Com o encerramento das eleições municipais de 2024, ficou evidente o avanço das forças políticas de centro, centro direita e direita em todo território brasileiro, avanço que se iniciou em 2018 e foi conquistando forças e ampliando espaço nos processos eleitorais de 2020, 2022 e 2024.
Esse novo arranjo político que se desenhou nas eleições municipais deste ano certamente indica uma nova composição de forças politicas que irá influenciar o processo eleitoral nacional de 2026, principalmente nas duas casas legislativas do Congresso Nacional, mas também com a expansão dessas forças nos governos estaduais e casas legislativas estaduais na grande maioria dos Estados.
A nova configuração de forças que se estabelece em todo país revela o crescimento e fortalecimento dos partidos com perfil político de centro e direita que passaram a ocupar a grande maioria das prefeituras das capitais e cidades de médio e grande porte populacional e predominam em 75% das 5.570 prefeituras brasileiras.
Outro aspecto que se evidencia nessa eleição é o enfraquecimento das forças tradicionais de esquerda (PT, PDT, PSB, PSOL e PCdo B) em todas as regiões do país. Ficou clara a crescente rejeição aos candidatos do segmento político de esquerda, desta vez não só nas capitais e grandes metrópoles, mas também em um numero expressivo dos municípios das periferias.
Em síntese, os partidos do segmento ideológico de centro, centro direita e direita (PSD: 891, MDB: 864, PP: 752, UNIÃO: 591, PL: 517, REPUBLICANO: 440 e PSDB: 312) conquistaram 4.367 prefeituras. Já os partidos do segmento de esquerda e centro esquerda (PSB: 312, PT: 252, PDT: 151, PCdoB: 19 e PSOL: 0) conquistaram 748 prefeituras. Com esse resultado eleitoral pífio, com o agravante do péssimo resultado eleitoral do partido do presidente da república, o PT, ficou claro que os partidos de segmento político de esquerda receberam neste processo eleitoral sinais de desgaste que atribuo a falta de renovação de suas pautas e na estratégia politica e eleitoral, bem como as dificuldades de comunicação com o eleitorado brasileiro e a dificuldade de se adaptar às demandas locais e de apresentar propostas atrativas a um eleitorado que não aceita promessas, que por serem repetitivas não convencem mais, e exige resultados.
Atribuo, também, ao descrédito que enfrentam os partidos de esquerda ao fato desses partidos não conseguirem mais falar para a população e insistirem em ficar repetindo o discurso tradicional, de certa forma ultrapassado, e totalmente desconectado da realidade da sociedade brasileira e das demandas mais imediatas e programáticas dos eleitores, que priorizam pautas focadas na competência de gestão e eficiência administrativa, associada a programas e projetos factíveis que de fato leve a garantia de respostas e entregas de demandas essenciais a população.
Outra leitura que para mim fica evidente é que a sociedade não se interessa por discursos ideológicos e posicionamentos políticos excessivamente radicais e sim deseja posicionamentos voltados para propostas de soluções centradas em resolver problemas cruciais do cotidiano das cidades.
Por fim, essas eleições municipais revelam uma nova configuração de forças políticas demonstrando que a grande maioria do eleitorado prefere dar o seu voto a alguém que melhor lhe passar a certeza de ser um gestor competente e o convencer possuir eficiência administrativa, associada a um perfil político que transmita credibilidade. Arrisco afirmar que está desenhada a eleição nacional de 2026. Percebo que os critérios de escolha estão se consolidando e serão os mesmos a definir os candidatos no próximo processo eleitoral, dessa forma, indicando a continuidade do avanço dos segmentos ideológicos de centro, centro direita e direita. Esse é o meu ponto de vista!
Amaury Cardoso
Graduado em Física, Pós graduado em Gestão Publica, Especialista em Gestão e Estratégia, Especialista em Ciências Políticas, MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégia.
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