(Escrevi este trabalho/texto em decorrência de tarefa da minha Pós em Ciência Política)
Inicio as minhas considerações
sobre o momento político atual com a afirmação recente do vice-presidente da
República e presidente do PMDB, Dr. Michel Temer, da qual concordo plenamente: “Para
um governo conseguir estabilidade precisa de apoio do Congresso... (Governabilidade),
e dos Movimentos Sociais... (Governança). Como hoje não há nenhum dos dois,
pode-se dizer que a crise política existe e é grave, assim como a econômica.” “...
será difícil a presidente resistir até o fim do mandato caso sua popularidade
continue no patamar de 7%”. Esta afirmativa teve várias leituras, de
especialistas e políticos, onde cada uma delas apresenta uma dinâmica ao
resultado do processo político, inegavelmente em crise.
A prática de cooptação no
exercício da política, a levou a exaustão esgotando um ciclo que culminou com a
falta de credibilidade do atual sistema político eleitoral.
O fato é que o país quebrou, a
economia vem sendo arrastada para o fundo do poço e a desilusão da sociedade só
faz aumentar, cuja conseqüência tem sido a corrosão e enfraquecimento da
democracia representativa, que agoniza vítima de seu descrédito.
Com a política do mesmo, compra
de “adesões” e “apoios” através da velha prática fisiológica da distribuição de
cargos e fatias do orçamento, o governo petista revela que não tem estratégia
para, em médio prazo, tirar o Brasil da grave crise em que sua ineficiência e
desmandos administrativos o meteram, só lhe restando “encenar um teatro através
de um discurso de austeridade”, quando na verdade percebe-se que o governo
Dilma perdeu o horizonte.
Assistimos a decadência trágica
de um grupo político que se formou no início da década de 80, se apresentando
como os puros da política, com a missão de combater a corrupção e zelar pela
ética e moralidade, prometendo mudanças na forma de governar, onde afirmava
combater a prática política do fisiologismo, patrimonialismo e clientelismo.
Assim se apresentava o PT, portador de tanta esperança e que se deteriorou pela
sede de poder e pela ganância, matando a esperança de valorização dos
princípios morais e da defesa da boa prática política alimentada na grande
maioria da população brasileira, hoje decepcionada, desiludida e indignada com
o elevado grau a que chegou a corrupção em nosso país, nestes treze anos de
governo.
As investigações da operação Lava-Jato
“feriu o coração das oligarquias brasileiras”. A desordem do governo petista da
presidente Dilma resulta de uma década de gastos acima da receita. As
demissões, principalmente nas fábricas, traduzem a decadência do governo do
partido dos trabalhadores, que está caindo aos pedaços perante a sociedade.
Os petistas inteligentes, bem
informados e intencionados sabem que o sonho acabou em razão de seus próprios
erros cometidos pelo baixo nível e alta voracidade de importantes dirigentes de
seus quadros, que por ganância e incompetência levaram a sigla do PT ao lamaçal
da corrupção em níveis nunca praticados.
Diante dessa frustração social, a
população se encontra sem perspectiva, em virtude da crise econômica, política
e, principalmente, de credibilidade que se instalou, fazendo com que o cidadão
brasileiro não veja no horizonte uma saída clara desse atoleiro de imoralidades
que se revelam no dia a dia.
Estamos diante de um momento
crítico para a democracia representativa. Pesquisas demonstram que 92% dos
eleitores acham que todo político é ladrão, e 63% não identificam ninguém capaz
de tirar o Brasil do momento em que vive, ou seja, não identificam uma
liderança com esse porte.
Nas ruas os brasileiros, nas
diversas manifestações, afirmam claramente que ninguém os representa, e que os
políticos não cumprem suas promessas, onde, no seu imaginário, os associa a
corrupção.
O sistema político se debate
diante de uma realidade difícil, e a classe política reluta em mudar seu
comportamento e apresentar mudanças responsáveis, sérias e necessárias no
sentido de recuperar a sua credibilidade diante de uma sociedade que, há
tempos, sinaliza seu inconformismo e rejeição ao atual modelo político
brasileiro.
Na política, oportunidades não
podem ser perdidas, e suas Excelências não devem continuar a fazer “ouvido de
mercador” com o clamor que vem das ruas que revelam sua intolerância e deixam
claro o fim dos tempos para a “velha prática política”, inaceitáveis para a
opinião pública bem informada, que enxerga a omissão do legislativo na promoção
das reformas política, que devem ocorrer em ritmo acelerado, mas que já
perceberam que nesta legislatura não irá acontecer.
As conseqüências dessa omissão
podem ser muito graves para a classe política, cuja credibilidade, como já foi afirmada,
anda em grande baixa.
Amaury
Cardoso
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