(Este texto foi elaborado através de estudos do meu curso, em andamento, de MBA Marketing Político Eleitoral, Gestão e Estratégias)
É fato que a genialidade humana é o que muitas vezes provocou as rupturas históricas. Inicio a minha dissertação sobre a evolução dos meios de comunicação destacando a frase de Marshall McLuhan, grande estudioso da comunicação que escreveu na década de 1960 um livro chamado “O Meio é a Mensagem”, que diz: “Os homens criam as ferramentas e as ferramentas recriam os homens”.
Marshall McLuhan não conheceu a internet, pois veio a falecer em 1980, mas ficou conhecido por vislumbrar a internet quase trinta anos antes dela ser inventada. Ele falava que a televisão iria aproximar os cantos mais distantes da terra e transformar a grande civilização mundial numa “Aldeia Global”, termo cunhado por ele. Acredito que essa frase citada acima sintetiza vários momentos históricos que provocaram grandes transformações.
Feita essa introdução, passo a expressar o meu ponto de vista sobre a evolução dos meios de comunicação que levou, também à evolução da comunicação política. O impressionante desenvolvimento dos meios de comunicação, ao longo do século XX, modificou todo o ambiente político. O contato entre líderes políticos e sua base, a relação dos cidadãos com o universo das questões públicas e mesmo o processo de governo sentirem, e muito, o impacto da evolução tecnológica da mídia.
Já no começo do século XX, fez-se notar a presença do rádio, um importante veículo de comunicação que contribuiu muito para formar opinião por tratar-se de um veículo ágil que passa o sentimento de se dirigir exclusivamente ao indivíduo e não a multidão por conta de sua técnica de construção textual e oral, que dá a impressão de falar com emoção com cada ouvinte em exclusividade, razão pela qual se transformou em um canal de forte apelo popular, se mostrando um importante instrumento de propaganda. Os novos meios exigiam novos tipos de políticos, que soubessem como utiliza-los.
Com a chegada da televisão a imagem em movimento passou a ser o grande trunfo desta mídia, ainda mais transformadora, em relação ao rádio e ao jornalismo impresso. O papel da palavra neste veículo, cujos atributos são o imediatismo, a agilidade e a instantaneidade, é dar um apoio ao visual e criar um amálgama tal que transmita a mensagem de maneira clara, sem redundâncias entre o texto e a imagem, sendo necessário a utilização de frases curtas, organizadas na ordem direta, sem intercalações, claras, objetivas e diretas. O bom aproveitamento da mídia televisiva é quando o comunicador consegue tocar o coração das pessoas e criar intimidade com elas.
Com a chegada do século XXI, surgiu a propaganda política na web, um estrondoso desenvolvimento dos meios de comunicação. A internet e as redes sociais vêm ocupando e expandindo seu espaço de comunicação, alcançando uma importância fundamental como veículo de comunicação virtual. A internet se apresenta com uma característica revolucionária ao promover uma democratização da comunicação com um diálogo com fluxo constante entre pessoas, com capacidade de permitir novos relacionamentos, novas formas de consumo informativo, intercâmbio de palavras de áudios e vídeos, toda uma espécie de descentralização do produzir comunicação que antes da chegada da internet estava centrado nas mãos dos veículos de comunicação tradicional.
A internet democratiza o fazer política, e torna-se uma grande arena de debates. As redes sociais passaram a ser uma ferramenta altamente transformadora que pouco a pouco vai ampliando oportunidades, vai permitindo intercâmbios opinativos e informativos que outrora as pessoas não tinham a possibilidade de exercer.
Se nós considerarmos a comunicação impressa, o rádio e a televisão, fica evidente que nesses veículos a comunicação tinha peso de influência maior do emissor da comunicação em relação ao receptor, ou seja, em relação as pessoas que recebiam os conteúdos. Já na internet não, todos somos produtores e receptores de conteúdo. Esses conteúdos podem ser discordância, concordância, elogios, críticas, sugestões e uma série de outras ações que passaram a se potencializar com frequência constante no dia a dia das pessoas. Face a isso, surgem uma nova leva de políticos que precisam saber como dialogar com jovens, pessoas de meia idade e até mesmo com idosos por meio de ferramentas digitais e redes sociais.
Hoje, as redes sociais impõem uma necessidade bastante acelerada de informalidade, uma comunicação mais transparente, mais ágil que simbolizem mais credibilidade, e que possam atingir pessoas das mais variadas camadas sociais e faixa etária. A comunicação nas redes sociais, precisa ser uma comunicação menos formal, menos dura e sisuda.
Por fim, entendo que cada vez mais a comunicação política precisa ser trabalhada como uma ferramenta importante e estratégica, como uma oportunidade de maximização de conteúdos onde haja profissionalismo, onde não se faça chutômetro ao escuro. É necessário ressaltar que a profissionalização da comunicação política marca a transformação de dois modelos, um marcado por relativo amadorismo e outro caracterizado pelas influências dos consultores políticos.
Amaury Cardoso
Físico/Pós graduado em Gestão Pública – Políticas Públicas e Governo/Especialista em Estratégia Política/Especialista em Ciências Políticas/Cursando MBA em Marketing Político e Eleitoral, Gestão e Estratégias.
Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br