços para erros que levem a derrubar um patrimônio político histórico como no caso do antigo MDB, cujo a direção do PMDB tem por obrigação preservar e dar continuidade. Para isso precisa se renovar e reavaliar seus conceitos, programa e estratégia, colocando sempre em primeiro plano os interesses do país e as necessidades do povo brasileiro.

Ao não agir dessa forma estaremos renegando nossas origens e todo o nosso patrimônio político e correndo o risco de  condenar a sigla a falência política, que se traduz na falta de representatividade e credibilidade junto a sociedade, que já enxerga as  instituições partidárias com alto grau de desprezo e, consequente, indiferença. Até quando vamos continuar alimentando a pecha de partido fisiológico e aceitar o tratamento, indevido e indelicado, como a opinião externada pelo presidente nacional do partido dos trabalhadores Rui Falcão ao afirmar: “ O PMDB faz chantagem para obter mais cargos...”, traduzindo o pensamento do PT a nosso respeito, e, o que pior, passando essa imagem para a sociedade.

O PT avança sobre o PMDB na disputa pelos governos estaduais e a conquista de mais cadeiras no congresso nacional visando garantir o comando das duas casas, Câmara e Senado. Esse projeto de poder hegemônico nunca esteve tão evidente, manter o poder central e se fortalecer nos governos estaduais e no congresso nacional ampliando sua participação na estrutura do poder, tendo o PMDB como trampolim a impulcionar o partido dos trabalhadores no seu objetivo,  que, nesta condição, arrisca sua posição estratégica de aliado preferêncial do governo em exercício, perdendo a condição de garantidor da governabilidade. Esses conflitos atuam como uma força centrífuga que ameaçam a aliança PMDB e PT.

O PMDB possui uma grande máquina partidária estruturada em todo o país. Depois da candidatura a presidência, em 1989, do Dr. Ulysses, que surgiu como forma de fortalecer ainda mais a sigla, mas, que foi abandonado pelos interesses regionais, o partido optou por não disputar eleições presidenciais, aprofundando a estratégia de fortalecimento regional, através de governos estaduais e municipais, e de forte participação no legislativo, elegendo grandes bancadas. Ocorre que esse fortalecimento vem perdendo força, devido a erros de estratégia, sendo ameaçado por outras siglas, principalmente o PT.

O PMDB no Estado do Rio de Janeiro vem se mantendo, à nível nacional, como o baluarte da força política do partido e não pode permitir a quebra dessa hegemonia política, - o que seria um risco para o partido não só no Estado, mas a nível nacional - que vem sendo orquestrada pelo “aliado” PT, com o apoio de outras forças políticas recentidas com o nosso partido no estado, que, em razão disso, abre-se feridas políticas difíceis de se curar, e as dificuldades trazidas precisam, urgentemente, serem solucionadas.

Somo ao entendimento de meus correligionários quanto a necessidade de se realizar uma discussão mais profunda sobre o processo eleitoral nacional e as bases para o real desenvolvimento do país, e o canal seria a realização de uma pré convenção, para tratar, principalmente, da situação política delicada para o partido resultante dessa aliança com o PT, que atinge interesses regionais nos estados de: SP/RJ/RG/SC/BA/CE/MA/PE/PI/GO/AC/AM E PA. Esses estados totalizam 489 votos, dos 742 delegados a convenção nacional, ou seja, 65,9%.

Vivemos um momento crucial para o PMDB e as vaidades e interesses não podem se sobrepor ao interesse maior do partido que é o fortalecimento de sua legenda. Hoje essa “aliança” traz mais prejuízos do que benefícios, esses só para uma minoria, mesmo assim se o partido ampliar a sua força, o que, no atual quadro, parece difícil. Sendo assim, fica a conclusão depois de quase oito anos de convivência forçada: Vamos aceitar a condição do “venha a nós e ao vosso reino nada”?




                                                  Amaury Cardoso
                                       Presidente Estadual da FUG/RJ
                                         Site:   www.fug-rj.org.br
                                         Blog:  www.amaurycardoso.blogspot.com
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