Ao término de cada ano procuramos fazer um balanço de como transcorreu
a nossa vida dentro do planejamento que tinhamos feito para o novo ano.
Vericamos nossa evolução e conquistas, nossos fracassos e fazemos um contra
ponto afim de verificar se alcançamos a meta sonhada. No plano governamental
não é diferente, nossas expectativas, também, são avaliadas sobre o angulo do
desenvolvimento e melhoria da nossa qualidade de vida. Vamos iniciar o ano de 2014 com a sensação
dos anos anteriores, de que continuamos com questões fundamentais ao nosso desenvolvimento
que deveriam ter sido resolvidas, ou pelo menos avançado, e que não foram.
As carências e desafios que o país tem pela frente são enormes. No meu
entender as mais evidentes são: O fato de as bases para o crescimento serem
ainda precárias, como os baixos níveis de investimentos, o indice elevado de
pessoas pobres e extremamente pobres, as deficiências de infraestrutura, a
situação da degradação do meio ambiente e os níveis flagrantes e
insatisfatórios dos nossos indicadores educacionais, que pela importância, por
ser a base fundamental para o desenvolvimento de uma nação, destaco como
referência do fracasso das ações de governo que, com o argumento de que não dá
para resolver tudo, nossos governantes deixam de deliberar sobre questões
impresindíveis, cuja a principal é o nosso sistema educacional.
Partindo da premissa de que a educação de um país é reflexo de sua
cultura, sua história e suas aspirações, confirmamos o nosso fracasso diante do
cenário onde a educação é prioridade apenas no papel e no discurso, perpetuando
o descaso, o desrespeito e a violência, e o que é pior, a sociedade a tudo
assiste passivamente, não obstante as manifestações ocorridas em meados desse
ano.
Os resultados mediocres do nosso sistema educacional, revela a
imperiosa necessidade de intervenções severas, criativas em todos os níveis. O
que não se pode é querer esconder o nosso atraso destacando avanços da educação
no Brasil com enfoque na quantidade de pessoas em idade escolar atendidas,
quando na qualidade evidenciamos o nosso atraso, que muito nos envergonha.
O aumento percentual e do número absoluto de analfabetos entre os
jovens é inaceitável, e evidencia o Brasil como um dos países mais desiguais do
mundo, onde a maioria da população jovem não terá qualificação a altura das
exigências do mercado de trabalho, confirmando que a questão social só será de
fato equacionada com avanços na capacidade de o país competir, razão direta de
uma boa educação. Se não houver mudanças drásticas e responsáveis no sentido de
elevar o patamar do nosso sistema educacional, em todos os níveis,
continuaremos condenando amplas camadas da população a viverem dependentes de
“gastos sociais”.
O governo tem sinalizado com a elevação de recursos para a educação de
cerca de 6% do PIB para 10%. Contudo, alguns especialistas argumentam que o
nosso atraso educacional não esta vinculado apenas na questão de aporte
orçamentário, afirmando: “ que não solucionará o problema da baixa qualidade da
educação em nosso país se não focar nossa atenção na melhora da gestão, não
injetando mais recursos num sistema que apresenta mau desempenho”, o que a
princípio concordo.
Entendo haver a necessidade de se buscar alterar a formação e
qualificação dos professores, bem como o sistema de administração escolar, com
políticas específicas para escolas que atendem crianças e jovens de famílias
mais pobres, onde o regime de horário integral e infraestrutura de qualidade
são fundamentais, além da modernização do currículo escolar, adequando-o aos
tempos atuais.
As estatisticas confirmam o grande número de adolescentes na faixa etária
de 15 à 18 anos que não tiveram a oportunidade de uma boa educação, e se
encontram fora do mercado de trabalho. É importante proporcionar a essa
população jovem uma capacitação técnica adequada, de qualidade, com
oportunidades de estágio através de um vínculo direto das escolas técnicas com
às empresas do setor produtivo, que passa a ter envolvimento no processo de
formação profissional.
Não há nada de novo no que escrevo, porém, não escapam os
indisfarçáveis sinais dos males que atingem o núcleo do processo educacional
brasileiro, e que a décadas são apontadas como o maior obstáculo para se
alcançar o desenvolvimento humano, econômico e social, com um saldo de geração
após a outra perdidas, e o país vem amargando futuros medíocres. Enfim, do que
já li sobre o tema, me deparei com uma lista variada de propostas de
especialistas no assunto educação que precisam ser implementadas, mas o que se
percebe é que para cada meta é necessário enfrentar interesses estabelecidos,
resistências. É um processo longo que precisa ser superado, espero, para o bem
do nosso país, que até 2022, ano que completamos o bicentenário, tenhamos uma
realidade de país desenvolvido. Por fim, continuamos sonhando com o Brasil do
futuro.
Amaury
Cardoso
e-mail: amaurycardosopmdb@yahoo.com.br