domingo, 11 de dezembro de 2022

A CRISE DO MUNDO MODERNO - DEZEMBRO/2022

 


A intensa e inadmissível desigualdade social em nosso país tem se revelado estrutural, cuja a superação vem se tornando cada vez mais difícil, em razão de suas causas não terem sido tratadas com a devida e necessária eficácia e responsabilidade pelos sucessivos governos de plantão, que se sucedem, sempre apresentando diagnósticos acompanhado de promessas de solução não realizadas na devida e necessária amplitude de suas políticas públicas.


O fosso da desigualdade e da injusta falta de garantias de oportunidades iguais, causadas por décadas de descasos na imprescindível oferta de educação universal e de qualidade, tem acelerado o processo de marginalização social com consequências severas para as gerações que se sucedem, podendo colocar a sociedade brasileira diante de um caos social de proporções imprevisíveis.


A crise do mundo moderno contemporâneo está instaurada, e o Brasil já a sente e irá experimentar ebulições sociais de graves consequências que deixaram sequelas estarrecedoras e de difícil reparo. As transformações que já ocorrem e, principalmente, as que estão por vir durante o decorrer do século XXI, irão dizimar as sociedades desestruturadas, que não acompanharam às mudanças tecnológicas já em acelerado curso.


É fato que as crises sociais causadas pelas grandes transformações figuram na história da humanidade, e sempre estarão presentes. Contudo, com o avassalador avanço tecnológico e científico seus impactos produzirão enormes desajustes em sociedades desestruturadas no campo econômico e social.


Diante da gravidade social em que se encontra o nosso país, causada em decorrência de gestões ineficazes e, por vezes, negligentes, torna-se fundamental e imprescindível a aplicação de altos, porém eficazes, investimentos em educação com vista assegurar a sua modernização e qualidade em sintonia com as transformações tecnológicas que tem causado profundas mudanças de comportamento social, cultural, costumes e, principalmente, no mercado de trabalho em virtude dá exigência de conhecimento profissional/tecnológico, para o qual a mão de obra com especialização técnica é o balizador fundamental e imprescindível para a inserção no novo mercado de trabalho que passa por profunda reestruturação.


É correta a premissa de não haver como amenizar as graves questões sociais sem equilíbrio das contas públicas, ou seja, sem superavit fiscal. Sem receita não há investimento, a não ser agravando o déficit fiscal, cuja consequência para a economia e finanças públicas é desastrosa. Como gestor público, entendo que a responsabilidade fiscal não deve ser negligenciada!


Por fim, não se combate a desigualdade social com assistencialismo. Essa prática faz com que a desigualdade se perpetue em razão de políticas públicas paliativas, que deixam de atacar as reais causas que às alimentam, cuja principal delas é a negação de sucessivos governos da universalização da educação em regime integral e ensino de qualidade, com foco no conteúdo profissionalizante. Acredito que essa política pública é o caminho que irá sedimentar e incentivar a reinserção dos pobres que se encontram marginalizados diante do atual mercado de trabalho. Sem inserção no exigente mercado de trabalho do século XXI não iremos ultrapassar o enorme desafio diminuição da nossa vergonhosa desigualdade social.


Amaury Cardoso

Físico/Gestor Público/Especialista em Ciências Políticas


Blog de artigos: www.amaurycardoso.blogspot.com.br

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