sábado, 8 de junho de 2024

CRISE DO ESTADO, EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO E NOVAS FORMAS DE PODER. - Artigo: junho/2024

(Esse texto foi objeto de estudo a ser aplicado em aula inaugural.)


A globalização pode ser entendida como processos multidiencionais que não se restringe só à vertente econômica, mas envolve também dimensões políticas, de segurança, cultural e ambiental. Este processo está associado ao crescimento dos fluxos de comércio e investimentos internacionais, reforço da concorrência, à celeridade e facilidade das comunicações, ou ainda,à convergência de valores culturais e da consciência sobre os problemas globais, especialmente os ambientais.

O surgimento deste novo modelo induz os Estados à nova condição socioeconômica, obrigando-os à uma reavaliação de seu papel nos processos decisórios e modificações de postura em relação a questões como desigualdade social, o desequilíbrio no acúmulo de capital e a corrupção, tidos como efeitos causados pela globalização. 

Ao mesmo tempo, a evolução tecnológica é a interdependência de mercados internacionais permitem que as ocorram em um espaço de tempo cada vez menor, causando impactos cada vez mais intensos.  Estes impactos provocam a necessidade de acompanhamento do capital humano dos países, principalmente daqueles que estão em processo de desenvolvimento, de modo a se tornarem aptos para concorrerem com outros países no mercado internacional. 

Em razão dessas transformações, as novas  relações tanto políticas, quanto econômicas permitiram que empresas  se internacionalizassem graças ao aperfeiçoamento da tecnologia em vários países e, com isso, instaurando um processo de co-dependência entre nações.  Esta condição, do ponto de vista da economia política, resultou no denominado "tecnocapitalismo", cujas características relacionam-se ao aumento do poder do mercado e ao declínio do Estado nação, acompanhado do crescente poder de influência das corporações transacionais nas decisões estatais, de modo a facilitar e criar condições favoráveis à reprodução do capital. 

Em suma, o capitalismo contemporâneo ou tecnocapitalismo, baseia-se na estrutura do capital e da tecnologia, que produzem novas formas de cultura, sociedade e cotidiano social. 

A exemplo de outros países onde vigorar o sistema capitalista,  o Brasil também adotou as novas regras e as formas de tecnologia com o objetivo de inserir-se ao mundo globalizado, onde as relações econômicas se tornam cada vez mais competitivas. Ressalto neste sentido, que não somente aderiram a estas regras os países capitalistas, como também a China, onde as relações socioeconômica s até então, eram essencialmente de cunho socialista. 

É importante destacar que a globalização, em suas diferentes modalidades de expressão e realização, tem o Estado cada vez mais sob o controle das organizações e das corporações transacionais,  onde instituições que normalmente controlam poderes econômicos e políticos se tornam aptos a se sobrepor e impor controle sobre os Estados. Tem poder de influenciar governos,  aparelhos estatais, burocracias e tecnocracias e estabelecem objetivos e diretrizes que se redirecionam às sociedades civis, no que concerne às políticas econômicas-financeiras. 

Por fim, obviamente não se pode creditar aos Estados o dinamismo da globalização, mas sim aos mercados comuns que buscam a conexão econômica e as empresas transacionais que detém a maior parte da produção, do comércio, da tecnologia e das finanças internacionais, que determinam estratégias cada vez mais agressivas tendo em vista a conquista do mercado e o poder de decisão no mundo global.


Amaury Cardoso
www.amaurycardoso.blogspot.com.br

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